Capítulo XII

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O sol estava começando a nascer. Uma criança tentava com dificuldades guiar o seu cavalo.

- Jimin. - O homem segurou a corda do cavalo do filho, montado em seu próprio. - Com calma, pequeno.

O homem fez o seu cavalo andar, guiando o do filho, até a beirada da montanha, aguardando a chegada do sol.

Jimin e seu pai olhavam agora o horizonte, enquanto o sol nascia:

- É tão lindo. - Jimin falou encantado.

- Olhe para o nosso reino Jimin. - O homem pediu. - Olhe para tudo isso.

Jimin abaixou seu olhar para as pequenas casas, como o pai pedira:

- O tempo de um reinado se levanta e se põe como o sol. Um dia Jimin, o sol vai se por com o meu tempo aqui e vai se levantar com o seu como um novo rei.

- Mas pai... Eu tenho medo, eu não sou como o senhor...

- Você tem muito a aprender meu filho.

※※※

"Elas te atingem do nada. Quando coisas ruins acontecem é de repente, sem aviso. Raramente conseguimos ver a catástrofe se aproximando. Não importa o quanto nos preparemos bem para ela. Damos o nosso melhor, mas às vezes não é o suficiente. Atamos o cinto de segurança, colocamos o capacete, andamos por caminhos iluminados. Tentamos ficar seguros. Tentamos tanto nos proteger, mas não faz a menor diferença, porque quando coisas ruins acontecem, elas vêm do nada."

O reino acordou em luto.

Jimin vestia-se de preto. Caminhou até o portão do palácio, aonde uma carruagem o esperava. Entrou e esperou alguns minutos, logo aparecendo Jungkook, todo de preto também.

Jungkook segurou na mão de Jimin, tentando reconforta-lo. Assim, a carruagem seguiu rumo ao reino de Daegu.

As portas do palácio de Daegu estavam abertas com vários guardas. Jimin saiu da carruagem e todos o olharam com um semblante triste. Caminhou lentamente para dentro do palácio com a ajuda de Jungkook.

Assim que entrou, encontrou sua mãe sentada em uma cadeira, perto do caixão do homem que amava. Os seus olhos se encontraram e ele correu para abraça-la, aonde chorou em seu peito.

Quando finalmente obteve forças para levantar, separou do abraço de sua mãe e caminhou até o caixão.

Jimin colocou a mão no rosto pálido e gelado do seu pai, não impedindo suas lágrimas de caírem:

- Eu sinto muito pai. - Falou baixo - Não deu tempo de te dar orgulho!

***

O túmulo estava sendo levado para ser lançado ao mar.

Jimin abraçava sua mãe, enquanto caminhavam em direção as águas, sendo seguidos por todo o reino, que carregavam velas acessas.

Assim que chegaram, o túmulo de seu pai foi colocado no barco ao som de uma triste canção.

Um silêncio foi feito. O padre começou a oração. Ouvia-se a voz do padre e choros ao fundo.

A mãe de Jimin se aproximou do barco para ter o último momento com o seu marido.

Alguns minutos depois, ela deu permissão para continuar a sepultura.
O barco começou a se movimentar, levando o caixão consigo, seguindo os movimentos das ondas do mar.

A rainha caiu de joelhos, vendo o pequeno barco de madeira se distanciar, levando seu marido.

Jimin estava de pé, um pouco mais distante, observando toda a cena. Abraçou Jungkook com força, o que foi retribuído. Afundou o rosto no peitoral do maior e chorou.

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