Capítulo 1
POV Beatrice on
“Cheguei mãe!” Gritei, fechando a porta da entrada, dirigindo-me de seguida para a cozinha.
“Então, como foi o dia?” Perguntou, virando-se para mim a limpar um prato que acabara de lavar.
“Normal” Respondi, colocando desajeitadamente a mochila em cima da mesa.
“Então?!” Refilou a minha mãe, fazendo-me revirar os olhos e tirar a mochila da mesa. Coloquei-a no chão e quando ia a sair da cozinha, ouvi a voz da minha mãe.
“O que é que queres lanchar?” Questionou, o que me fez parar e bufar.
“Eu não tenho fome” Disse, continuando o meu caminho até às escadas.
“Mas tens de comer, minha menina!” Ouvi a sua voz novamente.
“Ok. Faz-me umas torradas e um leite, que eu vou só ali a cima”
Corri escadas a cima e entrei no meu quarto, andando apressadamente até à minha secretária. Liguei o computador e este iniciou rapidamente. Rapidamente ouvi um guizinho irritante, o que significa que cheguei mesmo a tempo de falar com a minha melhor amiga, que tem faltado a semana inteira às aulas devido a uma gripe.
“Hey Sam” Sorri para a Sammantha. “Hoje já tens melhor cara”
“É. Hoje, acordei sem qualquer rasto da minha estúpida gripe, mas sabes, não me apetecia nada ir à escola, então fingi estar pior, e acabei por ficar em casa” Sorriu, provavelmente orgulhosa da sua atuação perante a mãe.
“Não mudas, Sam” Suspirei e ri ligeiramente.
“Mas tu adoras-me na mesma” Convencida, mas é verdade, eu adoro-a “Olha, sabias que hoje o Jonah faz anos e vai dar uma festa?” Perguntou.
“A sério? Oh meu Deus, eu cumprimentei-o na escola e não lhe desejei os parabéns” Contei, ficando desiludida comigo mesma, por ter sido tão esquecida, ao ponto de esquecer o aniversário do meu melhor amigo. “E também ele não me disse nada” Porquê que ele não me disse nada?
“Oh, ele diz que te convidou” Encolheu os ombros. “Vais?”
“Claro, é o meu Jonah, ele matava-me se eu não fosse” Rimos as duas “E tu?”
“Eu vou” Sorriu, matreiramente.
“Mas vais às escondidas?” Questionei, mais como uma afirmação.
“Até parece que não me conheces, Trice” Ri-me, afinal, eu já estava à espera.
“Beatrice, o teu leite já arrefeceu!” Gritou a minha mãe do andar de baixo.
“Bem, eu vou falar com a minha mãe e depois ligo-te. Agora tenho de ir lanchar, se não ela tem um colapso nervoso” Despedi-me e rapidamente a sua imagem desapareceu do ecrã.
Levantei-me da cadeira e andei até à porta. De repente, um “pliiim” vindo do computador chamou-me à atenção. Olhei para trás com uma expressão curiosa, e andei ate ele.
«Tem uma nova atualização» Dizia o aviso no ecrã.
Carreguei em atualizar e saí do quarto. Odeio atualizações. Levam sempre uma eternidade e nunca percebi para que servem. Mal me sentei na mesa, devorei as duas fatias de torradas e emborquei o leite pela boca abaixo, deixando a minha mãe com um sorriso.
“Para quem não tinha fome, comes-te rápido de mais” Murmurou.
“Olha, mãe, posso fazer-te uma pergunta?” Sorri, apesar de saber que a graxa não resulta com a minha mãe.
“Depende” Disse, parando de arrumar para me encarar.
“O Jonah hoje faz anos, e ele vai fazer uma festa agora à noite. Posso ir?”
“É a que horas?”
Nesse momento o meu telemóvel vibra. Abro a mensagem e sorrio, ao ver a pontaria da Sam.
“21.30”
“Hum. Vais com a Sam?”
“Sim… hum… quer dizer… não, ela ainda… hum… está doente” Gaguejei, pois não podia lhe podia contar o plano da Sam.
“Quem vai lá estar, que conheças, para além do Jonah?”
“A turma toda” Ok, isto pareceu uma pergunta.
“Hum, está bem, mas tens de ter juízo”
“Mãe, tenho 17 anos, deixa-me em paz” Bufei e saí da cozinha.
“Até porque eu hoje vou fazer o turno da noite na pastelaria”
“Ok” Subi as escadas e regressei ao meu quarto, para escolher a minha roupa.
Ao fim de um longo tempo a desarrumar o meu roupeiro, encontrei um vestido minimamente decente. Não gosto de vestidos, por isso não os compro. Ao não os comprar, quando preciso de algum de jeito, nunca o tenho. Era até ao principio do joelho, com a parte de baixo ligeiramente rodada. Era preto, o que faz com que todos os sapatos fiquem bem com ele. Quando dei por mim, a minha mãe estava a chamar-me para jantar.
Mal acabei de comer, subi e comecei a preparar-me. Apliquei um pouco de rímel e lápis, e uma passagem de blush, para dar cor às minhas bochechas pálidas. Coloquei vaselina nos lábios, para dar um pouco de brilho. Recebi uma mensagem da Sam, a dizer que me esperava nas traseiras da minha casa, no seu carro, apesar de eu não precisar de boleia.
Desci as escadas e despedi-me da minha mãe, saindo de casa.
“Sammy!” Cumprimentei-a, mal entrei no carro.
“Não me chames isso, Trice” Riu e arrancou lentamente até ao outro lado da rua “Até estás bastante gira, para quem normalmente pede ajuda à melhor amiga, a escolher roupa para festas”
“Ah ah, até parece que me visto mal” Fingi rir.
“Não, mas visto que não tens vestidos para festas, pensei em encontrar-te vestida com um saco do lixo, ou um trapo velho da tua trisavó” Rimos as duas.
Parou o carro em frente à casa do Jonah - que só por acaso era em frente à minha - e saímos. A música estava bastante alta, mas todos tinham um ar educado, apesar de serem todos adolescentes.
“Jonah!” Gritei, abraçando-o “Desculpa, eu não me lembrei, sou uma péssima pessoa” Lamentei-me, encarando os seus olhos azuis.
“Não faz mal, Trice, ainda bem que vieste” Sorriu.
“Se não fosse a Sam, não tinha vindo. Porque não me disseste nada?” Questionei.
“Depois de te cumprimentar, é que me lembrei da festa e mandei-te uma mensagem para o telemóvel, à qual não respondes-te” Explicou.
“Oh, eu fiquei sem bateria”
“O que interessa é que vieste” Sorriu.
O ambiente estava agradável. O Jonah sempre foi um rapaz responsável, nunca iria convidar gente “indesejada”. Olhei a Sam e avistei o seu cabelo fluorescente na sala, a dançar ao ritmo da música. Ri-me. Ela não vai mudar, nunca. E ainda bem. Não podia pedir amiga melhor.
Olááá! Espero que tenham gostado do primeiro capítulo! Para a semana há mais. Votem, comentem e divulguem, por favor. Kisses

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Pixelated || H.S.
FanfictionSe algum ser humano o descobrisse, chamar-lhe ia aberração, fruto de bruxaria ou mesmo maldição dos deuses. Já eu, arranjei um amigo, um confidente. Só eu é que sei o que ele sofre, que tem sentimentos, e que não faz simplesmente parte de uma máquin...