Capítulo XVIII

16 3 5
                                    

- Obrigada mesmo, de novo - digo a Michael, me preparando para abrir a porta do meu apartamento, finalmente chegando em casa.

- Não precisa agradecer Grace, graças a Deus você está bem...

- Você quer entrar? - Imagino que o apartamento deve estar sujo, mas ainda o chamo, por educação.

- Não vai te atrapalhar?

- Anh... Não, claro que não.

Abro a porta e faço um gesto para Michael entrar. Kitty começa roçar nele logo que ele se senta no sofá. Quando me dou conta, ela já está deitada em seu colo.

- Sabia que amo gatos? - Michael diz enquanto afaga a cabeça de Kitty.

- Também gosto muito, amo minha Kitty - me sento ao seu lado no sofá e também começo a passar a mão em kitty.

- O que você vai fazer amanhã a noite? - Michael pergunta, após alguns minutos de silêncio.

- Nada, por que?

- Queria te mostrar uma coisa... Achei incrível.

- Que coisa?

- Você vai descobrir amanhã, me espere as 8:30 da noite - olho pra ele desconfiada. Ele se diverte com a minha expressão, e completa, rindo - Não precisa criar paranóias na cabeça, não é nada de anormal ou estranho, relaxa.

- Se você diz... pode ser.

Apesar de Michael não ser mais um desconhecido, ainda não o conheço totalmente. Mas mesmo assim, minha curiosidade me faz aceitar o convite.

Sinto um pouco de sono, então dou um bocejo longo.

- Muito cansada?

- Um pouco.

- Acho melhor eu ir então - ele olha para o relógio - já tá ficando tarde.

Ele se levanta e caminha em direção a porta,  e sigo atrás dele. Nos despedimos com um abraço um pouco demorado. Fico minúscula perto de Michael, então quase sumo em seus braços.

- Se cuida - ele diz, se afastando.

- Você também... Boa noite.

- Boa noite.

Fecho a porta após Michael entrar em seu apartamento.

Começo a pensar em tudo que aconteceu. Ataque cardíaco, meu Deus. Ao me dar alta, o médico me disse para tomar mais cuidado, cuidar melhor da minha saúde, limitar minhas atividades. Isso me deixa um pouco desconfortável, por que não costumo ligar muito pra isso. Acabei aprendendo a conviver com minhas dores, o que me faz levar uma vida "normal". 

Fiquei surpresa com Michael. Ele está se mostrando um ótimo amigo... Poxa, ele ficou comigo o tempo todo, ele me 'salvou', literalmente... Se não fosse ele, talvez ninguém mais tivesse me visto, e eu poderia morrer. Não sei nem o que fazer para agradecê-lo. É como se fosse uma dívida eterna.

Tomo um banho rápido enquanto continuo pensando em meu dia com Michael. Penso em sua prestatividade, em seu senso de humor mesmo eu estando em uma cama de hospital, e principalmente, penso em toda a atenção que ele me dá. Qualidades que sempre apreciei, Michael demonstra com perfeição.

Deito em minha cama e Michael é meu último pensamento antes de  adormecer.

Se as estrelas falassem (Em Revisão)Onde histórias criam vida. Descubra agora