Capítulo 3
POV Beatrice on
Acordei na bela manhã de sábado. Não se pode dizer que acordei com os raios de sol a baterem na minha cara, pois hoje o dia está cinzento, para variar. É o típico tempo de Londres a demonstrar os seus dotes, através de litroa de água que caiem dos céus, como se ele estivesse a chorar. Olhei para a almofada que se encontrava a meu lado e vi um pequeno papelinho.
«Afinal hoje tive de ir trabalhar. Vim só a casa comer qualquer coisa. Volto antes do jantar. Beijinhos, mãe»
Ainda bem, assim posso decifrar melhor o caso do Harry. Se é que eu não estava a sonhar, ou coisa parecida. Levantei-me e abri o estore da janela, deixando a pouca claridade do dia entrar. Liguei o computador e esperei ansiosamente os poucos segundos que este levara a iniciar.
“Hey, parece que já não posso descansar mais” Esfregou os olhos.
“Tu dormes?”
“Sim, quando o computador está desligado”
“Isto é mesmo real, não é?” Questionei-lhe, fazendo bufar em frustração.
“Já te disse que sim, umas trinta mil vezes, Trice!” Ele chamou-me Trice, isso faz de nós amigos?
“Ok, ok” Suspirei.
“Tens comida?”
“Sim, no frigorifico, onde tu não podes ir” Relembrei-o, para o caso de se ter esquecido.
“Eu sei, mas eu estou a falar de comida virtual”
“Comida virtual?”
“Sim. Olha, tu tens aquele estúpido jogo de telemóvel em que tens um animal de estimação e que cuidas dele?”
“Sim, toda a gente na minha escola tem” Falei como se fosse obvio as pessoas terem esse jogo.
“Boa. Isso tem comida”
“E como é que vais chegar a ela?” Perguntei-lhe.
“Bem, metes o jogo ligado e ao mesmo tempo ligas o telemóvel ao computador. Eu vou comer e se me apetecer, dar uma volta pelo teu telemóvel, sim?”
“Sim” Levantei-me e fui buscar o cabo de dados. Liguei o meu telemóvel ao computador e este desapareceu do ecrã do computador, para aparecer no ecrã do meu telemóvel.
“Adoro andar por cabos de dados. Parece que estamos no escorrega” Riu-se infantilmente.
“Vá, come e cala-te” Atirei-me para trás na cadeira e olhei o teto. Só a mim.
“Hum, que foto gira, e gosto do cabelo da rapariga” Ouvi-o dizer.
“Quê?” Endireitei-me sobressaltada com a sua fala e observei o rapaz de olhos verdes a observar a minha foto de fundo, em que eu estava com a Sam.
“Bem, já comeste, já podes voltar para o computador” Disse-lhe, tentando evitar que ele andasse por aí, a ver o meu telemóvel.
“Não me parece. Gosto mais do telemóvel e assim, ando contigo” Sorriu.
Ia preparar-me para refilar com ele, mas o telemóvel de casa começou a tocar. Era a Sam, a convidar-me para almoçar em sua casa, para depois fazermos uma tarde de raparigas. Claro que aceitei e fui-me imediatamente vestir. Peguei num chapéu-de-chuva e saí de casa. Agora o Harry estava a acompanhar-me no caminho até à casa da Sam. Não fisicamente, mas pode-se dizer que estava a acompanhar-me, certo?
Cheguei à entrada da sua casa e quando me preparava para tocar à campainha, a voz do Harry interrompeu-me.
“Trice”

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Pixelated || H.S.
Fiksi PenggemarSe algum ser humano o descobrisse, chamar-lhe ia aberração, fruto de bruxaria ou mesmo maldição dos deuses. Já eu, arranjei um amigo, um confidente. Só eu é que sei o que ele sofre, que tem sentimentos, e que não faz simplesmente parte de uma máquin...