Scandal • L.S

SEIS.

Nós vamos ter a vida que sabíamos que teríamos.

Lauren finalmente atravessa a porta que antes estava entreaberta, mas agora está escancarada, sinalizando a sua presença.

—Lou! Você ainda tá com o mesmo  cabelo merda do ensino médio!

—É bom te ver também, Jauregui.

Nós nos abraçamos e ali ficamos, por longos segundos.

É muito bom vê-la, já que depois que saímos do ensino médio e ficamos desesperados por faculdade, sempre que nos encontramos, estávamos bêbados além da conta, ou seja, não temos nenhuma história para contar, já que ninguém lembra de nada.

—Como você se perde em Londres? – Dou um passo até a sua bolsa, que está no chão, e a coloco no antebraço, chamando Lauren para dentro da galeria.

—Como você coloca a sua galeria num bairro onde eu nunca visitei na vida? – Lauren segue meus passos.

—Você já se perdeu indo na padaria, em Doncaster. Só existe uma padaria em Doncaster, e você se perdeu indo até lá.

—Ei, a história não foi bem assim.

Nossas risadas se entrelaçam no ar.

—Vem, deixa eu te mostrar a galeria. – Agarro o seu braço e começo a guia-la.

—Então essa é a sua história? – Lauren parece estudar cada centímetro de todos os cômodos onde eu a levo.

—É. Essa é a minha história. O que achou?

—Realmente, Tomlinson... – ela faz balança a cabeça como um sinal positivo – que baita história. Isso aqui é demais.

—Obrigado. – Não consigo esconder o meio sorriso. – Mas e a sua história?

—Eu sou modelo. Entrei nesse ramo tem um ano e meio. Tá sendo maneiro, sei lá. Tô tentando curtir o momento e não me prender muito.

—Se prender muito em quê? – Questiono.

—No meio artístico. As pessoas são realmente cruéis com você, acham que têm poder sobre quem você é. É nojento.

—Você tá segurando a barra?

—Digamos que sim, minha gestão tentou cortar as minhas asinhas, mas eu sou mais esperta que eles.

—Isso me orgulha.

Lauren sorri lindamente em minha direção.

Paramos em frente á porta de correr do ateliê, onde eu percebo uma nuvem de dúvida se formar em cima da cabeça dela.

—O que é isso?

—É o quarto vermelho!

Sua expressão se transforma de repente. Seus olhos esverdeado em contraste com a luz artificial estão arregalados, como quem esperava ouvir qualquer coisa, menos isso.

—Que nojo! – Seu tom de voz é quase gritado.

Minha gargalhada escandalosa ecoa pelo corredor da T. Galerie, e eu não consigo encarar Lauren, que ainda permanece confusa.

—Isso é meu ateliê, sua idiota. – Consigo dizer, porém com dificuldade, já que eu tive a crise de riso do século. – O quarto vermelho é lá atrás.

A expressão de alívio que antes estava pendurada no rosto de Lauren, rapidamente se transforma de novo em terror. E a crise de riso volta.

—É brincadeira, sua idiota. Não tem quarto vermelho, confia em mim.