Capítulo 13

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Manuela

Acordei assustada com minha própria cama, juro ter adormecido naquele sofá delicioso que tem na sala daquele ignorante e chato. Eu pensando que tinha sono leve. Perai, acho que foi ele mesmo que me expulsou de lá, acho que lembro dele me chamando, pisei em falso no degrau e lembrei de que ele me segurou, é, acho que ele não me expulsou, e sim, me ajudou.
Olho no relógio e já passam das 07:00, Lua ainda não acordou pelo visto e Lorenzo deve estar em casa, afinal é final de semana, será que ele trabalha nos dias de hoje também? Bem, vamos ver, a verdade é que hoje não estou com vontade alguma de me sentir mal ou triste, apesar que é como venho me sentindo desde o dia em que entreguei Lua pra Lorenzo. Eu queria que ele ao menos me respeitasse e me tratasse como alguém normal, sabe, ou uma profissional já que sou babá de sua filha no caso, mesmo que eu me considere muito mais que isso a Lua. A ela tenho todos meus sentimentos maternal despertados sem ao menos ter sido mãe de verdade. Mais tudo que recebo dele, quando não é silêncio, são grosseirias.

Depois de fazer minha higiene matinal,vesti uma calça e uma regata e calcei minha sapatilha preta preferida,então eu fui ver se Lua estava acordada e não a encontrei no quarto, estava era tomando sua mamadeira no colo de Lorenzo bem tranquila por sinal, cheguei em silêncio, então deu pra notar a atenção e o carinho que Lorenzo estava dando a Lua, no fundo sentir vontade de ser tratada assim também, com mimos, com carinho, acho que nessa vida quem mais me amou estar ali nos braços dele, que por sinal me odeia sem motivos algum. Me perdi nos pensamentos, lembranças de meu pai vieram, quantas vezes eu chorei querendo atenção e ele sempre dizia "Preciso trabalhar Manuela, não me encha a paciência". Era horrível, tudo que eu queria era um pouco de seu carinho de pai e desde sempre só pude o ver trabalhando e trabalhando. Hoje em dia não sei se ficou mais rico e se foi melhor sem mim, nunca entendi o por que que meu pai não fez de tudo para mim encontrar, simplesmente fugir e ele não se importou, tanto que só fez foi aproveitar e viajar pra longe, com certeza pra mim não encontrar-lo.

Vi que lágrimas rolavam, eu não devia estar lembrando disso, coisas do meu passado que eu deveria manter super enterrado. Talvez se eu nunca tivesse fugido, hoje seria só mais uma rica que nunca viveu o que eu vivi todo esse tempo, quantas coisas aprendir, e olha onde vim parar? Será que se eu voltasse a cidade onde eu morava, eu acharia meu pai? Ou não... ele se foi.

__Tudo bem Manuela? -a voz grossa de Lorenzo me tirou do transe.

__Ah, sim... Eu estou bem. Bom dia.

Respondi secando as lágrimas.

__Bom dia. - ele diz me lançando um olhar de que não acreditou.- Você estava chorando...

__Não é por nada não.

__Nunca conheci alguém que chorasse por nada.-  ele responde soando irônico demais pro meu gosto.

__Pois conheceu agora. - Respondi.

Com as lágrimas emboladas nos olhos em seguida acariciei os cabelinhos de Lua que me deu um sorriso, largou a mamadeira de mão e esticou os braços pra eu a pegar. Lorenzo me entregou ela e me indicou pra mim sentar no sofá, iria comentar ele sobre ontem a noite, porém deixei de lado, afinal ele parecia querer falar algo, porém me analisou alguns minutos, tempo suficiente pra eu ter minha paz sem lembrar do meu pai.

Então soltou, com acusação:

__Manuela, na próxima vez que for ter encontros amorosos, tente não falar da minha vida. Seja ao menos profissional e não fale tanto da sua vida em questão do seu trabalho.

Como?

__Não sei do que estar falando.

Ele só pode ser louco.

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