Amor ou Ilusão? [Livro 2]

Epílogo

Vou parar de encher o saco de vcs aiai

Acaba aqui msm, manda beijo pro clichê

A presença firme do braço que se entrelaça ao meu apenas me faz ficar mais alheia a cada coisa dita em minha direção ou perto de mim.

Meus olhos, um tanto pesados com a maquiagem elaborada em algumas horas num salão de beleza por perto, se mantém focados no arranjo de flores dependurado na maçaneta da porta dupla da capela.

Alguns fios de meu cabelo repuxam o couro cabeludo, mas não me atrevo a levar as mãos ao penteado minuciosamente preparado em cachinhos delicados que dependem do coque, preso com grampos e presilhas de pequenas florzinhas brancas.

Com um toque suave em meu ombro, pisco apenas uma vez, incapaz de encontrar palavras que possam sair pelos meus lábios coloridos pelo vermelho intenso sem que sejam acompanhadas por gritinhos histéricos.

- Marina... - Me virando lentamente, deparo-me com os cabelos agora então mais uma vez ruivos, um sorriso orgulhoso no rosto de minha melhor amiga que contém as lágrimas que insistem em pingar na saia de seu vestido pérola.

- Você está arruinando sua maquiagem, mulher... - Minha voz sai falhada, rouca e travada por conta das lágrimas presas na garganta.

- Ai amiga... - Seus braços então estão me apertando, a presença de meu pai ao meu lado já não mais tão perto, deixando que An Lee soluce descontroladamente em meu ombro.

Se afastando por completo então, ela abre um grande sorriso.

- Eu disse que me casava primeiro. - Murmuro, vendo-a rir e soltar mais algumas lágrimas.

- Eu não acredito nisso ainda... - Seus dedos alisam as pedrinhas do próprio anel de ouro branco que envolve seu dedo anelar direito. - Hoseok me pegou de surpresa.

- Até porque eu soube assim que nasci que Kim Taehyung iria me pedir em casamento! - Me dando um tapinha leve no braço, rimos fraco até que apenas nos encaramos.

- Não demora, mal tivemos tempo de conversar.

- Faz só um mês que voltei...

- Um mês em que o Taehyung resolveu tomar coragem, e ao mesmo tempo te arrastar pra um monte de lugar e nem me deixar conversar contigo.

- Assim que eu voltar da Lua de Mel eu prometo que vamos sair. - Aperto sua mão, mas então seu rosto se transforma num sorriso pretensioso.

- Lembra quando eu falava vocês usarem camisinha...- Sua voz sai baixa, mas apenas levo a mão ao rosto. - Quero sobrinhos... vários! Então faça o favor de me ajudar com isso.

Nossa risada sai um pouco mais alto no corredor de frente para a porta da sala de cerimônias. Meu pai, encostado numa das colunas ao canto, conversa tranquilamente com a mãe de Lee, os braços cruzados sobre o peito e os olhos avermelhados das lágrimas de derramara no carro.

Sem que eu tenha a oportunidade de dizer mais nada, as vozes que conversavam do lado de dentro do salão se silenciam, os primeiros acordes da música tomando conta do ambiente.

Com o coração disparado, sinto o abraço de An Lee antes dela se afastar, dando lugar ao meu pai novamente.

Desaparecendo pela porta mais afastada, mãe e filha adentram o salão, me deixando sozinha, à beira de um ataque, ao lado de meu pai, que me encara com os olhos marejados.

- Eu diria que sua mãe estaria orgulhosa... mas ela está em alguma ilha do pacífico com aquele cara, então... - Dando de ombros, meu pai segura minhas mãos. - Eu estou orgulhoso de você, Marina.