Capitulo 41- Preciso da sua ajuda doutor

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Los Angeles
APARTAMENTO DO DR.CHACE
5 de maio, 9:01pm

Caminhei em direção ao meu carro, com a cabeça cheia de ideias.
Pela primeira vez eu estava aterrorizada com a ideia de perder Jungkook, mas mais do que isso de que ele pudesse ser expulso do país.
Então tive que apelar para minha ultima alternativa.

Depois que acalmei Jungkook sobre a visita do policial, liguei para Cindy a convidando para almoçar comigo. Deixei o coreano com o olhar pensativo, enquanto saia pela porta com certa urgência.
Tinha pouco tempo para agir, e não queria perder um segundo que fosse.

Durante meu almoço com Cindy, contei a ela tudo que Jungkook tinha me contado, e sobre a visita repentina do oficial de justiça que queria interrogar o garoto. Tanto eu quanto ela sabíamos que o coreano estava fora de risco de vida, e que poucos dias eram precisos para que ele ganhasse alta.
Se os policiais arrumassem uma forma de provar que ele estava fora de perigo, certamente Jungkook seria deportado. E eu não podia deixar aquilo acontecer.

-Qual a sua ideia para impedir isso Kim?- perguntou Cindy aquela tarde.

Baixei os olhos preocupada em como ela receberia aquela ideia, depois respirei fundo e encarei seus olhos amendoados.

-Vou pedir ao Dr.Chace que alegue que Jungkook não esta bem mentalmente.- disse com um semblante sério, encarando minha amiga que me olhava atentamente.

Cindy tinha deixado sua salada de lado, para me dar sua total atenção. Mas precisou piscar algumas vezes para entender qual o problema que eu via naquela situação.

-Você acha que ele vai querer ajudar você?- perguntou ela.

Dei de ombros, depois encarei a mesa frustrada. A verdade é que eu não fazia ideia se ele toparia me ajudar ou não, mas precisava tentar.

-Vou contar a verdade para ele, e pedir que me ajude.

Cindy largou o garfo que ainda segurava, e depois suspirou.

-Você vai seduzir ele não é?- perguntou minha amiga tristemente.

Imediatamente olhei para ela com os olhos arregalados.

-Claro que não!- estendi minha mão sobre a mesa, até que meus dedos pudessem tocar os dela, em uma tentativa de fazê-la olhar para mim.- Eu sei que vocês estão saindo juntos Cindy, jamais faria isso com você. E foi por isso que chamei você aqui hoje, preciso que me ajude a convencê-lo caso eu não consiga sozinha. Mas mais do que isso, quero que você não interprete errado quando eu aparecer na casa dele de surpresa.

Cindy já tinha sido muito magoado pelos homens que amou, e mesmo que dissesse que não estava completamente apaixonada pelo médico, eu podia ver em seus olhar como ela estava diferente cada vez que o nome do Dr.Chace era pronunciado. Eu jamais magoaria minha melhor amiga, só esperava que ela soubesse daquilo.

-Você pode contar comigo.- disse ela, apertando minha mão, cheia de compaixão.

E era por aquele simples motivo que eu estava com o coração martelando no peito, quando entrei no carro e segui as instruções de Cindy para chegar a casa do médico aquela noite. Meus dedos estavam tremendo, e meu cabelo amarrado de forma desleixada colavam nas gostas de suor do meu pescoço.
Nunca tinha feito nada parecido com aquilo, e me sentia desconfortável com a ideia de pedir para alguém que mentisse por mim.

Estacionei o carro no meio fio, depois encarei o prédio luxuoso que indicava exatamente o endereço que Cindy tinha me dado. Tinha me certificado que ele estaria em casa, então tudo que me restava era respirar fundo e seguir até a portaria.

-Boa noite senhor.- disse ao porteiro que lia um jornal despreocupadamente.- Gostaria de visitar o Sr.Chace, do 706.

