Capítulo 4

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Depois daquele dia as coisas foram ficando cada vez mais complicadas e esquisitas. Fiquei sabendo pelo Cris que aquele demônio era Asmodeu, o demônio da luxuria, que provavelmente eu o havia mandado de volta para o inferno, mas que com certeza logo ela estaria de volta, porque o véu que separa o mundo espiritual da terra era guardado por nós guardiões e muitos estavam desaparecidos então o véu estava cada vez mais fraco e cheio de falhas.

Já fazia duas semanas desde o episódio com Asmodeu e o meu dia de trabalho parecia que não ia acabar mais. Como estávamos no inverno, agora a neve cobria as calçadas e o café onde eu trabalho está simplesmente lotado. Cris e Ben vem aqui todo dia ver como eu estou, segundo eles eu seria um alvo certo agora que eles sabem que eu tenho dois guardiões e isso era único.

- Dessa você precisa parar de viajar amiga, daqui a pouco você vai ser despedida ou pega por esses demônios loucos.

- Anne?! Quando você chegou aqui?

- Há uns cinco minutos atrás, se você está em perigo precisa ficar alerta. E falando em ficar alerta, seus boys magia chegaram.

Olhei pra onde ela apontava e os vi, sorrindo e conversando vindo em nossa direção, lindos como sempre e totalmente alheios aos olhares das mulheres oferecidas que praticamente se arreganhavam para eles. Ben em sua calça jeans escura rasgada e sua camisa preta que destacava seus músculos coberto com um casaco também na cor preta, já Cris com sua roupa toda em tons claros, a calça na cor bege e a camiseta branca combinando com seu sapa-tênis branco e seu sobre tudo bege bem clarinho. Era um contraste evidente entre os dois, o que chamava ainda mais atenção dessas mulheres assanhadas, "mas eles eram meus, meus parceiros da madrugada, os yin yang da minha vida", sorri com meu pensamento bobo.

- Yin e yang? Sério?

Eu sempre esqueço que o Benjamin pode ouvir meus pensamentos e acabo passando vergonha, o Cris já prevendo isso olha para mim já rindo. Eu estava roxa de vergonha claro, depois olha para o Ben que também ria da minha cara.

- O que ela pensou?

- Foi mal cara – ele veio ao meu lado e passou o braço por cima do meu ombro me abraçando – eu prometi para ela segredo absoluto.

Olhou para mim deu uma piscadinha e um beijo na minha testa, olhei brava pra ele.

- Caralho viu, eu não vou me acostumar nunca com isso. Que ódio, não posso nem pensar em paz, merda. Só porque você é bonito e gostoso acha que pode ficar lendo a mente dos outros, vou ter que pensar em português agora?

Cris me olhava assustado, enquanto Ben e a Anne riam.

- Dessa você sabe que eu falo português né?

- Caralho Benjamin.

- Achei que você tava jogando uma maldição nele Dessa, você fala português?

Esqueci que o Cris não sabia da minha origem brasileira, ri da cara de espanto dele.

- Eu sou brasileira por parte de mãe meu bem!

Mandei um beijinho no ar pra ele.

- DESSA!!!!

Ouvi uma vozinha meiga me chamar, já sabia quem era antes mesmo de olhar na sua direção, "minha criança favorita no mundo".

- Sam! – abaixei para recebe-lo em um abraço, já que ele corria em minha direção – Meu amorzinho como você está? Veio com a mamãe?

- Eu vim porque tava com saudade. Sabia que você também é minha adulta favorita no mundo?

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