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Suraya

 


Parece um pesadelo que desejo acordar. Ele nos achou e vai nos matar a qualquer momento. Olhei para ele, vejo que está do mesmo jeito que eu, sem direção e reação. 

Quando João Paulo chamou pelo meu nome falso, despertei daquele jogo de olhares e corri, deixando tudo para atrás sem pensar que estejam me seguindo. 

Peguei pela minha bolsa e corri para as portas do fundo e peguei no primeiro táxi que vi na rua e dei meu endereço. Tive que ir por outra rua para ele não me encontrar. Passei a mão no rosto negando, não acredito que ele me encontrou. Depois de tanto tempo. Deus. O que vou fazer? 

Retiro meu celular do bolso e ligo para Erick que me atende no segundo toque.

— Suraya? — fala — Se tá ligando para pegar as crianças, eu irei daqui a dez minutos não se preocupe....

— Não! — grito — Erick escuta, o Taylor me achou. Precisamos fugir.

— O quê? 

— Eu vou pegar as crianças e buscar a bombinha da Lilly, te espero na entrada do prédio. 

— Eu já vou aí. 

— Não demore! 

Desligo e volto a colocar o celular no bolso. O táxi para na porta da escola, pago e agradeço e saio do carro. 

Caminho até ao portão e Salustiano abre para mim, agradeço e vou direto para o posto socorro, adentro e vejo minha bebê na cama, deitada recebendo ar, Lion e Lia sentados no sofá com as cabeças abaixadas. 

Respiro fundo e cumprimento s enfermeira que lá estava. Me explicou a situação dela. Alguns minutos depois, agradeço e pego Lilly no colo e Lia na mão, saímos da escola e caminhamos até a casa, não pude apressar os passos com medo que ele nos encontre, para não assustar as crianças. Lion segurava minha bolsa e conversava e tinha passos adiantados. 

Chegamos no edifício. Lion andou na frente e subimos no elevador, apertou o botão até ao nosso andar e o elevador foi subindo. Como meu filho é espertinho. O elevador abriu as portas finalmente.

— Eu vou abrir a porta pra vocês, mãe. — assinto e ele apressou seus passos e foi na frente e segui com as meninas. 

Ele abriu a porta e entrou, entramos a seguir, mas algo estava errado. Lion está parado olhando para a frente, e quando meus olhos seguiram os deles, quase que ia ter um treco. 

Como ele conseguiu nos achar até aqui em pouco tempo? Como! A tensão na sala me deixa doida e sem saber o que fazer, não posso fugir agora, com as crianças, ele nos acharia de qualquer modo. 

Quando Lion chama ele de Pai, meu corpo tremeu. Como e sabe que é seu pai? Onde ele o viu? Lilly que estava triste durante o caminho todo, saltou do meu colo e correu para abraçar ele, e percebi como ele não sabe o que fazer com Lilly abraçando ele. 

Se ele não abraçar de volta, minha menina vai ficar mais triste ainda e então tive que fazer algo. Taylor olhou para mim e disse sem soltar a voz — Abraça de volta — parece que ele entendeu, ajoelhou e abraçou Lilly. 

Parecia que são conectados ou algo assim. Minha filha agora a pouco estava tristonha, cansada e sem vontade pra nada, agora que vê o pai, corre para abraça-lo? O que está acontecendo aqui? 

— Papai! — olho para Lia que tinha os olhos cheios de lágrimas e admirada.

Solta a minha mão e corre para abraçar Taylor. Excepto Lionel, ele continua parado, olhando com desprezo pelo pai. Taylor abriu os braços para poder abraçar as duas sem que uma fica de fora. 

Recomeço - No Meio Da Máfia Onde histórias criam vida. Descubra agora