Capítulo 13 - Batalha ou guerra

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(...) Ela sabia que essas lembranças seriam o gatilho que lhe manteria viva. Como sentia saudade do cheiro de sua amada, que ao contrário daquele lugar, exalava vida, amor e plenitude. Delphine foi então despertada desse doce devaneio pelos pesados passos dele.

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Scott tentava acompanhar sua amiga sem muito sucesso. Ao longo do trajeto, tentou convencer Cosima de se alimentar, mas ela o ignorou por completo. Não exatamente de maneira proposital, era mais como se ela estivesse desligada, em um mundo paralelo. Depois de muito esforço, a morena conseguiu se desvencilhar do amigo e continuar o caminho para seu alojamento. Antes, porém, fez um desvio de percurso e parou em uma loja de conveniência nos arredores do campus, onde comprou duas garrafas de vodca. Retornou ao seu quarto para então provar o amargo sabor da solidão. Apesar de seu alojamento ser para duas pessoas, desde a desocupação de Delphine, nenhum novo estudante chegou, talvez por ser fim do semestre. Cosima fechou a porta como se a partir daquele momento ela pudesse deixar que o resquício de resistência que ainda detinha caísse por terra. Afundou-se na cama e voltou a chorar. Abriu uma das garrafas de vodca barata e começou a bebê-la no próprio gargalo. Bebida ajudava a esquecer, embora Cosima não quisesse isso. Ela queria Delphine mais viva do que nunca em sua mente. O que ela precisava era de algo que ao menos ameniza-se a dor que era quase insuportável. Somado a isso, Cosima, que mais parecia uma flor murcha, cujas pétalas começavam a cair, precisava ainda de uma dose de coragem para contatar Aynsley. A advogada comemoraria ao ver a jovem procurando-a de novo. Era como se a loira tivesse profetizado essa situação no último encontro que as duas tiveram:

- Para que tá ridículo Aysnley. Nunca te imaginei chegando ao nível de querer me comprar. - disse Cosima, já se levantando da mesa e se dirigindo novamente à sala de entrada. Aysnley a interrompeu, segurando-a pelo braço:

- Não existe nada que o dinheiro não compre Cosima. Cedo ou tarde vai aprender isso. E sinto que você vai vir aqui e implorar pelo que acabou de negar.

A primeira garrafa estava vazia quando Cosima pegou seu celular. Mesmo já sob o efeito do álcool, ponderou se era melhor ligar ou mandar mensagem de texto. Dada a urgência e periculosidade do caso, optou por ligar. Muitos toques se deram até a chamada cair na caixa postal. Cosima não deixaria recado, tentaria novamente mais tarde. Insistiria a noite inteira e madrugada adentro se preciso. Sabia que Aysnley não tinha o hábito de dormir cedo. Começou a se aventurar na segunda garrafa e nem mesmo precisou de uma nova tentativa. O nome de Aynsley brilhava na tela de seu celular enquanto o toque do mesmo era crescente.

- Cos? A que devo a honra de seu contato? - a voz do outro lado da linha demonstrava real surpresa.

- Preciso falar com você pessoalmente Aynsley. É urgente. Posso te ver hoje?

- Uhm...bem que eu queria baby, mas é tarde e Chad está aqui. Que tal no final de semana? - sugeriu a experiente mulher.

- Não! É tarde demais! - Cosima soava tensa e descomedida. - Amanhã. Preciso vê-la amanhã então. - se apressou em dizer.

- Ok. Apareça no escritório...

- No apartamento. - Cosima a interrompeu intempestiva. - Posso te encontrar no apartamento?

- Cosima, está acontecendo alguma coisa? - até Aynsley estava estranhando o comportamento da jovem.

- Você pode ou não? - a voz de Cosima já oscilava e sua impaciência transparecia.

- Cosima você bebeu? - Aynsley a interpelou séria.

- Isso não interessa agora. - desconversou Cos.

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