Don't cry, love

214 33 9
                                    

Harry nunca vira o pátio principal do colégio tão cheio quanto naquele dia: Meninos iam de um lado a outro, suas vozes se misturavam, formando um som impossível de decifrar.

Não eram os únicos a praticamente flutuarem pelo local; três vezes maior era o número de papéis em suas mãos, sendo jogados para cima ou caindo no chão.

Styles só estava ali por Louis: havia concordado com a sugestão de Niall de irem pegar o resultado das provas mais tarde, quando as coisas se acalmassem, mas a ansiedade de Tomlinson era gigantesca. Pela primeira vez, desde que entrara no colégio, tinha a chance de passar direto de ano.

O cacheado até tentara acompanhar o de olhos azuis no percurso até as mesas onde as notas estavam sendo entregues, mas todas aquelas pessoas fizeram com que ele se sentisse sufocado, e voltasse até a parte mais calma.

Tomlinson combinou com Harry de que iria pegar o resultado de ambos antes de ir ao local indicado; ele era ágil, rapidamente já não era mais visível no meio de tantos alunos.

Um som agudo parou toda a movimentação de alunos e papéis: Styles e todos os outros taparam os ouvidos e caretas eram estampadas em seus rostos juvenis.

— Parem onde estão! — Daimian ordenou, após tirar o apito da boca. O resultado fora imediato; como num passe de mágica, todos estavam parados.

Foi formada, no meio da multidão, uma abertura — por onde ele passou, indo até a mesa dos professores. Puxou três garotos aleatórios, Louis sendo um deles. O maxilar de Harry travou.

Daimian posicionou cada um deles em frente a uma mesa diferente e voltou a falar: — Três filas. Em silêncio. E tirem todos esses papéis do chão. — Tão abrupto quanto chegou, se foi. Porém, seu efeito ficara.

Em silêncio, todos os garotos começaram a se ordenar atrás de um dos três; enquanto outros recolhiam os papéis.

Obviamente, por ser o primeiro, Louis logo estava de volta ao lado de Harry. Suas mãos tremiam ao segurar o envelope pálido, enquanto sua expressão não poderia ser mais séria.

— Você está bem? — Perguntou em tom preocupado; Tomlinson parecia que iria desmaiar a qualquer momento. O de olhos azuis fez que não com a cabeça, apertando o envelope num abraço; seus braços agasalhados juntinhos um do outro.

Harry apoiou ambas as mãos nos ombros de Louis; o qual o olhou, parecendo desapontado.

— O que foi?

— O professor não deixou que eu pegasse as suas notas. É melhor a gente voltar para a fila. — O cacheado olhou para a fila que ficava maior a cada segundo, começando a dar voltas.

— Sabe o que eu acho? — Styles o virou para a outra direção, sua mão esquerda na cintura de Louis. — A gente deveria sair daqui. Ainda 'tá muito cedo para tudo... — Balançou a mão livre no ar. —... Isso. Mesmo que você fique em recuperação, as provas só serão semana que vem, não é? — Harry sentiu o corpo de Tomlinson tremer. — Porra, você vai terminar tendo um colapso nervoso por causa desse envelope e eu terei um por causa de você. — Louis sorriu.

— Eu vivo para ouvir você falando palavrão. Combina com a sua voz. Mas é, você está certo. É só que... — Respirou fundo. — Eu já estou tão acostumado a não ter nada, e, agora que tenho a chance de conseguir, vem o medo de fracassar. — Styles acariciou a sua cintura, indo de cima a baixo, tentando confortá-lo.

— A gente vai ao nosso quarto, guardamos esse envelope do demônio, arrumamos alguma coisa para fazer e quando as coisas se acalmarem, o abrimos e decidimos como as coisas serão.

Handcuffs (Larry Stylinson)Onde histórias criam vida. Descubra agora