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Marina

A voz um tanto metálica de uma das garotas atrás dos balcões prateados indica o décimo embarque da manhã, com destino para Brasil.

Pelo o que eu posso ver pelo Twitter -em outra conta, já que a antiga estava sendo alvo de ameaças de várias pessoas que sequer conheço, basicamente sobre minha "traição" para com Taehyung- Bagntan ainda está no Japão, no início do segundo dia de suas duas semanas no país.

Quando diversas mensagens, em vários lugares diferentes, começaram a surgir, dizendo que "Kim Taehyung foi visto entrando numa boate e horas depois buscado pelos demais integrantes de seu grupo..." começaram a surgir, criou-se a polêmica do século.

Não tão grande quanto nosso namoro e nosso término repentino, mas um assunto tão grande que todas as empresas lutaram para apagar as mensagens que foram postadas na madrugada de hoje.

Eu até poderia pensar que é mentira. Taehyung nunca frequentaria lugares como esse, muito menos os outros meninos. Não apenas pela história impecável, sem muitos assuntos reveladores, mas por não ser o que eles fazem.

Se fotos em outras redes de comunicação não fossem trocadas a todo momento, mostrando Taehyung entrando na boate. Taehyung bebendo dentro da boate. E Taehyung aparentemente se divertindo ao lado de garotas. Strippers, pelo o que uma das fotos mostra.

Mas no momento, minha preocupação não é com quantas prostitutas Kim Taehyung fodeu em uma madrugada.

E sim como nunca pensei que fosse tanto querer permanecer em um abraço.

Com menos de quinze minutos para chegar até minha poltrona dentro do avião, os braços de An Lee me prendem à si, enquanto coloco a mesma força para segurá-la comigo.

- Certeza que não quer desistir? - Ela pergunta, a voz chorosa enquanto ainda me segura. - Sua ideia foi tão de repente...

- Já disse que faz muito mais tempo que eu pensava em viajar, Lee. Só não ia por causa do Taehyung, mas agora que ele não está mais aqui... não tem muita coisa que me prenda. - Sinto sua mão se chocando contra minhas costas num tapa. Mas assim como a agressão pacífica de minha amiga, citar ou ouvir o nome dele já não me dói mais.

- Como assim não tem muita coisa que te prenda? - Ela se afasta, mas ainda segura meus braços. - Eu sou o que?

- Você é a única amiga que eu tenho que durou mais de três meses, já que se acostumou com meus momentos de realidade estampada e minhas crises de 'não me toque'.

- Exatamente, por isso que estou aqui! Para te mostrar quando está fazendo alguma coisa errada! - Ela me sacode de leve, os olhos vermelhos. Não posso mais comparar com seu cabelo, já que mechas loiras e castanhas caem por seu rosto.

Quando a menina apareceu com o cabelo em cores diferentes, tenho certeza de que toda Seul ouviu meu berro.

- E você acha que estou... fazendo alguma coisa errada? - Pergunto, encolhendo um dos ombros e apertando os olhos, esperando que ela grite comigo.

Mas tudo o que sai de sua boca é um suspiro, enquanto ela volta a me apertar em um abraço.

- Tenho plena certeza de que nunca fez algo tão certo assim. - Ela murmura, enquanto eu rio.

- Nem quando eu te ajudei com aquele cara que você teve uma paixonite e eu... - Ela me interrompe com um tapinha, me fazendo rir mais.

- Tudo bem, já esteve certa outras vezes... mas agora... - Ela me encara, ficando séria. - Se me trocar por alguma daquelas raparigas bundudas não precisa nem se preocupar em voltar.

Amor ou Ilusão? [Livro 2]Onde histórias criam vida. Descubra agora