Capítulo 31

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Lorenzo

Eu não havia matado meu pai.

Vivi anos me culpando por algo que eu não havia cometido, fui julgado por minha própria família. Sentia me sozinho, abandonado, me privei de me sentir feliz muitas vezes, fugir de sentimentos achando que eu não merecia ser feliz, magoei a mãe de Lua quando ela disse que estava grávida e mandei ela tirar minha filha. Mais isso eu já havia me arrependido e o perdão foi concedido no momento em que minha filha chegou a minha casa. Depois agir muito mal com Manuela, que fez de tudo para descobrir o motivo por eu ser assim. A única que teve coragem de buscar me conhecer antes de me julgar, que acreditou muito em mim. Mesmo sem saber que não tinha sido eu, ela me ajudava a tentar cada dia, ir mudando, como se quisesse que mesmo com a culpa, eu fosse feliz. Ela me fazia acreditar que poderia viver mesmo com o passado marcado na minha vida, e agora, eu posso ser feliz sem ter que carregar essa culpa.

Chorei, deixei cair as lágrimas, umas de alegria, outras de muita raiva por aquela mulher ter sido tão fria comigo, de ter culpado um filho de matar o próprio pai. Eu me arrependo de ter brigado com ele, tive meus motivos, mais não acho que foi certo.
Mais não tem como eu voltar atrás. Pelo menos não fui eu. Não desejava a morte dele, mais foi o que ele procurou, se envolvia com prostitutas, mulheres casadas, meu pai fazia minha mãe sofrer demais com seus atos e não quero nunca ser como ele. Jamais.

Acabo de me lembrar que lá em casa estar aqueles que diz ser minha família, tanto tempo longe de mim e agora eles reaparecem para me dizer que eu talvez não fosse o culpado. Pelo menos duvidaram, mais agradeço a Pedro por ter sido sincero, não sei se teria coragem de falar na cara de uma família inteira que a própria mãe havia tirado a vida de um ente que fazia parte daquele clã.

Esperava chegar em casa e não encontrar-los, mais eu sei que dessa vez vão insisti, afinal, não sou mais o assassino e então eles vão querer ficar ao meu lado. Vou perdoar -los, é o que com certeza minhas meninas gostaria que eu fizesse, todavia,  para tudo tem seu tempo.

Manuela

O desespero ainda vinha mesmo sabendo que Lorenzo tinha ido pra empresa, mais quem me garantia que ele estava bem? Era muita coisa pra um dia só, ele não havia matado o pai e isso já tinha sido confirmado. Só me restava esperar...esperar e esperar.

Mais não estava tão disposta a isso, eu iria atrás dele, sinto que ele precisa de mim e nunca errei nas vezes que sentir isso. Decidida, levaria Lua junto a mim, não vou a deixar com estranhos, pra ela até então ainda eram, na sala se encontravam a família dele que por tanto tempo o rejeita-ra.

__Boa noite. Vou atrás de Lorenzo. -avisei.- Agora que sabem que ele não foi o culpado, espero que ao menos tenham a coragem de pedi perdão a ele.

Roger e a mãe pareciam concordar, já a irmã dele, não havia motivos para me olhar como se eu fosse uma ameaça ou mal para Lorenzo. Sair dali disposta a não me importar com ela, havia pedido a Pedro que me levasse a empresa, por sinal ele me garantiu que Lorenzo ainda estava lá, trancado no escritório, não tinha nem recebido ninguém para assunto de trabalho.
Cheguei na empresa e Lua abriu um sorriso grandão ao reconhecer o local de trabalho do pai, quase pulava do meu colo, a essa altura, ela já queria andar sozinha, então a coloquei no chão e segurei sua mãosinha, caminhamos juntas pra dentro da empresa. No elevador, olhei no espelho, eu havia colocado um vestido preto e uma rasteirinha, Lua estava com um vestidinho rosa florido e com uma sapatilha nude, uma princesa.

Quando saímos do elevador, encontro meu irmão conversando com a secretaria de Lorenzo. Ele parecia preocupado e impaciente, dizia algo para a secretaria e quando me viu se calou. Meu coração apertou, o que estava acontecendo?

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