POV GIOVANNA
Cheguei no estúdio e me dirigi ao camarim. Eu estava de mal humor e com sono, os dois ingredientes para virar o demônio. Fui direto para a maquiagem. Hoje gravaríamos o primeiro beijo demorado de limantha, e eu realmente não sei como isso vai acontecer depois de tudo que se passou ontem.
(...)
- Eeeee, corta! Muito bem meninas, até amanhã. - Disse o diretor.
Diferente do que eu pensava, durante a cena Limantha a Manoela agiu de forma totalmente normal, como se nada tivesse acontecido.
(...)
Estava tomando água no corredor quando percebo que Manoela estava vindo.
- Manu! - Digo assim que ela passa ao meu lado. Mas ela simplesmente continua andando como se ninguém tivesse a chamado. Aquilo acabou comigo, meus olhos marejaram e eu corri para o banheiro, para lavar o rosto.
- Oie, Gi. - Diz Isa, mas seu sorriso morre depois que percebe meu estado. - Então o lance com a Manoela é real? - Eu não disse nada, só a abracei. - Okay, vamos na festa do Hall hoje, e você vai se diverti e tirar essa cara de morta.
- Não estou em viber de festa, Isa. - Digo enxugando as lágrimas.
- Sem mais, Giovanna Grigio! Você vai sim.
Eu não podia ficar esperando meus pensamentos se organizarem sozinhos em casa, certo?
(...)
Ás 21h, eu já estava na festa. Achei a mesa onde Isa estava e fui ao bar. Depois de 2 shots de tequila, resolvi ir dançar. De longe pude ver Manoela chegar, ela parecia ter sido arrastada por Ana, pois estava com uma cara péssima. Nossos olhos se encontraram e em questão de 1 segundo ela desviou.
(...)
- Hey, gata! Está sozinha? - Chegou um rapaz alto e moreno me abraçando por trás.
- Não, vim com a minha consciência, então vai catar coquinho se acha que vai consegui alguma coisa comigo. - Disse saindo de perto dele, mas me arrependi no mesmo momento quando vejo Manoela aos beijos com uma loira. Meu sangue ferveu, eu me sentia tonta e com vontade de esfregar a cara dessa loira no asfalto. Fui ao bar, e pedir o maior número possível de shots de tequila, parei de contar no sétimo que tomei. Eu já não conseguia andar sem segurar em alguém. Sinto alguém puxar meu braço, já estava preparada para virar a mão na cara do desgramento.
- Vamos para casa. - Manoela Disse me puxando entre as pessoas.
(...)
POV Manoela
A Ana tinha me trazido a força para essa festa, eu não queria sair de casa, mas fui forçada. Assim que cheguei já avistei Giovanna na pista de dança, ela se divertia e parecia não sentir nem um pingo de remorço pelo que tinha feito comigo. Ela me fita no mesmo momento e trato de desviar o olhar.
(...)
Depois de 3 caipirinhas eu já estava mais solta, quando estava voltando para mesa com minha caipirinha e 2 shots de tequila para a Ana fui surpreendida por uma loira que me agarrou do nada e meu deu o maior beijo, no começo estranhei, mas logo já estava a beijando também. No final nem fiz questão de saber seu nome.
- Aqui! - Disse entregando os shots para Ana.
Estava em uma mesa, eu, Ana, Isa, Carol, Talita e Deph. Enquanto todas se envolviam em uma conversa animada eu fui reparar na festa. Meus olhos foram parar no bar e vi Giovanna com uma quantidade absurda de copinhos de shot vazios em sua frente.
- Ana! - A chamei.
- Fala. - Disse se virando para mim.
- Você não acha que a Giovanna está bebendo demais? - Pergunto apontando para o bar.
- Se está achando ruim, vai lá e fala com ela. - Disse
Tentei ignorar o fato da quantidade de bebidas que Giovanna ingeria. Até que não consegui mais.
- Será que da para alguma de vocês ir naquele bar e tirar a Giovanna de lá? Ela pode entrar em coma alcoólico. - Digo já nervosa.
- Aí, Manoela, você deveria era resolver os seus problemas com ela e voltarem a se pegar, vocês duas estão insuportável ultimamente. - Disse Isa.
- Eu não tenho nada para resolver com ela. Tem como focar no real problema aqui? - Digo
- Vai la ajudar ela e aproveita para se resolverem. - Disse Carol.
- Nem a pau! - Disse me sentando novamente.
Tentei presta atenção na conversa da roda, mas não consegui. Olhei para o bar e vi Giovanna andando segurando nas pessoas e quase levou um tombo.
- Não vão mesmo? - Pergunto para as meninas mais uma vez e todas fazem que não com a cabeça. - Eu odeio vocês! - Disse me levantando.
- Se resolvam! - Gritou Ana e as meninas bateram palmas.
Apenas mostrei o dedo do meio e segui em direção a Giovanna.
- Vamos para casa! - Disse já puxando ela para fora da festa.
(...)
Ela foi calada o caminho inteiro, a levei para minha casa. Dei um banho gelado e café. Coloquei ela deitada em minha cama e já estava seguindo para o sofá.
- Manu. - Ouço ela dizer.
- Oi. - Digo voltando para perto da cama.
- Obrigada por cuidar de mim. - ela disse, visivelmente ainda bebada.
- Por nada. - Digo sorrindo.
- Eu não gostei daquela loira. - Disse do nada.
- Que loira? - Perguntei confusa.
- A que você estava beijando hoje. Quem ela pensa que é para te beijar? Só eu posso fazer isso. - Disse de olhos fechados e eu ri.
Ficamos caladas por algum tempo, sentei no chão do lado da cama e fiz carinho em seu cabelo. Eu já podia apostar que ela estava dormindo.
- Eu acho que estou apaixonada por você. - Ela disse do nada e eu me assustei.
- Eu acho que você está bebada. - Digo rindo.
- E o que isso tem haver? - Pergunta abrindo os olhos e me fitando.
- Tem haver que quando estamos bebados confundimos as ideias que estão em nossas cabeças e falamos coisa com coisa. - Explico e ela faz que não com a cabeça.
- Mas isso não está na minha cabeça. - Diz simples e fecha os olhos de novo.
- Onde é que está isso então? - Digo rindo.
- No meu coração. - ela diz e eu travo completamente. - Deita aqui comigo, Manu. - Ela pede.
Me levanto do chão e deito ao seu lado, ela logo se conchega.
- Nunca mais vá embora, Manu. - Ela diz simples.
Fico mexendo em seu cabelo até sentir que ela relaxou. Me levantei e fui para a sala. Seria alguma surpresa dizer que não dormi? Aquela frase da Giovanna ficou na minha cabeça a noite inteira.
(...)
8h da manhã e eu não tinha dormido ainda. Resolvi levantar, tomei um banho e fui comprar pão. Fiz café, e quando terminei fui lavar a louça.
- Bom dia. - Ouço atrás de mim e meu coração para.
- Olá. - Digo simples tentando disfarça a situação que fiquei.
- Pq eu estou aqui na sua casa, Manu?- Perguntou confusa.
- Você não lembra de nada que fez? - Pergunto e ela diz que não com a cabeça enquanto tomava o café que eu tinha colocado em uma xícara para ela. - Nem o que falou? - Pergunto.
- Não!

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A vida imita a arte
Hayran KurguUma atriz beija uma pessoa por meses em uma novela e não se apaixona, ou será que se apaixona?