Familiar

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Segunda-feira, 10h30.

A Inglaterra estava fria, para variar. O aquecedor do carro estava no máximo, mas ainda assim não parecia ser suficiente. Louis queria mesmo era estar num país tropical (com Styles).

— Eu espero que não seja um erro... — Louis sussurrou para Finn. Ambos estavam no banco de trás. Entretanto, não fora o único que ouviu, já que o pai dele, John, deu-lhe uma rápida encarada pelo retrovisor interno do carro.

— Não acho que seja. — Finn sussurou de volta.

Antes que o de olhos azuis pudesse se preparar psicologicamente (não, ele ainda não havia conseguido) para o que estava por vir, o automóvel parou e foi anunciado que tinham chegado ao destino.

Era uma casa grande — tanto de comprimento, quanto de largura — com modernas janelas de vidro claro. O jardim era bem cuidado e repleto de estatuetas. Um labrador preto dormia embaixo da crescente Nogueira que ficava no centro do gramado.

Louis foi o último a sair do carro. Durante o razoável caminho até a porta da frente, ele se manteve atrás de Finn, como se o garoto pudesse o proteger de tudo. Normalmente, em situações de estresse, ele lidaria de maneira diferente, mas essa era uma exceção. Uma grande exceção.

John tirou a chave de casa do bolso e abriu a porta; no mesmo instante, um forte cheiro de chá foi soprado no rosto dos três. E, embora não tenha entrado ainda, Louis estaria mentindo se dissesse que não se sentiu em casa. Aroma muito familiar.

— Holly, querida? — John chamou-a.

— Finalmente! — A voz da mulher estava distante, mais precisamente vinda da cozinha.

O tempo necessário para que todos entrassem e a porta fosse fechada foi o mesmo de Holly chegar à sala de estar. Seu sorriso largo para Finn e o marido se desmanchou assim que colocou os olhos sobre Tomlinson. No lugar dele, seus lábios caíram um pouco, em choque.

— Oi. — Louis ficara completamente sem graça tendo todos os olhos voltados a si. — Tudo bem? — Não tinha a menor ideia do que falar; especialmente por notar os olhos se enchendo de lágrimas da mulher a sua frente.

— Sim, sim. — Ela riu, nervosa, se aproximando mais. — Me desculpe por isso. — Secou as lágrimas com as costas das mãos. — Posso te abraçar?

Tomlinson não respondeu, apenas quebrou a distância que restava entre os dois e a envolveu em seus braços; por Holly ser menor que ele, não foi algo difícil de se fazer. Apoiou seu rosto no topo da cabeça, aliviado por ela não ser capaz de ver que ele também estava chorando agora.

— Talvez eu não deveria dizer isso, mas... — Depois de consideráveis minutos em silêncio, apenas aproveitando o abraço apertado, Holly voltou a falar, com a voz trêmula. — Eu tenho certeza, Louis. Apenas de olhar para você. Eu tenho certeza.

— É engraçado porque eu sempre senti algo diferente com Finn. — Louis virou seu rosto em direção ao garoto que estava um pouco mais distante, porém atento e sorrindo. — Só não imaginei... Que ele seria meu irmão.

Holly respirou fundo, fazendo de tudo para controlar a vontade de chorar. Ela queria conversar com Louis, conhecê-lo, ouvi-lo, saber de tudo sobre a sua vida.

— Eu fiz biscoitos... E o chá vai se esfriar! Nós devíamos nos sentar, e- — Foi interrompida por John:

— Pode deixar, irei trazer tudo para cá. — Apressou-se em ajudar sua esposa. No caminho, indicou o sofá cor de creme. — Acho melhor vocês se sentarem porque há muito para conversar, certo?

Handcuffs (Larry Stylinson)Onde histórias criam vida. Descubra agora