Capítulo 18 - Lobos e Cordeiros

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(...) O magnetismo ali era absurdo. Cosima se livrou do short que ainda vestia e retornou a fazer o que mais gostava, explorar cada canto do corpo de Delphine. Uma arte impossível de se enjoar. Assim que a boca de Cosima voltou a beijar os contornos do abdômen de sua namorada, pausando especialmente em cada uma das novas marcas, o sexo da loira começou a pulsar loucamente, não só pelo gesto em si, mas também pelo desejo puro e nato. Cosima não mais adiou, passou os dedos no sexo da loira e pôs em sua boca, relembrando como era aquele gosto e salivando por consequência. Os músculos de Delphine retesaram em reação instintiva e ela gemeu em prazer. Aquilo soava como música aos ouvidos daquela estudante de matemática que, meses atrás, não tinha nem noção de que experimentaria o mais puro e singelo amor.

As duas se demoraram na cama mais do que pretendiam. Após se amarem na cama, foi a vez de se amarem na banheira se perdendo por completo no espaço-tempo e, não propositalmente, alheias às prescrições médicas claras sobre repouso. Aquilo era tão mais do que sexo simplesmente. Era amor, paixão, sintonia, cumplicidade. Uma combinação de sentimentos verdadeiros que fazia com que as duas dividissem ali um universo particular e impenetrável. Quando deixaram o quarto, a manhã já tinha avançado. Foram até a cozinha tomar café, uma vez que a energia tinha se esvaído por completo. Cosima estava até mesmo com um leve remorso, pelas estripulias e consequente descuido com a saúde de Del, mas longe de ser arrependimento. Assim que alcançaram o arco divisor entre a sala e a copa, se depararam com a doutora Palmer, que tomava uma xícara de café acompanhada de sua enfermeira com quem conversava trivialmente. As duas coraram quase que simultaneamente, ao imaginarem se foram ouvidas ao longo da manhã.

— Bom dia doutora Palmer, bom dia Judith. — cumprimentou Cosima, logo seguida por Delphine. As duas responderam animadamente.

— Vejo que parece muito bem-disposta Delphine. — comentou a doutora, com um sorriso de canto de boca, demonstrando que de fato Cosima e Delphine não tinham sido nada discretas, ou que as portas não tinham isolamento acústico suficiente.

— Sim, me sinto muito melhor, obrigada. — respondeu a loira um pouco sem graça e ainda com rubor visível.

— Tome seu café tranquila. — falou novamente a médica. — Mais tarde vamos até o quarto para que eu dê uma checada nos seus ferimentos e te fale a respeito dos resultados de seus exames.

Delphine concordou e o momento do café seguiu bem animado, com conversas de assuntos variados, dentre eles os múltiplos talentos de Paul, dono daquela bela e aconchegante casa. Parecia haver um consenso global sobre as habilidades daquele homem. Minutos depois, conforme o combinado, doutora Palmer procedeu com alguns exames de rotina. Pediu que a loira fizesse alguns movimentos e respondesse a algumas perguntas para ver seu estado não apenas físico, como também psicológico. Verificou os pontos, e estes estavam secando segundo o esperado. Novamente solicitou repouso, hidratação e alimentação leve, além de informar que os exames de sangue realizados indicaram exatamente o previsto, algumas baixas devido a carência alimentar dos últimos dias.

A semana se desenrolou como um sonho. Cosima havia levado Delphine para conhecer o entorno da casa, que era rodeada por uma exuberante paisagem, digna de cartão-postal. A morena era sempre extremamente super-protetora e sempre contrariava Delphine que desejava estender cada vez mais o alcance de sua caminhada. Na sexta a noite, Cosima preparou um piquenique cujo pano de fundo era uma lua cheia simplesmente incrível. De toda a história das duas, sem dúvida aqueles dias estariam sendo os melhores.

— Sabe o que eu estava pensando? — Delphine desafiou Cosima a acertar. As duas estavam deitadas sobre um lençol e cobertas por uma manta, apenas contemplando as estrelas.

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