O dia da verdade chegara. Tudo parecia diferente: O tempo não funcionava direito, nem os órgãos internos de Louis. O coração estava agitado demais, o estômago frenético, o intestino eufórico. E, sua mente, bem... Todas essas coisas juntas.
— Como você está? — Finn perguntou-lhe.
Ambos os garotos ainda estavam deitados, Finn em sua cama e Louis num colchão improvisado no chão, embora ainda fizesse considerável tempo que estivessem acordados.
— Difícil de explicar. — Manteve seu olhar no teto. — E você?
— Com fome. — Espreguiçou-se de forma desajeitada, enquanto bocejava. Louis o encarou; parecia tão... Tranquilo. Não se lembrava mais como era se sentir assim.
— Também. — Lembrou-se de alguém importante. — Posso usar seu celular rapidinho?
— Aham. — Finn procurou pelo aparelho entre os lençóis e travesseiros; depois de vergonhosos minutos, finalmente encontrou-o. Emprestou-o para Louis.
— Droga, a bateria tá em 5%. — Tomlinson constatou. Tentou ser rápido.
(Harry/Louis)
"Hazza, já faz muito tempo que você não me responde. Por favor, aparece. Estou preocupado. Te amo, muito."
— Ele ainda não apareceu?
— Não. — Louis respondeu, de forma triste.
(...)
Para Louis era surreal que um papel iria definir o restante da sua vida. Que, ali, numa simples folha, estaria (ou não) a palavra mais importante que poderia ler. Ainda mais, que a pessoa que digitou o resultado já estava consciente do desfecho, mas provavelmente não da relevância dele.
Soltou o ar preso e fechou os olhos. Era quase impossível conseguir se acalmar naquele momento, mas ele precisava ao menos tentar. Nervosismo nunca facilitou nenhuma situação difícil.
Sentiu uma mão sobre a sua, dando-lhe força. Não precisava abrir os olhos para saber que ela pertencia à Holly.
— Se tem alguém que consegue lhe entender agora, sou eu. — Ela começou. — E te prometo, Louis, que não importa o que esteja escrito nesse papel, sua vida será melhor a partir de agora. Porque eu não permitirei que o contrário aconteça.
— O-obrigado. — Louis não conseguiria colocar em palavras o quão agradecido estava por tudo que Holly fez por ele. Levou a mão vazia o rosto para enxugar desleixadamente algumas lágrimas teimosas que insistiam em escorrer. Voltou a falar: — Vamos abri-lo juntos, sim?
— Claro, Louis.
Aproximaram-se mais um do outro; um segurou o envelope enquanto o outro puxou as folhas para cima.
(...)
Do caderno de MacAteer sobraram apenas cinzas. Daimian as recolheu com cuidado e descartou-as junto às sobras do refeitório. Sorriu aliviado consigo mesmo, por saber que a maior prova de todas acabara de ser destruída para sempre.
Observou a cozinha se tornar escura ao apagar as luzes e, sobrando calma e leveza, fechou a única porta que dava para o local num clique. O molho pesado de chaves foi para um dos espaçosos e frouxos bolsos de sua calça velha.
O ruído do seu assobio, por pior que fosse, era de comemoração. Vitória. E, juntamente com sua postura e expressão facial, fazia o pacote completo.
Porém, um a um, foi-se desmoronando ao ouvir vozes altas exclamativas e corre-corre. A movimentação vinha do pátio principal ou saía dele, era difícil de entender. De maneira cautelosa, misturou-se por entre um grupo de alunos e se aproximou do local.
— Eu quero que uma fila seja formada! — O policial gritava, mas não havia raiva em sua voz. Apenas precisava que todos o ouvissem. — Organizem-se por idade. Por favor! — Parecia cansado, mas com energia suficiente.
Daimian olhou na outra direção, onde os outros policiais — cerca de 10 — estavam juntos. Aquilo não era nada bom.
Apesar de tentar controlar-se, o nervosismo misturado com puro desespero o cegou por tempo suficiente para que, no próximo segundo se enxergasse já algemado.
— O senhor tem o direito de ficar calado. Tudo o que disser pode e será usado contra você no tribunal. O senhor tem direito à um advogado, mas até lá ficará sob nossa observação.
Uma dupla de policiais começou a conduzi-lo ao lado de fora, onde estavam localizadas as viaturas, enquanto os outros continuaram com os estudantes. No meio do caminho, Daimian conseguiu avistar, ao longe, o que considerou que fosse a sombra de seu chefe correndo em direção contrária.
(...)
O abraço de Louis e Holly durou uma eternidade. Não uma do tipo maçante, mas sim uma que passa em segundos.
"Positivo."
VOCÊ ESTÁ LENDO
Handcuffs (Larry Stylinson)
FanficHarry Styles, fazendo o desejo de seu pai falecido, deixa tudo para trás e vai estudar em um colégio interno só para garotos na Irlanda. Logo se vê - literalmente - preso a Louis Tomlinson. Será que isso era realmente o que ele precisava para con...