Handcuffs (Larry Stylinson)

Obra de arte

O dia estava lindo. O sol brilhava mais que o normal. O céu nunca estivera tão azul e o gramado tão verde. Todo o ambiente natural parecia ter saído de um conto de fadas. A Irlanda é uma amostra de paraíso.

Porém, Harry só tinha olhos para a beleza viva à sua frente, que corria pelo campo com uma bola nos pés.

— Isso, porra! — Zayn gritou, ao que Tomlinson driblou três jogadores do time adversário seguidos.

Os outros meninos também vibraram, juntamente com toda a torcida que assistia à partida. Era incrível a união que o futebol causava em todo o colégio: até mesmo MacAteer estava no campo naquele dia.

Quando o primeiro gol foi feito, por Louis, a plateia toda gritava em harmonia o seu nome. Por fora, ele parecia confiante e destemido, mas se você o olhasse de perto, perceberia o quanto suas mãos tremiam.

— Hey, acho que já é hora dos cartazes que fizemos. — Caleb falou para Niall em tom normal, mas por causa de todo barulho e euforia, soou mais como um sussurro. O loiro concordou com a cabeça e esticou-se para pegar sua bolsa.

Niall e Caleb passaram a tarde do dia anterior montando cartazes de apoio para Tomlinson. Eles estavam padronizados; em todos, tinham escrito "Nós amamos você" em letras grandes e bonitas. Apenas algumas coisas mudavam entre si, como gravuras e detalhes. Exceto o que Harry fizera.

No dele, havia apenas a palavra "Orgulho", estampada no centro da cartolina. Sutilmente, pintara com gizes de cera as cores do arco-íris no papel branco.

(...)

Ainda que o final da partida se aproximasse às pressas, os ânimos dos telespectadores continuavam exaltados.

Ainda que aquele fosse apenas um jogo amistoso, com alunos de outro colégio do país, toda aquela atmosfera era vibrante. Pois, por meio daquele esporte (e também dos outros praticados na instituição), os estudantes conseguiam tirar o melhor de si: Determinação.

Ainda que aquele não fosse o melhor colégio.

(...)

Por conta do placar empatado, a decisão final de qual seria o time vencedor teria que depender do resultado dos pênaltis. A tensão estava mais do que instalada entre os jogadores de casa.

— Nós não podemos deixar esses mauricinhos ganharem! — Louis vociferou, de forma a incentivar os jogadores de seu time. Como capitão, esse era um de seus papéis fundamentais. — Eles viajaram até aqui para aprenderem a como jogar de verdade! — Por mais acirrada que a partida estivesse, ele precisava aumentar a confiança de cada um deles.

Mas seu discurso era também para si mesmo. Seu pé foi machucado em uma falta, porém, mais do que nunca, ele precisava ignorar a dor e ser forte para bater um dos pênaltis. Pelo time.

O capitão da outra equipe pediu uma pausa estendida para que pudessem recuperar um pouco de energia e molhar os lábios. Como seu pedido foi concedido, então Tomlinson não prolongou mais sua fala; para que seu time também descansasse e se recuperasse um pouco.

Saiu do campo mancando e sentou-se nos bancos de reserva totalmente vazios. Esticou-se para pegar sua garrafa de água sem precisar se levantar — de forma que "poupa-se" um pouco seu pé do esforço de ficar de pé — mas acabou se machucando no processo de qualquer forma.

— Porra. — Gemeu de dor. Gotas encorpadas de suor escorriam por sua testa e costas.

— Você 'tá bem?

Finn quem perguntou. Louis observou-o vir se sentar ao seu lado. Os olhos do garoto desceram até o pé machucado. Seu rosto exibia preocupação.

— Yeah. — Mentiu.