Capítulo 22

5K 563 39
                                    

Sem Revisão!
**

Lucca Albuquerque…

“—  Me diz o seu nome.

—  Não! Larga de ser chata garota. Vai brincar com as suas bonecas e me deixa em paz.

—  Eu sou legal. Você que é um chato. Mas não vou mais ficar aqui,já que sou chata. Tchau.

E quando desço do banco,com um saltinho,ouço bem baixo:

—  Lucca.

—  Você falou comigo?

— Meu nome. Lucca.

— Seu nome é lindo. É um prazer te conhecer Lucca. Seremos grandes amigos.

—  Espero Sinceramente,que não. ’’

Sim. Era ele.

Ergo meu olhar para ele. Sim,para aquele em que eu procurei...aquele que eu esperei incansavelmente durante anos.

E o encontro com aquelas esferas verdes. Esferas que me atormentam todas as noites.

As mesmas esferas em que eu me apaixonei perdidamente.

Lágrimas escorrem pelo meu rosto. Lucca me olhava,perdido.

— Esse tempo todo...era você? - sussurro.

— Sim. - afirma,receoso.

Eu sabia. Bem lá no fundo. Mas descobrir que eu estava certa. Que era ele esse tempo todo,me deixou sem chão.

Desço da mesa e caminho até ele,ficando frente a frente,encarando aqueles incríveis olhos esverdeados.

Ouve-se um estalo. A marca da minha mão fica em seu rosto. Sinto esta queimar,mas a raiva que sinto,me consome.

— Vá para o inferno Lucca. - digo,com raiva.

Começo a sair do escritório quando sou puxada pelo braço.

— Me larga seu cretino! Eu te odeio!

— Me odeia?

— Ódio é pouco. Estava rindo de mim esse tempo todo?

— Ficou louca?

— Eu? Louca? Você sabia. Sabia que eu estava te procurando. Você viu como fiquei destruída pela sua “morte”. Eu desabafei com você ontem. E você assistia a tudo,rindo da minha cara não é? Por ser uma trouxa! Uma idiota!

— Não! Não foi isso!

— CHEGA LUCCA! CHEGA DE MENTIRAS!

— EU NÃO ESTOU MENTINDO! PENSEI EM LHE DIZER A VERDADE!

— E POR QUÊ NÃO DISSE?

— PORQUE EU TIVE MEDO!

Olho para ele,e já não tenho controle das minhas lágrimas,que rolam livremente. Ele caminha até a vidraça da janela,de costas para mim.

— Pela segunda vez na vida eu tive medo. Medo de como reagiria. Medo de pensar que não se lembrava de mim,que havia me esquecido. Não sabia como lhe falar. Acha que eu estava feliz em ver o seu sofrimento? Como acha que me senti ao vê-la com aquele maldito colar?

Ele respira fundo e eu só conseguia chorar.

— Eu fugi do orfanato logo após a sua adoção. Tentei ir atrás de você,mas não encontrei. Passei o pão que o diabo amassou nas ruas. Até que fui encontrado por Benjamin. Ele me ensinou tudo que sei,cada passo para ser um homem bem sucedido. Criei essa empresa,e fui crescendo com o tempo. Esperava ficar bem sucedido,para reencontrá-la,ou você ouvir falar de mim e vir até aqui. Mas esse dia nunca chegou. Eu pensei que estava morta ou havia esquecido de mim. Até que naquela tarde,quando me sujou de sorvete, algo me dizia que eu lhe conhecia de algum lugar. Algo forte se apossou de mim,mas deixei para la. Havia me tornado uma pessoa fria e calculista. Na manhã seguinte,quando olhei aquele currículo e vi seu nome...nossa. Pensei ter ficado louco. Você estava ali,do meu lado,diante de mim. Mas como? Como chegaria até você e dissesse que era eu? Tive medo de me humilhar,de ter se esquecido de mim. Não suportaria. Vê-la com outros caras estava me matando! Mas não podia fazer nada.

Mesmo Sem EstarOnde histórias criam vida. Descubra agora