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Taylor








Eu sabia que era perigoso ceder a ele, mas não tive escolha. Ele tem o meu irmão. Eu não sei quem ele pode ser, mas o que me importa é que ele está com o meu irmão e se não ir ter com ele, esse cara vai matar a única família que me resta, e o único que me faz lembrar da mamãe.

Me sinto impotente com essa situação. Por ora quero correr para Angola, ficar com meus filhos e com a minha mulher para apoia-los nesta situação do aparecimento do pai e avô.

Saber que o pai da minha mulher estar vivo, me causou várias dúvidas sobre tudo que achei que por um pouco, preste a ser resolvido, mas também esclareceu todas as minhas dúvidas.

•••

Um dia antes...

Meu soldado e braço direito, Harry, entra no meu escritório com ele um homem já com uma idade um pouco avançada. Não o conheço, nunca o vi em lugar algum. Olhando bem para ele, parece oprimido, um tanto envergonhado, mas por que será?

- Oi - digo um tanto desconfiado.

- Oi! - ele caminha até mim e me olha muito sério. - Precisamos conversar. - assinto com a cabeça e mostro os acentos, mas ele negam. - Acho que o que vou falar não vai deixar você sentar. - ouço seu suspiro e o homem ao seu lado me olha diretamente, acho que criando coragem. - Esse é o senhor Carlos Costa. - Ele dá pausa depois continua. - O pai da Suraya.

- O quê! - meus olhos estão arregalados.

Esse cara não estava morto? O homem finalmente abaixa o olhar e vejo como se envergonha. Como assim não morto? Onde que estava esse tempo todo tempo então?

- Isso aí. - diz me chamando a atenção e deixo de olhar para o pai da Suraya. - Ele está vivo esse tempo todo.

- Por que só agora apareceu? - o fito transparecendo toda a minha fúria. - Você sabe o que aconteceu com a sua filha?

Ele não responde e se mantém calado, e só desse jeito ele alimenta mais a minha raiva. Sinto vontade de voar em cima dele, mas vendo que é meu "sogro", por respeito a Suraya, não faço nada a ele que seja físico.

- Taylor! - Harry me impede de se aproximar dele. - Se acalme, tens que ouvir o que ele tem pra dizer.

- E o que esse cara tem para dizer a mim? - sorrio debochado. - Me pedir para deixar se aproximar da minha mulher e dos meus filhos? - Zombo ele.

- Agora quer uma chance para recuperar a única filha que lhe resta depois de deixar que a outra fosse morta? -Grito exasperado.

Quem ele pensa que é? Aparecer agora e querer se aproximar da filha, depois de deixar ela ser sequestrada, a mulher e o filho serem mortos? Que tipo de pai é esse homem.

Dou meia volta e me sento na poltrona e tento-me a acalmar. Falta alguns minutos para eu tomar meus remédios, se não o tomar, acho que vou explodir de raiva e tacar tudo no fogo quem ousar me irritar.

Eles me encaram em silêncio, Harry toca no ombro dele consolando. Inferno! Ele merece uns pontapés e não toques no ombro como se ele fosse um inocente. Deixou que sua família sofresse nas mãos do inimigo.

Otário!

Pai da Suraya. Carlos Costa. Um homem alto de 1,80, não mais alto que eu, cabelos grisalhos, acho que deve ter uns cinquenta e meio ou sessenta anos de idade, negro, mas de pele clara, olhos castanhos.

Agora olhando bem pra ele, consigo ver alguns traços que me faz lembrar o rosto da filha. Harry se aproxima de mim e se senta, Carlos também faz o mesmo. Os dois me encaram. Acho que já conversaram, por isso estão tão calmos.

Recomeço - No Meio Da Máfia Onde histórias criam vida. Descubra agora