O homem robusto de bigode largo e espeço, me encarou com os olhos desconfiados, depois ligou para o apartamento embusca da permissão que me permitiria entrar.

-Quem gostaria de ver o Sr.Chace?- perguntou o homem, enquanto aguardava alguém atender do outro lado da linha.

-Enfermeira Kim.

Imediatamente o homem mudou comigo. Ele não me encarava mais com o olhar desconfiado, bem pelo contrario sorria como meus pacientes faziam sempre que descobriam minha função no hospital.
O velho efeito de ser enfermeira.
Aquilo o tempo tinha me ensinado, todo mundo gosta de enfermeiros. Até porque somos nós que cuidamos das pessoas que mais precisam. Então basta que alguém saiba que você é enfermeiro para que o tratamento mude, para que as pessoas te levem mais a sério e principalmente gostem de você.
Milagres da enfermagem.

-Pode subir senhorita.- disse o homem com um sorriso no rosto, ganhando uma reverencia em agradecimento de mim.

Caminhei até o elevador, selecionando o sétimo andar nos botões do painel digital. E assim que a caixa metálica começou a subir encarei minha figura no espelho atrás de mim, e meu olhar estava mesmo preocupado.
Talvez eu o convencesse só com aquilo.

Assim que cheguei no andar bati na porta, descartando a campainha sofisticada ao lado da única porta daquele andar.

-Kim?- disse Dr.Chace assim que abriu a porta, e me encontrou parada a sua frente.

Eu nunca tinha visto o homem daquela forma, de um jeito tão despojado e antiprofissional. Estava acostumada a vê-lo de branco, quando não de azul nos eventuais momentos que precisávamos fazer algum procedimento estéril.

-Dr.Chace.- sorri de maneira nada natural.

Ele me deu espaço para passar, me convidando a entrar no seu deslumbrante apartamento sofisticado.

-Aqui eu sou só Chace, por favor.- disse ele, fechando a porta atrás de nós.

Fiquei encarando a elegância do lugar, comparando ao apartamento que eu morava há bastante tempo. Eu até achava o lugar onde eu morava bacana, mas naquele momento percebi que eu não fazia nem ideia do que significava a palavra bacana.
Meu apartamento era aconchegante, porem era minúsculo perto do lugar onde eu estava. Tanto que me sentia perdida quando ele me convidou a sentar no seu enorme sofá em frente a lareira.

-Como você descobriu onde eu morava?- ele perguntou curioso.

Sentei na beirada do sofá, como se não pretendesse ficar muito tempo, enquanto ele cruzava as pernas de maneira confortável. Chace estava de pés descalços, camisa básica e uma calça de moletom.
E fui obrigada a concordar que ele ficava encantador quando não parecia meu chefe.

-Cindy.- disse sem jeito.

Ele sorriu com carinho, o que me aqueceu por dentro. Meu medo com aquela visita era que ele pensasse na mesma possibilidade que minha amiga tinha sugerido. Mas por sorte ele parecia envolvido de mais com ela para pensar que eu estava ali com segundas intenções.

-Preciso da sua ajuda doutor.- disse decidida, encarando os olhos do homem que eu via todos os dias, mas que pouco conhecia. -Mas o que vou pedir não é algo simples.

Chace se endireitou no sofá, assumindo uma postura ereta, antes de cruzar os dedos das mãos, que estavam apoiadas em seu colo.

-Do que se trata?- perguntou ele com um semblante sério.

-Jungkook.

Chace ficou me olhando por um momento, tentando entender o que eu queria dizer com aquilo. Meu coração batia cada vez mais, ao pensar no absurdo que estava prestes a fazer, porque aquela ideia poderia não só acabar com a minha carreira como comprometer ainda mais Jungkook.

-Preciso que o senhor ateste que Jungkook não tem condições mentais de ser interrogado pela policia.- disse exaltada, fazendo com que o médico arregalasse um pouco mais olhos na minha direção.

2 - Salve meWhere stories live. Discover now