Capítulo 02

376 9 0
                                    


- Isto é fabuloso! - explodiu Eliana.

- Nós temos uma fita de vídeo, gravamos a incursão ao galeão.

- Não acredito! E um galeão?

- Sei lá, Eli. É você que estuda esses negócios...

- A fita está aí?

Tiago gesticulou para César, que lhe entregou a fita. Eliana a pegou e, sem se levantar,

impulsionou a cadeira com pequenas rodinhas em direção à bancada onde estava o equipamento de

vídeo. Enfiou a fita dentro do vídeo e acionou a tecla play. Seus olhos brilhavam, tamanha a ansiedade.

Esperava se deparar com a primeira descoberta importante em sua carreira de historiadora. Ela era

quartanista de História da Universidade Soares de Porto Alegre (USPA), mas já trabalhava na própria

universidade havia um semestre. O filme começou. Os rapazes estavam certos apenas de uma coisa:

aquele barco realmente era português. Alas não era um galeão. Era uma caravela.

- Gente, vocês tiraram a sorte grande! Esse barco é português, legítimo. Provavelmente

construído entre mil e quatrocentos e mil e seiscentos. Só examinando para saber. Deve existir

alguma pista, algum sinal.

Tiago tirou uma moeda do bolso e jogou-a no colo de Eliana.

- É bronze português. - afirmou Tiago.

- Como tem tanta certeza?

- Vendi trinta moedas destas hoje de manha. O cara que comprou disse que eram portuguesas,

autênticas.

- Uau! Vocês estiveram dentro do navio, então?

- Sim. Quase não saímos de dentro dele. Como você viu, o casco está inteiro do lado direito,

achamos um buraco grande do lado esquerdo. Tá vendo, é esse aí. - César apontou o local,

orgulhoso de sua reportagem. - Como pode ver, não é tão grande assim, mas dava pra gente

passar.

- Essa moeda já traz Dom Manuel estampado aqui. Então eu acho que é de mais de mil e

quinhentos, por volta disso aí. - explicou a estudiosa.

- Tem urna coisa esquisita dentro desse porão...

- Todas as escotilhas e entradas do galeão estavam lacradas, pregadas, sem chance de entrar.

- Por quê?

- Sei lá, Eliana. Isso vocês é que têm de descobrir.

- Isso é estranho.

- ... aí está, esta caixa é que é estranha.

Eliana parou de falar, examinando a caixa de metal.

- Tem um negócio escrito, eu filmei, já vai apare...

- Aí, é bem agora.

Eliana congelou a imagem.

- Parece que está escrito INFERNO...

- Vamos descobrir já, já.

Eliana ligou um computador. Na tela do aparelho apareceu uma reprodução fiel do que o monitor

Os seteOnde histórias criam vida. Descubra agora