Capítulo 11 - O retorno

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(...) Delphine falava olhando a plateia intelectualizada que a ouvia com atenção. Sua vista, contudo, ficou imediatamente turva, quando viu aquele que ela não imaginava mais ver. Seu coração começou a bombear sangue com tanta velocidade, que seu corpo começou a suar instantaneamente e cambalear. E só foi escuridão.

Delphine abriu os olhos e a primeira imagem que viu foi um Art extremamente preocupado à sua frente.

— Nossa, graças a Deus. Já estava ficando preocupado. — Art disse aliviado.

Delphine num primeiro momento não conseguiu falar nada, estava confusa tentando organizar os pensamentos. Olhou à sua volta notando além da presença de Art, mais alguns professores do departamento que a encaravam com sincera preocupação. Ela estava numa sala privativa do salão de eventos. Não tardou até que a imagem que a aterrorizou momentos atrás retornasse à sua mente.

— Eu preciso ir. Não estou bem. — falou apressada, tentando se levantar ainda um pouco atordoada.

— Não vou te deixar partir assim. Vou levá-la para um hospital. — Art interferiu em tom sério.

— Não, Art. Eu só preciso descansar. — Delphine finalizou, se desvencilhando de seu chefe e saindo sem olhar para trás.

Art ficou paralisado estranhando o comportamento incomum de Delphine. Sacou o celular e buscou por um contato em seu telefone. Art possuía o contato de cada um dos alunos matriculados em cada uma de suas disciplinas.

— Senhorita Niehaus, aqui é o professor Bell. Desculpe incomodá-la a essa hora, mas acho que o que vou dizer é de seu interesse. — mencionou assim que ouviu a voz da moça do outro lado da linha.

— Boa noite professor. Aconteceu alguma coisa? — a voz de Cosima demonstrava estranhamento, afinal ela nunca tinha recebido uma ligação diretamente de seu professor, e ela sabia a respeito do evento que acontecia naquela noite.

— Sarah desmaiou durante a cerimônia desta noite. Acordou a pouco, bastante confusa e agindo de modo estranho. Saiu rápido daqui. Acho que você deveria saber disso. Deve saber o que fazer.

— Claro. Obrigada. Vou encontrá-la.

**********

Delphine chegou a seu alojamento com o ritmo cardíaco acelerado, suava frio. Entrou e se trancou. Sentou na cama tentando organizar novamente os pensamentos. Era ele. Aquele a quem mais temia. Aquele capaz de por fim à sua vida e de qualquer um à sua volta. E ele não estava ali à toa. Ele tinha ido em busca dela. Peter Westmoreland, era ele na plateia. E era certo que ele havia a visto. Por alguns instantes os olhares dos dois se cruzaram e se mantiveram. Como aquele homem emanava uma energia ruim... Fazia tempo que Delphine não fazia orações, afinal toda sua fé e crença haviam sido abaladas, desde sua fuga da Comunidade. No entanto, nesse momento de desespero ela fez uma prece. Pediu sabedoria para saber como agir. A resposta não vinha. Sem mais esperar ela começou a juntar algumas coisas em uma mochila, o mais rápido que podia. Ela queria ligar para Cosima, mas sabia que não devia. Ela não havia mentido ao falar o quanto aquele homem era perigoso. Ele representava mais perigo do que qualquer outro obstáculo enfrentado por elas, e Delphine era capaz de suportar qualquer coisa, exceto perder Cosima.

Enquanto guardava suas coisas, ouviu batidas na porta. Seu corpo gelou. Agora tudo remetia ao medo. Ela tinha receio em abrir à porta. Se aproximou tentando reconhecer quem deveria ser.

— Sarah sou eu, abra por favor. — Cosima chamou por trás da porta.

Delphine abriu na mesma hora e Cosima entrou afobada. Ansiando por saber o que havia acontecido.

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