Reborn

Capítulo 7 - Lembranças

(...) — Já entendi tudo. Você está dormindo com essa mulher e acha realmente que eu vou ajudar?!

— De verdade? Acho que vai ajudar sim. — Cosima deu uma breve pausa e a fitou firmemente. — E sabe por quê? Apesar de você ter me machucado, me ferido demais, uma coisa que sei a seu respeito é que é uma pessoa justa Ayn. Sabe que, se estou te pedindo, é porque isso realmente importa pra mim.

— Você a ama? — perguntou Aynsley, encarando-a ainda incomodada com o que estava ouvindo.

— Tá falando sério? — Cosima revirou os olhos. — Por que isso importa pra você? Há um tempo atrás, amor não fazia muita diferença.

— Você nunca vai entender Cos. Nem sempre a vida pode ser somente sentimentos.

— Pois pra mim a vida se resume ao que sentimos.

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Anos antes (flashback)

— Você demorou, achei que não fosse vir. — disse Cosima, segurando Aynsley pela cintura e a recebendo animada com um beijo apaixonado.

— Na verdade eu não vou poder ficar meu amor, mas quis vir aqui pelo menos te dar um beijo. — comentou Aynsley acariciando a jovem, que demonstrou desapontamento imediato.

— Nossa, o que houve? Você prometeu que teria a noite de folga. Quase não aproveitamos as minhas férias da universidade.— Cosima demonstrava sua insatisfação.

— Surgiu uma demanda urgente e de última hora minha querida. — respondeu Aynsley mantendo Cosima em seu abraço. — Eu pensei no seguinte, o que acha de você passar a noite aqui? Deixo a chave com você e quem sabe amanhã cedinho não consigo passar aqui pra te ver.

— Isso está me parecendo muito com a promessa de hoje.

Aysnley riu e, segurando firme a nuca de Cosima, a puxou para um beijo profundo, capaz de eriçar a moça por completo, a ponto de deixá-la sem fôlego.

— É acho que me convenceu a ficar. — Cosima sorriu quase boba para a mulher à sua frente.

Aynsley foi embora para o seu compromisso, deixando Cosima. Aquele apartamento, que pertencia à Aynsley, era reservado para o encontro das duas, uma vez que o relacionamento delas tinha que permanecer em absoluto sigilo. A família de Cosima não conhecia sua sexualidade. Se soubesse de seu relacionamento, ainda mais com a advogada da empresa, seria caótico. Além disso, Aynsley cada vez mais crescia na empresa, se fosse descoberta, colocaria tudo a perder. Sua carreira poderia ser diretamente prejudicada, já que o pai de Cosima, seu chefe, tinha grande influência no mundo dos negócios. Mesmo frente a todos esses obstáculos, Cosima já ensaiava mentalmente jantares onde ela revelava a relação com Aynsley. Não gostava de ter que esconder o que sentia, ainda mais por tempo indeterminado. Enquanto ouvia música deitada na cama, seu celular recebeu uma chamada. Era seu pai.

— Cosima, onde você está? — indagou Ethan rispidamente.

— Vou dormir na casa de um amigo, pai.— fez questão de frisar a vogal masculina, no fim da palavra amigo, para evitar um interrogatório e maiores dores de cabeça.

— Esqueceu que hoje temos um jantar importante?! — seu pai praticamente berrou do outro lado da linha.

Cosima havia esquecido completamente daquele jantar, até porque fazia questão de filtrar todo tipo de interação social promovida pela sua família.

— Foi mal pai, esqueci completamente. É realmente muito necessária minha presença?

— Absolutamente! Você é minha herdeira direta. Tem que conhecer nosso mais novo acionista. É uma formalidade necessária. Venha para cá imediatamente Cosima.