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Taylor



- Senhor! - ouço o chamado de Simon ao meu lado do cartório.

Faz dez minutos que estou dando registo de morte para o enterro de Theo, mas por precaução para abafar todo o plano de poder simular a morte dele, o farei sempre que for preciso só pra protege-lo.

- O que foi? - murmurei.

- Aqui estão os documentos precisos. - fala me entregando. - Está sendo criada a lápide do sottocapo.

- Óptimo! - falo me levantando do pequeno sofá do cartório.

Desde a notícia que o médico deu sobre a morte dele, foi como um soco no estômago por estar mentindo deste jeito, mas foi o melhor que pude fazer por ele, para todos.

Brittany. Ela é quem mais sofre com essa perda. Theo está em coma, não sabe quanto tempo ficará assim, meses ou anos, os especialistas não têm uma data prevista para isso. O melhor que pude fazer, é simular a morte dele, e deixar ela livre do que presa à um marido que está em coma, e não se sabe se vi voltar a acordar ou nunca mais.

Saio do cartório direito para o hospital, onde todos estão. Decide não divulgar a suposta morte do meu irmão, só para não trazer litígios futuros.

Algumas horas antes, Simon me alertou sobre algo encubada nesta história que ocorreu no cemitério. Os homens que estavam junto com Lincoln neste lance, são homens perigosos, pertencentes a máfia Barker, o pior é que um dos homens, é irmão do líder daquela organização criminosa.

Um outro problema.

Percebi que eles ficaram a saber da morte dele, foram no local do ocorrido, e tiveram algumas conclusões, inclusive, do corpo falecido de um deles. E pelas informações que tiveram, Theo está como suspeito principal disto. Por essa razão, vou esconder Theo de tudo o que é de perigo para essa Barker, nem que para isso, eu tenha que mentir para sua mulher, e para minha, por segurança, a verdade sobre Theo.

Chego no hospital, Suraya está aos prantos, mas ainda assim, consegue consolar a verdadeira dona do luto. Brittany. Vejo um casal de idosos ao seu lado, dando consolo. São os avós dela. Ela deve avisar para eles, como única família que tem, era perceptível que estejam cá tão cedo.

Comprimento eles, seus olhos também estão tristes, partilham da mesma dor da neta. Envolvo Suraya nos meus braços, ela molha minha camisa com suas lágrimas.

Me sinto horrível por estar a mentir assim, sei que não vou ser perdoado, mas nenhum perdão me importa agora, se não for a proteção do meu irmão, vou proteger ele com tudo. Foi uma promessa que fiz a minha mãe.

- Lamentamos a sua perda, senhor Taylor. - disse o avô da Brittany.

- Obrigado Senhor Warren. - falo para ele.

- Eu sinto muito meu amor, seu irmão... o Theo era como um irmão para mim, ele... ele me ajudou desde que... - Suraya fala ao prantos que sou aperto mais nos meus braços.

- Ele está bem agora, amor, fique calma. - tento ser mais convincente ainda.

Não estou chorando, mas meus olhos estão marejados, minha expressão está de pura mágoa, mas não choro, não consigo. Ainda tenho meu irmão vivo.

- Quero ver ele. - olho para mulher a minha frente. Brittany levanta do sofá que estava sentada. - Preciso me despedir do meu marido.

Suraya olha para mim, aliás, todos olham, esperando por uma resposta minha. Suspiro e encaro eles. Não sei nem como começar a falar.

Não posso dizer que o corpo de Theo está sendo transferido agora mesmo para a Suíça, onde lá vai ser tratado até sair do coma. Que está manhã ele foi levado para uma mansão com todo equipamento especializado, identidade falsa, e depois de ser reanimado, está neste momento em um avião?

Recomeço - No Meio Da Máfia Onde histórias criam vida. Descubra agora