Scandal • L.S

VINTE E TRÊS.

Casa é onde o seu coração está.

Retorno para casa após vender um quadro, algo que não esperava hoje. Isso deu uma levantada no meu astral.

Abro a porta e Lauren, Liam, Zayn e Lottie estão espalhados pela sala, com cara de quem acabaram de receber a pior notícia do mundo.

—Não me digam que vieram aqui tomar a minha casa?! – Falo, ao perceber todos os olhos sobre mim.

—Seu merda, eu vou matar você. – Lauren diz.

—O que eu fiz?

—Você não atende essa droga de celular e some por três horas. Eu odeio você. – Ela vem até mim e me abraça, forte.

—Gente, eu tenho vinte e cinco anos. Sei me cuidar.

Os outros integrantes dessa cena, estão calados e me olhando, com uma expressão aliviada. Particularmente, Lottie.

—O nosso vôo sai em seis horas e você nem fez as malas.

Oh, é. Eu esqueci desse detalhe.

Odeio fazer malas, é o Calvin quem sempre faz isso para mim, ou o Liam. Eu nunca faço, seja porque esqueço ou porque sou preguiçoso.

—Quer me ajudar a fazer isso? – Convido-a.

Ela dá de ombros e levanta do sofá, subindo as escadas para o meu quarto, e eu a sigo.

—Garota-muralha, você está brava comigo?

—Não, olha... Eu sei que Liam já falou tudo o que a mamãe diria se visse você no estado em que está. Então eu vou me poupar.

Abaixo a cabeça e vou em direção ao armário para apanhar a mala, e começo a fazê-la.

—Eu estou animada para o desfile.

—Eu também.

—Faz muito tempo desde a última vez.

—Ei... – Paro de dobrar uma das camisas que coloquei em cima da mala, de qualquer jeito e sento do seu lado, na cama. – Não lembra dessas coisas, ok? Esse é o seu grande retorno às passarelas. Quero que se concentre nisso!

—Eu tô insegura, mas o Tommy tem me ajudado a segurar a barra. E, claro, a mamãe e você, as meninas.

—Tommy é o seu namorado?

Percebo que ela trava, ao ouvir a minha pergunta.

Nunca conversamos sobre isso, eu sempre fui muito ciumento com as meninas, tirando delas a liberdade de me contar sobre os garotos.

—Tá tudo bem, você pode me dizer.

—Ele é. – Ela responde, retraída.

—Você o ama?

Silêncio.

—Eu... Amo.

—Lottie... Eu não vou poder evitar isso. A verdade é que não evitamos o amor nem nas nossas próprias vidas, quem dirá da vida alheia. Eu só quero que tome cuidado, tá legal? E isso vale para todas vocês.

Ela sorri, e seus olhos azuis como os meus, brilham lindamente.

—Eu o amo, Louis. A verdade é essa. O amor me encontrou, e trouxe cor para uma vida inteira cinza.

Eu a entendo. E temo.

—Eu quero conhecê-lo. – Falo, colocando três camisetas dobradas na mala.

—Você vai, assim que chegarmos em Doncaster.

Talvez eu esteja um pouco apreensivo, porque nunca conheci um namorado da Lottie, e ela já tem 18 anos. Nos meus 18, nem virgindade eu tinha mais, já estava perdida há muito tempo.