Capítulo8

107 6 6
                                    

Duas semanas. Duas semanas é o tempo que passou desde a chegada de Peter. Ele vem ao café todos os dias á tarde e fica horas conversando com a Alice. Hoje não é diferente, lá está ele. Buscou ela na escola e já está ali sentado tomando um café, enquanto a Ali serve as outras mesas. "Sempre que a Ali passa pelo Peter, ele levanta a cabeça e sorri pra ela, que meigo eles fazem um belo casal."

Me assusto com um barulho super alto de algo se espatifando no chão, corro em direção ao barulho e vejo que é a Ali que derrubou a bandeja quebrando tudo. Vou ajudar.

- Dessa você pode, por favor, controlar os seus pensamentos. Eu ouvi tudo e tenho certeza que ele também, você quer me matar de vergonha?

- Ai meu Deus Ali. Desculpa!!

Eu ria muito, esqueci-me disso por um momento, é muita gente na minha cabeça. Era uma cena comum eu acabar pensando algo que me faça passar vergonha. Tudo estava tão calmo, que parecia que aquele pesadelo nunca fosse se realizar. Éramos como pessoas normais rindo de coisas bobas.

- Dessa para de rir sua bocó.

Ela ria também, mas estava muito vermelha.

Como se o universo conspirasse contra mim ouvimos uma explosão do lado de fora, seguida de um tremor. Olhei para a Alice e para o Peter, eles assentiram. Já estavam acostumados com os meus pensamentos suicidas.

- Vou ligar para o meu primo e pro Ben.

Enquanto isso eu corri para o lado de fora, ante o que acontecia não pude deixar de lembrar da minha visão quando vi aquele monte de espectros voando de um lado para o outro e explodindo prédios. Dei um passo para trás, me faltou o ar. Alice veio na minha direção, pegou meu braço e me encarou.

- Respira Andressa. Nas ultimas duas semanas você tem se preparado com o Cris e nós com o Ben, aprendemos muitos encantamentos, tudo pensando em hoje. Sabíamos que esse dia chegaria e nos preparamos o máximo possível. Agora se você não quer que a sua visão se realize precisa se recompor, você não está sozinha.

Olhei para ela, uma adolescente, "como pode ser tão madura assim e tão corajosa?" Prometi que acharia os seus pais e que protegeria a todos e é isso que preciso fazer. Respirei fundo, fechei os olhos.

- Okay, Vamos lá.

Fomos até o Peter que já tinha falado com os meninos. Durante essas duas semanas Cris e eu temos falado com o máximo de guardiões que podemos localizar e temos nos preparado para a luta. Tirei uma foto do que estava acontecendo do lado de fora do café e mandei no grupo dos guardiões avisando que a hora de agir tinha chego.

- Enquanto o Cris e o Ben não chegam nós vamos evacuar a cidade, Peter você e a Alice vão até a delegacia que fica a dois quarteirões daqui e vão pedir ajuda na evacuação. Eu vou distrair os espectros enquanto isso, caso vocês vejam algum demônio se escondam, e me avisem. Vocês sabem que quando estou transformada posso ouvir vocês então me mantenham a par de tudo.

- Dessa não vai fazer nada muito perigoso, se acontecer alguma coisa com você meu primo me mata.

- Nós vamos mas você tem que me prometer que vai pedir ajuda se precisar.

- Okay! Por favor liguem para a Anne. Pede pra ela avisar no hospital que terá feridos. E boa sorte!

Abraço os dois e corro em direção a praça de frente com o café, ao chegar no meio de todo aquele reboliço dou uma ultima olhada para o Peter e a Alice e sorrio tentando passar força para eles.

- AS ALMAS DA HUMANIDADE – finalmente eu entendo essa frase – LIBERTADAS PELO AMOR E SALVA PELOS ANJOS EM UM CONTRATO PARA A VIDA!

Finalmente percebi o que ela quer dizer, nós anjos estamos aqui para proteger o véu que mantém a terra e os seres humanos livres para escolher seus caminhos e evitar que o inferno se espalhe. As vezes quando há alguma falha no véu de uma região os espectros passam e como os seres humano não podem vê-los eles os encorajam a fazer coisas que normalmente não fariam, brincam com suas mentes, causam desastres, incentivam guerras. Guardiões são protetores da liberdade e do amor acima de tudo. Hoje eles escolheram a cidade errada para invadir.

- Et figura spectris probare.

(espectros revelem sua forma)

Eu farei com que todos vejam vocês seus malditos. Minhas asas brilhavam em minhas costas assim como meu corpo, dei um impulso e voei. No momento em que fiz isso eles me notaram, uma centena de espectros veio em minha direção, eu sabia que eles não podiam me tocar, mas eles atiravam bolas de energia negra em minha direção. Eu preciso distrai-los até a área estar liberada.

Eu voava por entre os prédios, subia e descia em ziguezague, desviando dos ataques deles.

"Alice vocês conseguiram liberar alguma área?"

"Os prédios em volta do parque estão livres estamos liberando os outros na redondeza, está difícil. Tome cuidado Dessa."

"Dessa!"

"Ben! Onde você está?"

"Alguns guardiões chegaram estamos na praça, trás os espectros para cá. Fizemos um circulo. Temos um plano."

"Tô indo."

Contornei o prédio em frente ao café e retornei para a praça, os espectros me seguiam bem de perto. "Droga, não vou conseguir me livrar deles na praça, vou ter que entrar bem no meio do circulo." Subi o máximo que pude, quando eles estavam bem na minha cola fiz uma volta e desci com tudo, fechei as asas e mirei no centro do circulo.

De repente ela surgiu na minha frente. Parei com tudo antes de trombar com ela, o circulo estava muito longe. Os espectros me cercaram. "Ben é Asmodeu, ela está aqui!"

- Olá querida, parece que suas asinhas estão menores do que a ultima vez que nos encontramos. Agora você não vai nos mandar para o inferno, nós vamos trazer o inferno até aqui.

Ela gargalhava, sua voz ainda me dava arrepios.

"Dessa foge, você tem que trazer eles até o circulo."

"Estou cercada Benjamin."

Olhei em volta procurando uma brecha, eu estou cercadíssima. O que faço?

- Sabe anjinha, eu vou adorar acabar com você.

Ela fechou a cara e levantou a mão na minha direção, alguma coisa apertou o meu pescoço, tentei me soltar mas ela é muito forte. Com alguns movimentos ela me prensa contra a janela de um dos edifícios e me bate varias vezes, não consigo respirar.

- Argh! Sol...ta.

Eu estava quase perdendo a consciência quando minhas asas sumiram, meu corpo ficou dormente e tudo ficou escuro, senti meu corpo flutuar, ela tinha me soltado e eu despencava em direção a morte. Tudo que eu conseguia pensar era em Ben, Ali, Samy, Peter e Cris e em como eu havia falhado com eles tão miseravelmente.

De repente senti um baque leve e braços ao meu redor. Meio acordada, meio zonza, pude ver um rosto familiar antes de apagar de vez.

 Meio acordada, meio zonza, pude ver um rosto familiar antes de apagar de vez

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.


----------x---------

Bjos Amoras!!

Comentários?? Criticas?? Elogios?? Expectativas??


Guardiões de AlmasOnde histórias criam vida. Descubra agora