Kiss

3.6K 272 17
                                    

POV Manoela

Ana me chamou para ajudá-la com algo em seu quarto e a segui.

- Pega esses copinhos aí na mesa. - Diz abrindo o guarda roupa e pegando duas garrafas de tequila.

- O que você vai aprontar? - Digo entregando os copinhos.

- Simples, vamos jogar "eu nunca" e ver se conseguimos alguma dica para o que a Giovanna quer. - Disse como se fosse óbvio.

- E você acha que ela vai beber? Ana, ela é hétero, meu anjo. - Digo enfatizando o hétero.

- Simples, se ela beber nas duas perguntas que eu fizer, você vai dar em cima dela e ver o que rola, caso ela não beba pelo menos uma, eu te dou aqueles coturnos que você queria. - Diz sorrindo.

- Com saltos? - Pergunto pensativa e ela faz que sim com a cabeça. - Fechado, mas eu não vou brincar.

- Vai sim senhora, sem mas. - Diz saindo do quarto e eu a sigo.

Chegamos no quintal e Ana avisou sobre o jogo. De início a Giovanna negou, mas a Ana a convenceu. Passaram-se algumas rodadas, até que Ana me cutuca e eu a olho.

- Eu nunca senti vontade de beijar alguém do mesmo sexo. - Disse lançando um sorriso quase imperceptível para Gi.

Sem pensar duas vezes eu bebi, mas me surpreendi vendo Giovanna beber também.

- Falta do mais uma. - Sussurra Ana para mim enquanto solta um sorriso convencido.

- O coturno mais fácil que já ganhei. - Digo retribuindo o sorriso.

Depois de 5 rodadas, eu tinha tomado apenas 2 shots. Quando dei por mim Ana já dizia sua segunda pergunta.

- Eu nunca quis ficar com ninguém que está nessa roda. - Ana Diz me olhando com um sorrisinho.

Bebo meu shot sem preocupação, quando sinto Ana me cutucar e apontar a cabeça na direção de Giovanna. Ela tinha bebido e eu fiquei literalmente de boca aberta. Do nada ela se levanta e diz que não iria brincar mais, entrando para dentro de casa alegando que iria ao banheiro.

- Agora, cumpra com a aposta, perdedora. - Ana me diz rindo.

Me levanto e sigo para o local onde ficava o banheiro.

- Hey, você está bem? - Pergunto assim que vejo a porta do banheiro sendo aberta e Giovanna saindo de lá.

- Resolvi parar, ainda tenho minha sanidade, mas mais um shot e eu não respondia por mim. - Ela respondeu rindo.

- E então, marcou algo com o entregador? - Pergunto a primeira coisa enquanto tento decidir como iria cumprir com a aposta. Me sento no sofá.

- Entregador?- Pergunta parecendo confusa enquanto se senta do meu lado.

- O do cartão, que entregou comida japonesa aquele dia. - Digo como quem não quer nada.

- Ahh, esse. Nem dei moral. - Ela respondeu sem se importar e meu coração bateu mais forte.

- Eu achei que você fosse hétero. - Pergunto mudando de assunto. Ela me olhou com uma cara de confusão e então continuei. - No eu nunca, você disse que tinha vontade de beijar alguém do mesmo sexo. - Falei sem muita importância já com um plano em mente.

- Ah, tenho curiosidade. Quem sabe o meu lado bissexual ainda não foi despertado. - Responde rindo - Limantha nem é beijo de verdade. - Ela solta uma gargalhada e que sorriso lindo.

- Venha para o lado negro da força. - Respondi rindo. Do nada tudo perdeu a graça e meu sorriso morreu quando meus olhos caíram na sua boca. - Sabe, limantha nem consegue dá um gostinho do lado negro. - Disse sentando mais perto dela com as pernas de índio.

- Não mesmo, eu não me importaria de dar mais vida a limantha. - Respondeu repetindo meu ato e focando em meus lábios.

- Eu fiquei com muita dúvida naquela cena do beijo. - Falei tentando focar em seus olhos mas não durei muito e olhei seus lábios convidativos.

- É uma cena muito importante, não poderíamos errar. - Ela respondeu se aproximando.

- Seria inaceitável qualquer erro, por isso a prática é indispensável. - Respondi levando minha mão até sua bochecha e fazendo um carinho lá.

- Eu acho que deveríamos treinar, para ver como fica o clima entre nós. - Disse com a boca praticamente colada na minha. Ela estava se aproximando também? Meu coração já parecia uma escola de samba dentro do meu peito.

- Eu nunca concordei tanto com você. - Respondi partindo em direção a sua boca.

Comecei lhe dando um selinho, sentindo aquela sensação maravilhosa de beijar sua boca. Ela parecia está pronta para aprofundar o beijo.

- Manu, faz outra caipirinha para mim. - Isa grita da porta e nos separamos. Ela estava em outro mundo, totalmente bebada.

Levanto do sofá sorrindo para Gi e levo Isa de lá. Em questão de 3 minutos eu já tinha preparado a caipirinha e entregado para Isa. Praticamente correndo volto para onde estava com Gi, não poderia deixar isso terminar assim. Quando chego percebo que ela já não estava mais lá, e suspiro decepcionada, até que ouço a porta sendo destrancada. Não espero muito, entro no banheiro e tranco a porta. Gi me olha surpresa e sem mais delongas eu a puxo para um beijo, trazendo-a para mim com a minha mão esquerda em sua cintura e minha direita em sua nuca. Ficamos um bom tempo nos beijando até que nossos pulmões começam a reclamar pela falta de ar e nos separamos.

- Nunca fiz uma caipirinha tão rápido na minha vida. - Digo descendo beijos por todo o seu pescoço.

- Agradeço as suas habilidades com a mão. - Diz dando uma mordida de leva em minha boca.

- Qual a sensação de beijar outra mulher. - Pergunto rindo e a vejo abrir um sorriso encantador.

- Ainda não consegui pegar a essência, acho que vou precisar de mais alguns beijos. - Diz me dando um selinho.

Sem esperar mais, a pego pelas coxas e a sento na bancada da pia.

- As ordens, senhora. - Respondi atacando o seus lábios.

Literalmente perdemos a noção da hora, só percebi que fazia mais de 2h que estávamos naquela banheiro quando meu celular toca e alguém bate na porta.

- Manu, está aí? - Gabriel pergunta.

Gi sorri para mim enquanto vai descendo beijos pelo meu pescoço com um sorrisinho sapeca.

- Estou sim, Biel, está querendo usar o banheiro? - Pergunto tentando parar Gi mas ela nem da moral.

- Não, é que a maioria já foi embora, queria saber se viu a Giovanna, estava pensando em rachar um Uber com ela. - Diz.

- A Gi foi embora a tempos já, Biel. - Digo dando um selinho em Gi enquanto tentávamos segurar a risada.

- Nossa, obrigada, vou indo já. Xau. - Diz e não escuto mais nada.

- Será que ele desconfiou? - Pergunto para Gi.

- Eu não to nem aí. - Sorri voltando a me beijar.

Ficamos mais algum tempo lá dentro até que alguém bate na porta novamente.

- Casal, já pode sair. Todos já foram. - Era Ana e ela estava rindo.

- Dorme lá em casa? - Gi me pergunta com aqueles olhinhos pidões quando a ajudo a sair de cima da pia.

A vida imita a arteOnde histórias criam vida. Descubra agora