Se as estrelas falassem (Em Revisão)

Capítulo ll

Abro os olhos lentamente e procuro meu celular para ver as horas. 

- Bom dia Kitty - digo com a voz embargada para minha gata, que se enroscava em meu edredom. 

Acordei mais cedo do que planejava e decido ficar na cama mesmo, já que estou sem compromisso nessa manhã. Verifico minhas mensagens, já que há dias não me interessava pelas incessantes notificações. Respondo rapidamente e ouço minha barriga roncar. 

Me levanto e tomo um banho rápido antes de ir preparar meu café da manhã. 

Kitty fica em volta de mim enquanto faço minha refeição, impaciente, esperando eu colocar ração para ela logo. Quando termino meu café, atendo seu pedido e começo a organizar a casa. 

A vantagem de morar sozinha: você não precisa arrumar bagunça de ninguém, apenas a sua. Termino tudo em menos de 40 minutos.

A parte mais difícil é não ter muita coisa pra fazer. Sou uma pessoa que poucas vezes tem ânimo para fazer coisas diferentes, mesmo necessitando disso.

Lembro-me do livro que minha amiga Scarlet tinha me dado no último fim de semana, que ainda nem havia tirado da estante.

Começo a ler, porém, logo perco totalmente o interesse na história. História de sempre: Moça se apaixona por rapaz, rapaz trai moça, se arrepende e tenta reconquistá-la. Uma bomba de drama, talvez?

Romances nunca me atraíram muito. "Grace e seu coração de pedra", como Jake dizia. Sinto uma tristeza repentina ao me lembrar dele.  Não reprimo as lágrimas, me guiando por antigas lembranças. Apesar de se fazerem 6 anos desde o ocorrido, ainda sinto como se tudo tivesse ocorrido ontem. 

Descobri uma coisa ao perder Jake. A dor nunca passa. Ela sempre vai estar ali. O que acontece é que nosso cérebro tenta se ocupar com outras coisas, ocultando aquele sentimento. Porém, vez por outra, a dor torna a dar as caras, nos obrigando a senti-la, saboreá-la, tão boa quanto um  xarope para tosse, com um gosto amargo.

 O gosto amargo da perda.