Guardiões de Almas

Introdução

Era um beco escuro e sujo e eu corria pela minha vida, tudo estava confuso e borrado e eu já transpirava, o beco parecia não ter mais fim, ou era eu que não saía do lugar?

Cada vez mais eles se aproximavam de mim e eu já estava entrando em desespero, olhei para os lados na esperança de encontrar uma solução, já que correr não estava adiantando mais, reparei em uma porta entreaberta por onde saía uma luz forte, como não vi isso antes?

Me virei em direção a porta bem a tempo de ver de relance uma mão atrás de mim agarrar o ar, irrompi pela porta como uma louca sem nem pensar e á bati atrás de mim, conforme meus olhos se acostumavam com a claridade pude ver que estava em meu quarto. O suor escorria pelo meu rosto e se isso não acontecesse desde os meus quinze anos e se não fosse pela dor em meu braço direito onde a mão que agarrou o ar havia me deixado um belo corte, eu juraria que tinha sido um sonho e que eu era sonambula.

Isso estava ficando cada vez mais frequente eu preciso encontra-lo o quanto antes ou posso não sobreviver há outro sonho desses. Olho no relógio ao lado da cama e me aproximo para tentar realmente dormir, já era seis e meia, mas hoje é sábado e estou de folga do trabalho então posso dormir mais um pouco, ou finalmente. Só para garantir que nenhum espectro conseguiu ultrapassar para essa realidade eu conjuro o encantamento do véu para levantar o escudo.

- Scutum auxilii, et animas servorum suorum de nocte ad movebit super eam.

(Escudo da meia noite erga-se sobre seus servos e proteja suas almas)

A barreira reluziu e pude ver que havia uma rachadura bem na direção da porta "puta merda, como assim?". Levantei da cama num salto e conferi se nenhum espectro tinha passado.

- Spectra revelabitur

(Espectros revelem-se)

Soltei o ar, que prendi por instinto, ao perceber que estava tudo bem. Agora mais do que nunca eu preciso encontrar o meu escudo ou meus encantamentos ficarão cada vez mais fracos e não serei capaz de deter os demônios.