PV: Luísa
3 Semanas depois
As coisas aqui dentro de casa não estão boas e eu bem... sinto-me totalmente enganada e machucada.
A cada instante me auto questiono, como puderam mentir para mim por tanto tempo?
Muitas das vezes em que me encontro sozinha no quarto deixo que as lágrimas corram livremente pela minha face. As lembranças do que foi dito naquela sala a três semanas atrás ainda me assombram, porém eu sei que não poderia permanecer assim, portanto me recomponho e para manter um pouquinho da minha dignidade moldo uma frieza e indiferença sobre minha fisionomia sempre que estou em público, entretanto isso é somente uma casca pois por dentro eu encontro-me destruída.
Minha mãe sempre foi uma mulher persistente por tanto sempre que podia vinha ao meu quarto tentando construir um diálogo comigo, mas sinceramente eu ainda não estou aberta a nem um tipo de diálogo, na verdade a única pessoa que consigo conversar é a Júlia, mas ironicamente ela está viajando, e ela mal abre minhas mensagens, portanto não tenho para onde correr neste momento. Sentada em frente a minha penteadeira, respiro fundo e concentro-me em passar o lápis preto sobre a linha d'água do meu olho, e durante este processo pela primeira vez em semanas questiono-me, quem é meu pai?
3 Dias depois-19:20 da noite
- Filha? - Diz minha mãe batendo levemente na porta de meu quarto.
- Oi Mãe.
- Querida podemos conversar?
Suspiro pesadamente aceitando finalmente que precisávamos conversar, por tanto ajeito-me na cama e respiro fundo.
- Podemos Mãe.
Mamãe abre a porta de meu quarto e adentra ao cómodo, logo em seguida ela fecha a porta atrás de si e minutos depois anda em direção a minha cama e assim que está próxima ela senta-se em minha frente, e logo pega minhas mãos e as acaricia.
- Bem querida... eu sei que errei em omitir esse fato por tanto tempo, contudo achei melhor assim, mas vejo que errei. Mas tente entender, depois que você nasceu e eu me separei do seu pai, não existia realmente um sentimento entre nós, ele tinha a vida dele completamente perfeita, por tanto "resolvi" criar você sozinha. Durante esse período que estive só fiquei um tempo na casa de uma amiga, e eu não vou mentir ele tentou por diversas vezes aproximar-se de você, contudo como havíamos brigado antes da separação, tive medo que ele tenta-se tirá-la de mim, afinal ele tem dinheiro e influência, por tanto o mantive longe até alguns anos atrás. Bom mas com o passar do tempo arrumei um emprego aqui em Campinas e acabei conhecendo o Lucas. Ah querida ele era tão lindo, gentil e atencioso eu obviamente me apaixonei por ele de cara, e depois de alguns flertes e saídas ele me pediu em namoro e eu aceitei. No início Lucas te aceitou como filha dele e me ajudou a criar você.
- Se ele me aceitou, então por que agora ele não aceita-me mais?
- Bom Filha... como o tempo foi passando, você foi ficando cada dia mais parecida com o Jaimes, e infelizmente o Lucas se recusava aceitar isso.
- Então ele me odeia, por eu simplesmente me parecer com meu pai biológico?
- Não filha, ele não te odeio, ele só...não consegue aceitar o fato de que você não tem o mesmo sangue que ele, mas acredite querida ele te ama e apesar de tudo sempre será seu pai.
Concordo chateada e abraço minha mãe e durante o abraço sinto como se um peso tivesse sido arrancado de minhas costas, passamos alguns minutos só abraçadas e quando finalmente falo, eu lhe peço algo que de certo modo fez com que até eu mesma surpreendesse-me.
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Daddy Love (Degustação)
Romance+18 Livro O que fazer quando se descobre que sua vida foi uma completa mentira? Essa era a pergunta que Luísa se Fazia no momento em que descobriu que seu "Pai" na verdade era seu padrasto, após a verdade Luísa toma a decisão de conhecer seu verda...