Vocês não.

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Flashback

Stanley tremia, ao que andava em direção a sala de MacAteer. Seu corpo borbulhava com uma mistura perigosa de animação, ansiedade, medo de ser pego na mentira e desejo por vingança.

Cada batida na porta de madeira pareceu aumentar seus próprios batimentos cardíacos. Engoliu em seco, respirou fundo e girou a maçaneta.

— Com licença, senhor diretor. Não quero que percas seu tempo, então serei direto. Tenho informações sobre alguém que traz drogas para dentro desse colégio. Com tais simples palavras, a cara de tédio de Gerald foi substituída por uma tensa. Movimentando os dedos bruscamente, chamou-o para dentro do cômodo. Rápido.

— Louis Tomlinson. Ele me ofereceu algumas drogas, eu recusei e ele me ameaçou. Disse que me incriminaria se eu abrisse a boca, porém tive a coragem de vir denunciá-lo. Entendo a preocupação do senhor em manter esse colégio livre dessas coisas, por isso deixei o egoísmo de lado e resolvi arriscar que acreditasses em mim.

O diretor respirou fundo e arrancou os óculos do rosto. Passou a mão pela têmpora; a dor de cabeça triplicava a cada segundo. Olhou para Stanley em uma careta e perguntou: — Você acha que ele é a mesma pessoa que trouxe as drogas que causaram a overdose de Aiden?

Stanley parou, conflituoso. Queria a expulsão de Tomlinson, mas talvez não ferrar tanto assim com a sua vida. Talvez.

— Eu... Não...Sei....

Mais um suspiro vindo do diretor. Continuou o pensamento: — Aiden era um aluno irrelevante. O que me preocupa é que o traficante acabe infectando alunos com pais importantes e isso vire um processo contra o colégio. Contra mim.

Fim do Flashback

Harry, encostado na cadeira que ficava de frente para a mesa de MacAteer, pensava sobre como a vida era insana. Sentia como se fosse ontem que estivesse ali, no mesmo lugar, recebendo as "boas vindas". E, agora, era interrogado como um criminoso. Provavelmente prestes a ser expulso.

— Então, mesmo sabendo que é contra as regras, você decidiu trazer o telefone móvel da sua casa consigo?

— Celular. Chama-se celular. — Corrigiu-o, barbarizado. — O senhor sabe como é, vícios... — Deu de ombros, tentando parecer tranquilo, mas o órgão no seu peito bombeava o sangue de forma agitada.

Harry temia ser separado de Louis. O garoto de olhos azuis era tudo o que passava pela sua mente desde o ocorrido no dia anterior. A imagem dele chorando pisoteava seu coração com mais força do que um milhão de pés de MacAteer conseguiria. E olha que a situação da tela de seu celular era irrecuperável.

— Irei chamar sua mãe. Pode sair. — Dispensou-o.

Do outro lado da porta, Zayn, Liam, Niall, Caleb e Louis esperavam pelo cacheado.

Malik, como não estava no quarto na hora, se livrou do problema; pois manteve seu celular muito bem escondido consigo. Liam, por outro lado, mesmo se estivesse no quarto, estaria longe de problemas: conseguia seguir as regras com facilidade. Ou melhor, havia se acostumado.

Enquanto Niall e Caleb também foram interrogados, mas tudo ficou bem. O loiro levou uma séria reclamação por trazer o frigobar sem consentimento do diretor, mas depois de explicar que os pais tinham se separado e mudado de casa — de forma que nenhum dos dois havia espaço para o objeto em suas respectivas casas novas —, Horan pensou que estaria tudo bem em trazê-lo para si. O que era tudo verdade. E, por último, Caleb, assim como Liam, estava dentro das regras. Só fora chamado por força do hábito de Gerald.

Handcuffs (Larry Stylinson)Onde histórias criam vida. Descubra agora