Quinze

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Era sábado a noite e eu não estava mesmo afim de sair, estava cansada do treino e queria muito dormir, mas a Jéssica insistia que queria me mostrar um lugar novo que ela havia conhecido há alguns dias, ela jurou que íamos eu, ela e o Jean, eu não estava afim de segurar vela, mas depois dela insistir por horas eu aceitei por fim me dando por vencida.

-Passo aí em meia hora pra te pegar!

Avisou já desligando o telefone.

Corri pro banheiro tomei um banho, vesti uma blusa preta básica e um short curto, nós pés um tênis AllStar, os cabelos estavam soltos e penteados com as mãos, botei aquele perfume que marca e uma maquiagem menos chamativa.

-Nossa, você está tão... Comum.

Disse a Jéssica no banco do passageiro ao lado do Jean que estava ao volante.

Ele me cumprimentou com um sorriso, mas mesmo depois de eu ter embarcado eles ainda ficaram estacionados.

-Nós não vamos?

Perguntei.

-Vamos sim, só estamos esperando uma pessoa.

Respondeu minha amiga com um sorriso maroto brincando em seus lábios.

Quando eu olhei de lado vi a Débora se aproximando de nós, ela usava uma calça skinny preta, uma blusa azul clara e um casaco de couro preto por cima, nós pés coturnos pretos, ela estava tão... Tão... Sexy!?

Seria essa a palavra!?

Ou eu estava definitivamente ficando louca?

-Oi.

Ela disse sentado ao meu lado.

-Oi.

Respondi tentando disfarçar meus pensamentos tão óbvios em minha expressão.

No banco da frente Jean e Jéssica sussurravam alguma coisa e riam, vez ou outra olhando pelo retrovisor do carro.

Eu fingia não prestar atenção, mas a curiosidade confesso que me mata.

-Você tá linda.

Disse a Débora num sussurro rouco.

Eu a olhei e sorri.

-Obrigada e você também não tá mal.

-UH, isso vindo de você é o maior dos elogios!

Eu ri novamente e ficamos no olhando com um meio sorriso nos lábios, cada vez que passávamos por um lugar mais iluminado a luz refletia em seu rosto e seus olhos brilhavam de uma forma perigosa e me diziam um milhão de coisas que me deixavam arrepiada.

Por isso desviei daquele par de olhos azuis fascinantes.

-Chegamos!

Falou o Jean estacionando o carro em uma vaga bem na frente do lugar.

Era um barzinho chamado "Nosso Jeito", eu gostei do nome, saímos do carro e fomos andando até a entrada principal do lugar.

Já dentro do bar eu fiquei encantada com a decoração divertida e colorida, havia um palco em um dos cantos do lado oposto ficava o balcão com um barman. Alguns garçons circulavam pelo lugar atendendo as mesas.

O Jean fez um gesto chamando uma garçonete que passava perto de nós é ela veio nos atender com um sorriso amplo nos lábios e os olhos cravados na Débora. Aquele olhar cheio de malícia me deixou incomodada e eu olhei feio para a jovem, o problema é que só percebi minha atitude quando notei o olhar perplexo da Jessica, que sorriu quando eu desviei meus olhos da jovem.

-Boa noite, gente!

Saudou a jovem olhando pra Débora sem disfarçar o prazer de ve-la ali.

-Boa noite, Bia.

Disse o Jean sorrindo para ela.

-O que vão querer hoje?

Ela perguntou ainda com o olhar concentrado na Débora.

-Cerveja?

Ele perguntou olhando pra nós, eu neguei com a cabeça, mas as outras duas confirmaram juntas.

A jovem se afastou depois de anotar nossos pedidos, cervejas e um refrigerante pra mim.

-Então o que esse lugar tem de tão especial?

Perguntei ao casal.

Jean levantou as mãos em sinal de que não tinha nada haver com a história. E a Jessica riu olhando ao redor me fazendo seguir seu olhar. Eu já havia pecebido as bandeiras na cor do arco-iris, e a intimidade do lugar, mas ainda na havia entendido (sim, eu sou meio lerdinha e geralmente preciso que as pessoas falem claramente as coisas pra mim).

-Lembra da nossa conversinha atrás da quadra?

Me perguntou a Jessica olhando-me expressivamente.

Então eu olhei para a Débora.

-Estavam falando de mim?

Perguntou assim que eu a olhei.

Eu senti meu rosto queimar envergonhada.

-Teoricamente.

Respondeu a Jéssica rindo da minha cara.

-Teoricamente?

Repetiu ironicamente.

-Digamos que a Thay tinha algumas dúvidas e eu esclareci, usando a sua pessoa como exemplo.

Respondeu a Jéssica com aquele sorriso matreiro nos lábios.

Quando a Débora se preparava para retrucar a garçonete voltou com aquele sorriso estasiado e os olhos ainda cravados nela, que sorriu discretamente ao receber um pedaço de guardanapo com algo escrito que guardou em seu bolso.

Eu não gostei, não vou mentir, mas tentei disfarçar minha cara enfezada. Em vão.

Eu estava confusa e isso era um fato, o que o Guto havia feito não era motivo suficiente para que os meus sentimentos por ele tenha se esvaído, ou era? Considerando contudo que ele estava bêbado, mas o que me garante que não vai mais acontecer? O fato de eu está magoada com o que ele fez seja um dos motivos para minha frieza com relação a meus sentimentos por ele, ou talvez tudo houvesse mudado do dia pra noite depois daquele beijo.

Por Trás Da Cortina (Romance Lésbico)Onde histórias criam vida. Descubra agora