Capítulo 12

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- Finalmente! Como vai Mika?

Deixei que uma lagrima rolasse pelo meu rosto ao ouvir ele me chamar pelo apelido, como é bom ouvir a sua voz.

- Porque ainda não desistiu dessa ideia de tornar o mundo seu Samael? Sabe que o Pai jamais vai permitir!

Eu olhava no fundo dos olhos dele, queria poder abraça-lo. Flutuei até ficar na altura dele sem desviar o olhar e em um bater de asas, que não durou um segundo eu estava cara á cara com ele, á centímetros.

Ele fez menção de que iria pegar sua espada e eu coloquei minha mão sobre a sua ainda o encarando. Vi seu olhar vacilar por um segundo.

- Saia de perto do meu mestre sua aberração!

Asmodeu avançava em minha direção com sua espada apontada para o meu peito. Com um movimento rápido eu estendi a mão, ela parou no ar, como se algo invisível a sufocasse.

- Fique longe da briga dos adultos, criança!

Eu disse e á arremessei para o prédio do outro lado da fonte, fazendo com que ela batesse e caísse no chão, desacordada.

Voltei a encarar o anjo na minha frente ainda estático.

- Samael, estou aqui para leva-lo de volta. Por favor, desista disso, se arrependa e volte comigo para casa. Eu sinto sua falta. Já faz milênios que você tenta de todas as formas, por favor Sam!

- Você não entende Mikael. Você conviveu com esses humanos, viu de perto o que são capazes, eles estão destruindo uma das maiores obras já feita pelo nosso Pai, eles matam a si mesmo e ao próximo. Não existe misericórdia, EU NUNCA VOU PERDOA-LOS!!!

Ele me empurrou para trás e empunhou sua espada, não consigo acreditar que ele irá aponta-la para mim mais uma vez.

- Parece que estou novamente no céu, tentando te convencer a desistir, como na primeira vez em que nos enfrentamos. Não quero machuca-lo de novo, eu te amo Samael!

- Você me ama? VOCÊ M.E A.M.A???? Você me traiu Mikael! Me expulsou do céu e agora vai me expulsar da Terra? Pois dessa vez eu não terei medo de machuca-la, dessa vez eu vou matar você Mika.

Ouvir meu apelido ser dito dessa forma tão grosseira e irônica fez meu coração se apertar, como pode o homem que eu amei tanto ser tão frio e mal assim? Será que os anos foram tão maus com ele? Não consigo compreender, será que ele sofreu tanto assim no inferno?

- Não, eu não sofri lá. – Eu olhei para ele, será que falei alto? – Eu era o rei do inferno minha querida, eu que impunha as punições á esses humanos que você tanto defende, eu que vi do que eles realmente são capazes. E você não faz ideia de como eu me senti bem em puni-los.

Eu arregalei os olhos. Suspirei em seguida, já estava quase desistindo de convencê-lo.

- Você se sentiria feliz em punir-me também Sam? Se eu deixar que você me mate e me puna pelo que você acha que fiz de errado, satisfaria o seu desejo? Você seria mais feliz? Você deixaria a Terra em paz?

- NUNCA! Você não entende?? Eu nunca vou deixar esses humanos em paz. Eu vou destruir todos eles!

Ele avançou em minha direção, peguei minha espada e começamos uma luta. A Terra lá em baixo estava o mais absoluto silencio e eu tinha certeza de que eles prestavam atenção no nosso embate sem nem desviar os olhos. Lúcifer avançava em minha direção com ódio e eu desviava e me defendia.

- Lúcifer, por favor, pare com isso!

Eu ainda tentava de todas as formas fazer com que ele me ouvisse, não posso desistir. Como você desisti de alguém assim? Da pessoa que ama. Mesmo no tempo que passei como humana não encontrei uma resposta para isso.

- Mas que inferno, já te disse que não vou desistir. – ele olhou para baixo onde demônios e guardiões nos observavam – Avancem! Matem todos eles!!

Dito isso os demônios avançaram novamente contra os guardiões. Mas a luta estava balanceada, dessa vez os escudos estavam com os guardiões, unidos como um só. A não ser por....Cris!! Procurei-o com o olhar, ele não tinha mais o seu escudo, estaria em desvantagem. Um pouco mais abaixo vi que ele voava em minha direção o mais rápido que conseguia.

Franzi o cenho. Ele vai me atacar??

Guardiões de AlmasOnde histórias criam vida. Descubra agora