23°

9.5K 901 155
                                    

Suraya









Não sei o que acontece fora deste quarto, mas pela demora de Taylor deve ser algo bem grave, e receio pelos meus filhos.  Tinha me esquecido o perigo que essa máfia expõe para nós, principalmente para as crianças.

Por um tempo tive cegueira do perigo, tentei ser feliz e com uma família completa, mas hoje, com este alarme que só soube que existe tocou, um medo tomou conta de mim.

Quando corri para o quarto das meninas, elas estavam apavoradas, Lilly já chorava com medo e Lia enrolada aos lençóis. Quando seus olhos vão em mim, ela corre para os meus braços.

— O que é isso, mãe? — ela soluça nos meus braços.

— Está tudo bem! — a coloco no meus braços e caminho até a cama da Lia. — Filha, vem com a mamãe.

Ela abre os olhos e me abraça tremendo. Não consigo carregar as duas de uma vez, antes quando eram bem mais pequenas, agora crescem que nem feijões.

— Ethan! — grito e ele aparece no quarto com alerto e com a arma nas mãos, arregalo os olhos e ele percebe, esconde a arma na cintura. — Me ajuda com ela.

Lia vai nos braços de Ethan e caminhamos para o quarto de Lion, mas ele já vinham em nossa direção e quando nos vê, vejo o alívio nos seus olhos.

— Mamãe! — ele me abraça. — O que é isso?

— Vamos para o seu quarto agora. — falo e caminhamos para o quarto. 

Ethan coloca Lia no chão, entra mais um dos soldados e trinca a porta com chaves. Sento no sofá perto da janela com as crianças, em silêncio, mas por dentro, rezo que não seja um possível ataque.

Acho que devem ser duas ou uma da manhã e as crianças estão com sono ainda e dormem no sofá, e eu virei apoio. Já faz tanto tempo que estamos aqui, sem resposta, ou pelo menos eu não sei de nada, porque vejo Ethan falando com fones no ouvido. Ainda estou com sono, cansada, mas não consigo nem fechar os olhos por uns instantes sem antes saber o que acontece fora desde quarto.

A porta é aberta e vejo Taylor entrando, depois Jasmim entra. Nos olhamos por um tempo sem falar nada, acho que não é o momento. Ele pega o filho no colo e o leva para a cama depois leva Lilly e ergo Lia nos braços.

— Acho melhor a senhora dormir, Nana, amanhã conversamos, agora temos todos que descansar. — ele fala por fim e nada compreende com carinho e se retira.

Trocamos um olhar até ela desaparecer do meu campo de visão. Caminhamos para o quarto das meninas e a colocamos nas suas camas sem fazer muito barulho. Deixamos o quarto delas e caminhamos para o nosso. Retiro a blusa e sento na cama, enquanto ele fecha a porta e caminha até a mim.

— Estamos seguro? — pergunto finalmente. Ele balança a cabeça. — O que aconteceu?

— Houve uma explosão no galpão, alguém colocou uma bomba nela. — ele responde um tanto decepcionado.

— Sabe quem foi? — ele balança a cabeça concordando. — Quem?

— Acho melhor você não saber, não quero envolver você nisso. 

Se afasta e retira a roupa e deita na cama, faço o mesmo e deito ao seu lado e ele me cobre nos seus braços e beija meus lábios.

— Quero você longe de tudo o que acontece por causa da Cosa Nostra, mas prometo que sempre vou proteger você e os nossos filhos. — ele continua.

— Sei que vai! — beijo sua mão que depois acaricia meu rosto.

— Boa noite amor. 

— Boa noite!

Recomeço - No Meio Da Máfia Onde histórias criam vida. Descubra agora