Trinta e Oito

6.8K 487 160
                                    

Nota inicial:

1. Porquê seis anos? Porquê uma passagem de tempo tão grande?

Bem, primeiramente eu amo histórias com essa passagem de tempo, as nossas heroínas se reencontrando e tal. (Amoooo)

Segundo, eu acho que um ano é pouco tempo pra curar certas feridas, na verdade certas dores nunca curam. Mas eu acredito que é preciso um certo tempo pra que as feridas possam ter suas dores amenizadas e a vida reestruturada e é mais ou menos isso que acontece. Ainda mais depois de levar uma lapada dessas que Thay levou. (Próximos capítulos!!!)

Nos vemos nas notas finais. 👁️‍🗨️

...........................................................

Narrador

Débora acordou ainda cansada sua vida se resumia a trabalhar, principalmente pra não pensar em Thay, ela ocupava todos os seus pensamentos.

Trabalhava meio período na prefeitura da cidade na secretaria de esportes e o resto do tempo ocupava como personal trainee em uma das melhores academias do Brasil, nos fins de semana dava aula de karatê para crianças carentes.

Havia se formado com louvor em Educação física, pela Universidade Federal, e viajado mais do que o necessário pra Nova York, a desculpa eram sempre as mesmas, especializações na aérea de Educação física, mas tudo não passava de desculpas pra ver Thay, mesmo que de longe.

Sua garota sorridente estava diferente e isso doía principalmente porque sabia que era culpa sua.

Flashback on

Seis anos atrás...

Débora estava no vestiário feminino em baixo das arquibancadas do Ronaldão, terminava de vestir seu kimono quando um ouviu passos se aproximando, mas não deu importância a pessoa que havia parado logo atrás dela, até ouvi-lo pigarrear.

-Sensei, precisa de alguma coisa?

Perguntou levando as mãos á cintura.

André continuou calado apenas olhando para a loira como se não a conhecesse.

-Preciso. Falou ele com frieza incomum na voz. - Preciso que se afaste da minha filha, eu não a criei pra ser uma... Uma...

-Sapatão? Era isso que o senhor ia dizer não era?

Ele apenas concordou com um gesto afirmativo da cabeça, os olhos cravados em Débora.

-Eu não vou me afastar dela, eu amo a sua filha e nada que o senhor diga vai mudar isso!

Débora falou com propriedade, encarando com igualdade o homem que sempre respeitou como se respeita o próprio pai.

André esboçou um meio sorriso irônico e caminhou dentro do vestiário.

-Você não vai destruir a vida da minha filha! Vociferou ele. - Isso não é amor Débora, vocês são adolescentes e não sabem o que é amor. Parou próximo a garota e a olhou fundo nos olhos. - Eu tenho muito respeito pelo seu pai e é por isso que não acabo com a sua vida, mas se insistir nessa história a vida da Thay será destruída, as portas se fecharão pra ela, porque eu as fecharei e farei tudo de uma forma tão discreta que ela atribuirá tudo ao fato de vocês estarem juntas! - Ameaçou ele com os olhos esbugalhados de fúria, mas seu tom era manso e amedrontador.

Débora estremeceu levemente.

-Sua ameaça não vai fazer a minha opinião mudar!

Falou séria, escondendo o tremor da voz.

Por Trás Da Cortina (Romance Lésbico)Onde histórias criam vida. Descubra agora