TREZE.

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Você parece mais feliz.

Estados Unidos da América.

Você me fez sentir livre, por um instante. Talvez não você, em si, mas tudo o que Harry faz e diz para me deixar confortável com quem eu sou.

Quando alguém tira tudo de você, até a sua personalidade, um passeio fora da gaiola faz você pensar que vai ser livre pelo resto da sua vida.

Mesmo que o resto da sua vida sejam dez infinitos minutos.

Ou três dias.

Harry escolheu um hotel confortável, bem no centro da cidade, onde nós podemos ver as luzes pela janela.

Eu coloco a minha mochila em cima da cama, enquanto Styles abre as cortinas do quarto.

Seu sorriso satisfeito me faz perceber que talvez esse seja o meu lugar, talvez esse seja o meu momento de aproveitar o melhor de Wellington, o melhor de Harry.

O melhor de mim, que eu nem sei mais qual é a essência.

Eu caminho até ele, e posso ver que seus olhos estão fixos no céu.

Ele abre a porta que dá acesso á sacada, caminha até ela. E eu, estou sorrateiramente atrás dele.

Harry deposita o peso do corpo nos braços, os debruçando sobre a sacada, mantendo ainda os olhos firmes no céu, o admirando.

Meus braços se amarram em seu corpo, sem que eu possa ter o mínimo de controle.

Coloco a minha cabeça sobre as suas costas, e o sinto respirar.

—Eu estou feliz que aceitou vir comigo.

—Eu estou feliz que tenha me chamado pra vir. Eu gosto da América.

—Eu também. Tudo é mais denso aqui. Eu gosto de intensidade.

—Você está poético demais, Harry Styles. – Sinto suas mãos nas minhas, fazendo movimentos leves e cuidadosos.

—Eu te disse que iria me explicar, você quer ouvir agora?

Faço que sim com a cabeça, sem tirá-la das costas de Styles.

—Eu tive de ir em Holmes. Robin precisava de mim, pelo menos foi o que o homem que cuida da nossa família, disse na ligação.

Solto Harry e ele vira para me olhar.

—E o que você fazia em Brighton?

—Era a festa de Niall, e ele é namorado da Gemma, minha irmã. Eu fui levar ela lá e tudo o que eu não esperava, era você lá.

—E por que tanto mistério? Você poderia ter me dito isso, ao invés de "confia em mim". – Ergo os dedos, fazendo o sinal das aspas.

—É muito mais complicado do que parece ser, Louis. Eu quero que confie em mim.

—Eu quero que me dê motivos para confiar. Por que um homem cuida da sua família? – Questiono, sabendo que Harry é irredutível.

—Não estamos muito bem.

—Financeiramente?

—Não, não só financeiramente. É... Tudo. Foi por isso que eu saí de Holmes, eu não queria ver nada de perto, sei que tudo isso não ia me fazer bem, mas também não faz bem á minha mãe e nem a Robin.

—Você poderia ter me dito, Harry.

—Não, você está quase... – Ele mesmo se interrompe. – Me desculpa. – Harry olha para o chão, parecendo pensativo demais.

Scandal • L.SOnde histórias criam vida. Descubra agora