Amor ou Ilusão? [Livro 2]

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Agora um tutorial de como ser odiada pelos seus leitores.

Não poste por mais de um século e volte com um micro capítulo para dar fim à história.

Marina

Há um ano, entrei num avião, despedindo-me de meu pai e minha melhor amiga. Há um ano não os vejo, apenas por mensagens e raras ligações.

Tenho medo de me esquecer das loucuras que An Lee faz, tenho medo mais ainda que minha "mãe" volte a atazanar ele, mesmo agora enquanto estou fora do país.

Meu aniversário de dezenove anos foi comemorado num shopping aqui perto, onde chamei, além das meninas com quem divido a casa, mas uma garota que se tornou nossa amiga durante as aulas.

Ao menos alguém que pode nos ensinar melhor a falar por aqui.

Débora, de pele bronzeada -ela diz que vai à praia todas as férias-, cabelos encaracolados escuros e um pouco mais alta que eu. Tem um sorriso contagiante, ainda mais com sua risada engraçada. Ela está no mesmo curso que eu, nos conhecemos durante as aulas.

Quando nós cinco decidimos nos juntar em casa da primeira vez, conversamos sobre a vida uma da outra.

Mirela, a italiana, mais nova entre nós. Os pais sempre quiseram que ela viesse para o Brasil, já que quase toda a familia se formou aqui em diversos cursos e faculdades diferentes. Com dezoito anos, ela vai prestar as provas para entrar na faculdade de artes cênicas.

Madison, a canadense. Mais velha apenas alguns meses, se mudou com os pais, mas eles decidiram voltar para o Canadá já que não se acostumaram com o calor daqui. Ela pagava um colégio particular, mas agora optou pela faculdade pública.

Mahara, a indiana. Nunca fora muito rica, mas agora conseguiu se estabilizar e manda algumas economias para a família na Índia. Seu sonho é ser médica, já que seus dois irmãos mais novos, nasceram gêmeos e com problemas de desenvolvimento do corpo, o que atrasa a evolução de seus movimentos.

E eu, uma menina comum que veio para outro país depois de uma desilusão amorosa com um famoso e tenta administrar os estudos em Direito numa faculdade pública e o emprego num shopping durante a noite.

Nossa comunicação em casa na maior parte do tempo é em inglês, mas sempre deixamos escapar algo no nosso próprio idioma ou apenas praticamos com português.

O melhor de tudo, é que consegui me adequar perfeitamente às aulas. Entendo tudo, anoto, faço rascunhos e assisto todos os filmes e leio todos os livros que indicam.

Minha vida é calma, tranquila. Não vou em muitas festas, apenas pequenos passeios com as meninas por alguns pontos da cidade. Não há nenhum garoto que eu venha me interessado.

A maioria do campus é um tanto alienada para outros assuntos, sempre arrastando-se para suas salas, conversando entre si, ou apenas pegando todas.

Meu emprego no shopping já me rendeu algumas situações chatas. Armys me reconhecendo, me julgado, xingando, apenas olhando torto. Nunca digo nada, apenas finalizo a compra delas e as deixo sair cochichando entre si.

A lojinha de cosméticos é simples, apenas a vitrine com produtos alinhados, luzinhas amareladas, paredes escuras e algumas prateleiras com perfumes, maquiagem e cremes.

Quando conversei com a gerente, ela ficou muito mais interessada na minha aparência do que no que eu poderia fazer. Exatamente por isso, fui escolhida para ser garota propaganda. Seguro um perfume, dou um sorriso e eles tiram a foto.

A mulher não parou de falar dos meus olhos, é um pouco engraçado a forma como eles dizem.

"Carai, olha só isso! Man, é muito louco, como assim? Séloko."