Louis?

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— Eu preciso contar a ele, Finn. — As olheiras de Louis nunca estiveram tão intensas.

— Espera um pouco. Não ainda. — Os olhos de chocolate estavam baixos, assim como sua voz. — Você sabe que não podemos arriscar.

Tomlinson estava exausto, mental e fisicamente. Seu corpo e mente ansiavam por se perder nos braços de Harry e de lá nunca mais sair, de onde é seguro. Mas agora precisava se afastar dele e era a coisa mais difícil que já lhe foi feita.

No exato segundo, Styles passou pelo corredor — mais precisamente, à frente a porta do quarto de Finn, onde Louis estava encostado. Por mais que quisesse demonstrar força, ficou nítido em sua expressão e linguagem corporal o quanto aquilo o estava atingindo. Ele, que estava indo ao seu próprio quarto, deu meia volta para voltar de onde veio.

— Harry! — Louis correu até ele, puxando-o pelo braço, para trás. — Espera. — Assim obedeceu, mas não falou nada. Apenas esperou que Tomlinson falasse o que precisava falar. — Eu. Te. Amo. — Disse pausadamente, pronunciando cada palavra com força.

— Se você quer terminar comigo, só faça isso de uma vez, Louis.

— Não! Não, não... Não quero isso. — A situação inteira estava deixando-o uma pilha de nervos. — Já se passou da hora do jantar, fica comigo. Fica comigo. — Insistiu, desespero em sua voz.

— Como eu poderia dizer não? — Styles se deixou ser puxado pelo toque leve de Louis, não demorando para que chegassem onde o de olhos azuis desejava.

Tendo certeza de que estavam sozinhos e teriam privacidade no quarto deles, puxou-o ao banheiro, só para ter mais um pouquinho de segurança — tendo em vista que a porta de lá, no momento, era a única a ter tranca. Cuidando desse ponto, voltou para o que mais importava.

— Louis... — Com a cabeça encostada no azulejo, Harry o chamou, mesmo tendo Louis já lhe dando atenção.

I missed you. — Tomlinson se aproximou e o seu sotaque forte foi evidenciado mais ainda pelo eco. Ficou de ponta de pé, para alcançar o nariz de Harry e tocou nele com o próprio. Ficaram assim, de olhos fechados, até Styles romper o silêncio:

— Não me machuca.

— Não vou. — Inclinou o rosto. — Você é o amor da minha vida, Harry Styles. E eu te pediria em casamento aqui mesmo, nesse exato momento, se eu tivesse uma porra de um anel.

— Você 'tá chapado? — Harry riu, pela surpresa.

— Pior que não. — Também riu, o acompanhando. — Você sabe que não.

Louis mordeu o lábio inferior ao que Styles se desencostou da parede e uniu seus dois corpos, o máximo possível. — Eu gosto disso. — Toda a tensão evaporou.

— Yeah? — Tomlinson começou a beijar seu pescoço.

— Apenas me prometa que não vais me pedir em casamento enquanto estivermos nesse colégio. — Louis parou o que fazia, encarando sua expressão sarcástica, mas ansiosa por mais toques.

— Tudo o que você quiser.

(...)

Styles abriu os olhos devagar, piscando-os constantemente, perdido sobre onde estava. E o que fazia. Pelos primeiros segundos, pensou que tudo não passara de um sonho, mas Louis sem camisa, próximo de si, dizia o contrário.

Cobriu-o um pouco mais, de uma forma a garantir que não passasse frio, enquanto o admirava, zonzo de sono. "Como é possível amar alguém tanto assim?" pensava.

Embora seu corpo se negasse a sair da cama e ainda estivesse com muito sono, concluiu que não deveria se passar das nove horas da noite; já que os outros garotos ainda não voltaram ao quarto para dormir.

O relaxamento de seu corpo logo infectou também sua mente, deixando o cacheado com mais sono do que poderia lidar com os olhos abertos. Mas não o suficiente para apagar seus pensamentos daquele instante: "É tão estúpido brigar. Eu realmente preciso focar mais nas coisas boas. Em nós."

(...)

E novamente, Harry estava acordado. Ao mesmo tempo em que sentia-se descansado, algo o deixava um pouco ansioso. Como se ele fosse perder Louis de novo.

(...)

O barulho da água do chuveiro indo contra o chão o despertou mais uma vez. Olhou em direção a cama de Tomlinson. Estava vazia. Por que ele estava tomando banho de madrugada?

(...)

Esperou por ele deitado, mas estava demorando demais e agora sua bexiga realmente precisava ser esvaziada. Levantou-se, sem perceber a leve folha de papel caindo de seu peito e voando até o pé da cama.

— Louis? — Bateu na porta. Como não obteve resposta, bateu de novo, com mais força.

— Harry? — A voz do outro lado demonstrava surpresa. — Por que estás acordado? — Era Zayn.

— Por que você está? Você viu o Louis?

— Não... — Não soou nem um pouco convincente. Malik era um péssimo mentiroso.

O moreno abriu a porta, liberando vapor de água quente no processo. Com uma toalha amarrada no quadril e cabelo gotejando pelo corpo, apagou a luz e parou, encarando um Styles estressado.

— Onde ele foi, Zayn? — Perguntou de braços cruzados.

— Eu não sei, Styles. Ele não te contou nada?

Ponto de vista de Louis

Uma hora atrás...

Estar deitado com Harry durante a sensação pós-orgasmo é mágico, mas por mais difícil que seja, eu preciso ir.

Ele estava tão cansado que nem se mexeu enquanto eu me vestia e arrumava minhas coisas. Muito menos quando eu arranquei uma folha do meu caderno e o escrevi um rápido bilhete.

"Harry, há algumas coisas importantes que eu preciso resolver. Estarei de volta em breve, ok? Por favor, não se preocupe, babe. Eu teria lhe contado antes, mas não posso arriscar que me impeças. Obrigado pela melhor noite hoje... Eu te amo, garoto lindo."

Dobrei e coloquei sobre seu tronco. Levantei a minha mala e, assim que me virei para ir embora, ouvi alguém me chamando.

— Você não vai sair do colégio, vai? Pensei que você tivesse parado de fazer isso de vez desde que...

— Parei. — Fui rápido em interromper o que Malik iria falar. — Mas, eu...

Pela porta semi aberta, Finn colocou metade do seu corpo para dentro do quarto. Perguntou num sussurro: — Por que estás demorando tanto?

Zayn não esperou que eu falasse mais nada; seu olhar voltou de Finn para mim e a última coisa que vi dele foi suas costas, enquanto se apressava para entrar no banheiro e evitar uma situação tremendamente desconfortável. Esperto. Gostaria de poder fazer o mesmo, mas agora era hora de ir.

Handcuffs (Larry Stylinson)Onde histórias criam vida. Descubra agora