Trinta e Quatro

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Foi com em um passe de mágica, e tudo mudou partimos do ódio ao amor de uma forma inexplicável. Meu mundo virou de ponta cabeça e agora eu sinto que as nuvens é o meu chão e que seus braços é o meu lar, porém apesar de tudo está bem, finalmente, eu me sinto pisando em ovos.

A noite anterior foi maravilhosa, saímos com nossas amigas e eu não tive receio em pegar em sua mão, estávamos longe do hotel e de nossa equipe, no táxi de volta pro hotel recostei minha cabeça em seu ombro sem receio e ela fez carinhos em meus cabelos foi reconfortante e aqueceu meu coração.

Eu estava plena e feliz!

Assim que entramos no hotel demos de cara com o meu pai, detalhe eu e Débora estávamos quase grudadas uma na outra e ríamos de algo e nossas mãos, bem essas estavam quase coladas num toque que para nós era discreto, mas pela expressão do meu pai não era.

-Onde as moças estavam?

Perguntou ele sério parado de braços cruzados na frente de elevador.

-Fomos jantar.

Respondi me afastando da Débora, tentando disfarçar a descarga elétrica que ainda passeava por meu corpo junto com aquela sensação de ter sido pega no flagra.

-Beberam?

Nos questionou olhando diretamente para Jéssica.

-Não Sensei, apenas jantamos.

Respondeu séria, ela tinha muito respeito por meu pai e não costumava brincar, principalmente quando notava que ele não estava de bom humor, quando sim ela arriscava uma piada ou outra.

-Amanhã vocês tem uma importante competição, todos os outros atletas já estão recolhidos, subam e vão dormir!

Disse ele com sua voz grave e firme.

Ele falava com todas, porém seus olhos estavam cravados em mim e em Débora que não conseguia esconder o desconforto perante o olhar de meu pai.

-Sim, sensei.

Respondemos em uníssono e ele nos deu passagem.

-Débora?

Chamou ele.

-Sim tio?

-Já pensou na proposta? Tomou alguma decisão?

Débora me olhou e depois pro meu pai.

-Estou pensando.

Respondeu apenas e o elevador fechou as portas.

-Huh que tenso!

Disse Jéssica quando já entravámos no quarto.

Débora estava séria e conversava entre sussurros com a Paulinha poucos passos atrás de mim e Jéssica.

Eu queria ser uma mosquinha pra ouvir aquela conversa.

-Você acha que meu pai desconfiou de alguma coisa?

Perguntei sentando no sofá cama ao lado de Jéssica, Paulinha e Débora permaneciam ainda do lado de fora do quarto.

A expressão da minha amiga mudou e ela ficou séria.

-Não sei Thay, mas ele parece que não gostou do jeito que você e a Débs estavam.

-Acha que a Débora vai aceitar a proposta? De ir para os estados unidos?

-Isso não seria bom pra vocês se ela também fosse? Vocês duas juntas lá? Não é Thay!?

Jéssica notou quando minha expressão mudou e estreitou os olhos tentando realmente entender o que significava aquela minha expressão de culpa.

...

Débora

As coisas parecem fáceis, mas são difíceis, então você luta, luta, luta e quando acha que está vencendo novas barreiras são erguidas e mais uma vez você se vê com apenas duas opções, desiste ou continua lutando até que um dia tudo faça sentido, que tudo valha a pena.

Depois que o tio André nos abordou no elevador eu e a Thay não nos aproximamos eu notei seu receio e entendi, mas percebi naquele momento o quanto seria difícil manter um relacionamento com ela, Thay era muito apegada ao tio André, e isso significava que por mais que ela fosse apaixonada por mim, acredito que ela jamais sacrificaria essa relação por mim e eu jamais a colocaria numa situação em que ela tivesse que escolher.

-Você tem certeza Débora?

Me questionaram a Paulinha depois de eu falar pra ela que desistiria de ir para os estados unidos com a equipe que incluía a Thay.

-Eu não tenho certeza de nada Paula, mas acredito que vai ser melhor.

-Você está sendo covarde!

Rebateu ela séria.

-Não, Thay é muito ligada ao tio André, ela não compraria essa briga por mim!

Suspirei.

-Você está subjugando a Thay, ela é sim muito ligada ao Sensei, mas ela é uma garota de atitude e ela jamais teria se envolvido se não fosse algo pelo qual ela quisesse lutar.

-Eu posso até esta errada Paula, mas minha decisão está tomada é melhor parar com essa história antes que ela tome proporções maiores, ela tem um futuro no Karatê, eu já tive minha oportunidade morei fora e foi uma experiência maravilhosa, mas agora eu quero fazer minha faculdade...

-Pare. -- Pediu séria. -Você está mesmo se ouvindo? A Thay não tem ambições no Karatê a não ser a de dar aulas, o que ela mais quer é fazer faculdade, ela só aceitou essa vaga por dois únicos motivos!

Paula parou de falar e ficou me olhando de uma forma intensa, me esperando entender suas palavras.

-E quais foram esses motivos?

Perguntei segurando seu olhar.

-Primeiro porque ela sempre soube que você era uma das escolhidas, ela já sabia que estava apaixonada e queria ficar perto de ti, e segundo porque o Sensei André insistiu para que ela fosse.

Permaneci calada apenas aguardando que ela continuasse falando. Sentia que tinha mais a ser dito só não sabia se eu gostaria do quê.

-A cerca de um ano ela quis parar de treinar, queria se dedicar somente aos estudos, fazer faculdade de educação física e só depois talvez voltar a treinar, ela estava focada em um futuro diferente, mas o Sensei conversou com ela e pediu pra ela esperar mais um ano e ela esperou, a Thay ama o pai, ama o karatê, mas nenhum dos dois é a prioridade dela, você não a conhece Débs, a Thay não é mais aquela garotinha que você perturbava, ela está se transformando em uma mulher e no meio disso tudo tem esse novo sentimento, não desista dela Débs, só tenha a paciência que prometeu ter.

Flechas, sim, as palavras de Paula foram como flechas em minha direção e eu apenas a ouvi e sem dizer mais nenhuma palavra entramos no quarto do hotel e encontramos a Thay e a Jéssica conversando no sofá cama, elas não nos notaram ou nos ignoraram e nos escutamos parte da conversa.

-Você desistiu?

Perguntou Jéssica séria.

-Desisti, foi tudo uma experiência maravilhosa, mas eu não quero mais isso pra minha vida...

Eu olhei pra Paulinha e me virei saindo do quarto, eu não esperei mais um segundo se quer, aquelas palavras vindas da boca dela só enfatizavam o que eu havia acabado de conversar com a Paulinha, ela jamais compraria aquela guerra por mim.

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Teeenso!

Olá geeente!

Desculpem a demora. 😍

Nossa é tanta emoção que eu nem sei o que dizer, são quase 5k porraaaa!!!

Obrigada a todas que estão acompanhando essa história eu estou sentindo o maior prazer em escreve-la.

Muuuuito obrigada!!!

Não se esqueçam de votar na história, me seguir em fim...

Vcs são fodaaaaaaH!!

Por Trás Da Cortina (Romance Lésbico)Onde histórias criam vida. Descubra agora