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Suraya








Ninguém escolhe por quem vai se apaixonar, ou até mesmo amar. Nossa relação com Taylor é amigável, nos falamos, trabalhamos juntos, e somos pais das mesmas crianças. 

Depois daquela noite turbulenta, Lion melhorou muito o comportamento com o pai, deixa que Taylor participe nos seus ensaios desafinados, responde o pai, mas nada além disso. Lion não deixa ele invadir seu coração, se fecha bastante, mas sei que com o tempo, eles vão melhor.

Hoje é o começou de fevereiro, as crianças vão começar com os estudos hoje, em uma escola particular, ou seja, escola onde estudam os filhos dos ricos deste país. 

Taylor quis que as crianças tivessem aulas particulares com professores que falem o idioma português, e um novo para aprender o inglês, mas a surpresa foi quando eu disse que eles sabem a língua. 

— Eles não precisam disso. — digo o convencendo. Estamos na sala discutimos sobre colocar as crianças na escola, mas Taylor quer que as crianças tenham aulas particulares para depois frequentarem uma escola já com inglês falado. — Eles falam muito bem o seu idioma.

Taylor me olha com os olhos arregalados. Sorrio ver a surpresa dele. Desde aquela noite em que nos beijamos e ele praticamente dormiu no meu peito, nossa relação se tornou mais tranquilo, e amigável. Ele nunca tentou nada fora do comum, me respeita e eu gosto disto.

— Porquê não me disse antes? — se faz de chateado e só consigo gargalhar.

— Não me perguntou! — dou de ombros. — Eles só falam quando se dirigem para ele com o mesmo idioma.

— Quero é ouvir. — diz revirando os olhos.

Balanço a cabeça e chamo por eles em inglês. As meninas surgem na sala e digo para conversar com o pai. Taylor conversa com elas na sua língua e cada vez que as meninas respondem, fica surpreso. Elas tiveram desde pequenos quando aprenderam a falar, aulas de inglês e português. Antes eram falas distorcidas, uma inglês e outra português, durou quase dois anos para conseguirem adequar uma ou outra.

Saio das minhas lembranças quando sinto que já é o suficiente estar debaixo da água. Desligo o chuveiro, me cubro com uma toalha e vou direito para o closet. Me visto com uma saia preta, uma blusa branca e um blasé preto e sapatos altos preto. 

Prendo meus cachos e passo um fixador para deixar brilhante. Coloco uma maquilhagem leve e passo batom marrom nos lábios. 

Olho para Taylor saindo do closet no seu terno escuro azulado e caminha até a mim. Ele nunca fica horrível nesses ternos? Perde a graça estar sempre implacável. E o cheiro me deixa de pernas bambas.

— Vamos, temos que deixar as crianças na nova escola. — caminha e pega em seu relógio e olha para mim. — Ethan vai ser o soldado das crianças agora. Você não precisará mais, Simon e Christopher vão fazer a nossa segurança.

— Tudo bem! — respondo concordando. 

Lembro das palavras de Taylor, sobre a conversa que tiveram naquele escritório com Erick. Saber que minha vida foi mudada por inveja e ego de três mulheres mimadas, filhinhas de papai, foi como uma faca que não merecia, mas acabou por acertar meu coração.

Eu não lembro quais eram o nome delas, mas lembro os rostos, e a forma como era tratada por ser bolsista na faculdade. Sempre evitei o máximo de manter contato visual com elas, não por medo, mas para não arranjar problemas desnecessário.

Taylor garantiu que elas vão pagar por isso, não apoiei nem opus-me contra, apenas deixei a decisão para ele mesmo. 

Não desejo a morte delas, mas também não nego que elas precisam de sentir as consequências dos seus atos, talvez deste jeito elas percebam o quão mal fizeram para mim, mas de tudo, graças a elas, eu não fui morta.

Recomeço - No Meio Da Máfia Onde histórias criam vida. Descubra agora