KINGxKING

Capítulo XXIX [I]

- E aqui era meu quarto. - Jimin falou abrindo a porta do mesmo depois de mostrar o palácio inteiro pro amigo.

- Enorme. - Jin falou impressionado enquanto entrava no cômodo - Uau, olha essa vista, dá pra ver Daegu inteira daqui.

- Sim, eu sempre gostei dessa vista. - Jimin sentou na própria cama, vendo Jin olhar curioso cada canto daquele quarto.

- Sente saudade daqui? - Indagou.

- Sim... Meu pai costumava vir aqui falar comigo de noite, mesmo cansado ele perguntava como tinha sido o meu dia, e mesmo eu dizendo pra ele que tinha sido um dia comum como todos os outros, ele continuava vindo.

- Isso é tão lindo. - Jin falou emocionado.

- Sinto falta dele. - Jimin olhou para baixo por alguns segundos, antes de respirar fundo. - De qualquer forma, é bom estar aqui de novo.

- O que é isso aqui? - Jin perguntou pegando um objeto em cima da cômoda.

- Era meu ursinho preferido... - Jimin respondeu sem graça, o olhando - Eu dormia com ele quando estava triste ou me sentindo sozinho.

- Sozinho?

- Não é fácil crescer trancado em um palácio, Jin. Mesmo com todo o apoio da minha mãe, do meu pai e das empregadas, eu ainda era apenas uma criança.

- Qual o nome dele? - Indagou indo até a cama aonde sentou ao lado de Jimin.

- Chimmy. - Sorriu pegando o ursinho marron e já desgastado da mão do amigo. - Ele foi meu melhor amigo por anos.

- Agora sou eu, né? - Jin perguntou sorrindo fraco.

- Sim...

- Ótimo. - Sorriu mais - O que você fazia pra passar o tempo?

- Passava um tempo ajudando as empregadas... E depois passei a ler quando minha mãe me ensinou.

- Você sempre ajudou os empregados? Mesmo em Daegu?

- Isso é ruim? - Jimin perguntou um pouco assustado.

- Não, é só que... Você sempre foi incrível Jimin.

- Para com isso. - Jimin riu envergonhado, se levantando da cama - Vou te mostrar a biblioteca.

👑

Uma semana é suficiente para uma pessoa morrer de saudade?

- Você mal encostou na comida filho. - A rainha reclamou vendo o filho apenas olhar o prato.

- Me desculpe. - Pediu. - Eu não estou com fome.

- É ele não é? - Ela indagou.

- Eu estou preocupado mãe, eu não tenho nenhuma notícia do que está acontecendo lá.

- Ficar assim não vai resolver nada querido. Se dê mais um tempo, certo? Em poucos dias ele estará aqui novamente.

Jimin suspirou, sua mãe estava certa. Afinal, quando ela não estava?

- Tudo bem, você tem razão. - Jimin começou a comer, fazendo a mulher ao seu lado sorrir.

👑

Jimin estava no jardim com um balde, aonde jogava água nas flores que já estavam quase desistindo da vida:

- O que está fazendo? - Ouviu a voz do amigo perguntar atrás de si.

- O sol está forte aqui... Minha mãe não cuida mais do jardim e as flores estão com cede.

- Oh.

- Eu acho que minha mãe não vem no jardim desde que meu pai morreu... E os empregados não cuidam das flores todos os dias...

- Elas são tão bonitas. - Jin se lamentou ao vê-la quase sem cor.

- Você tinha que ver antes Jin, era lindo aqui. Era farto de flores de todos os tipos e cores. - Sorriu involuntariamente. - E-eu acho, que assim que meu pai se foi... Minha mãe queria que as flores se fossem junto com ele. - O sorriso de Jimin começou a morrer vagarosamente.

- Você quer ficar sozinho? - Jin colocou a mão em seu ombro.

- Sim... Por favor. - Jimin limpou uma lágrima que escapou do seu olho antes de virar minimamente pro amigo e sorrir.

- Daqui a pouco é o café da tarde. - O amigo o lembrou.

- Eu logo entro no palácio novamente.

- Tudo bem. - Jin apertou fraco seu ombro antes de enfim, se distanciar e voltar para o palácio que ficava longe do esquecido jardim.

Jimin passou a olhar a vista. O laguinho que antes havia ali estava quase seco, a grama estava mal cortada e tudo parecia realmente abandonado.

Jimin passou a levar em consideração que os empregados estavam fazendo o serviço no jardim de qualquer jeito, sabendo que a rainha nunca mais iria ali novamente.

Foi com esse pensamento em mente que Jimin sentiu uma forte batida em sua nuca, sendo seguido por uma dor imensa e tudo perder a cor lentamente até sua visão ficar preta por completo e ele desmaiar, sentindo alguém o pegar no colo.