TRINTA E CINCO.

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AVISO: nesse capítulo contém cenas de violência e tentativa de estupro. Por favor, não leia se você acha que não consegue.

Você me faz forte.

Olho para a porta enquanto escuto batidas incansáveis na mesma.

—Eu vou estar logo ali no banheiro. – Falo sussurrando, Harry quase tem que fazer uma leitura labial. – Você só precisa fazê-lo falar.

Harry faz que sim com a cabeça, e eu selo os nossos lábios com um beijo.

Escondo-me no banheiro, deixando que Styles atenda a porta.

—Quando você vai aprender que não pode fugir de mim? – Seu tom de voz pode ser ouvido por Toronto inteiro.

—Quando você vai entender que eu estou cansado de ser o seu brinquedo sexual?

Sua voz embarga e o meu coração aperta.

—É um hotel bonito. – Simon parece não dar a mínima para o que acabou de ouvir. – Um quarto aconchegante. Por que não me disse que viria?

—Para de fingir que temos respeito um pelo outro, nós não temos. Eu te odeio e você me usa. A mim e a Louis, será que não cansa disso? Esse seu joguinho doentio?

—Quer falar do Louis? Amor, achei que já tivesse superado isso.

—Superar o amor da minha vida? – Meu coração bate mais rápido ainda ao ouvir Harry dizer aquilo. – Você pode até separar a gente com as suas chantagens sujas, Simon, mas nunca vai conseguir mudar o que sentimos um pelo outro. O que temos é de verdade, coisa que você nunca vai saber como é, porque ninguém nem suporta a sua presença.

—Você aprendeu esse discurso barato com ele, não foi? – Reviro os meus olhos. – Blá blá blá, sentimentos, blá blá blá. Vocês me dão preguiça.

—Você me dá nojo.

—Eu não tenho culpa de você ter feito tudo errado, tá legal? Eu queria que você se aproximasse dele, e não que vocês namorassem.

—Você fala como se tudo isso fosse um teatro que você controla. Você me enganou, me tirou de Holmes dizendo que iria me dar um emprego, e eu, no desespero, acreditei em você. O meu pai estava numa cama de hospital e tudo o que você fez foi se aproveitar disso. Você deveria ter vergonha de sair na rua, Simon. Você deveria vomitar sempre que olha no espelho e vê o quão baixo você foi. Comigo, com a minha família e com o Louis.

Ouço Harry soluçar com o choro.

—Por que decidiu falar sobre tudo isso agora?

—Você tentou me matar! – Harry salta. – Não acha esse um bom motivo?

Ele está sendo muito agressivo, será que Simon vai perceber?

Louis, afaste os pensamentos negativos. Tudo isso é uma merda grande demais para aguentar.

Eu só queria o proteger de tudo. De Simon, da dor de perder alguém... Eu só quero protegê-lo.

—Eu não queria te matar. Eu só queria te dar uma lição. – Ele confessa.

Ouço Harry gargalhar alto, irônico e irritado. Eu nunca o vi desse jeito. Meu coração está apertado, sinto que algo muito grande está vindo. Preciso ser forte por ele.

—Me dar uma lição? Eu quase morri. E você nem se dá ao trabalho de negar.

—Olha querido, você não entende!

—Eu não entendo que você é um doente controlador? Eu não entendo que você tem interesse demais no meu corpo para me deixar viver em paz com o Louis?

Scandal • L.SOnde histórias criam vida. Descubra agora