CAPITULO NOVE

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Senti os primeiros raios de sol da manhã no meu rosto, e abri meus olhos devagar. Pisquei algumas vezes e olhei ao redor tentando entender onde eu estava, o lugar era amarelado, por causa do sol, creio eu. Segurei o lençol que me cobria e a textura não me parecia de algo que eu usava ou usaria na minha casa, esfreguei meus olhos, e então vi que os lençóis não eram os da minha casa, que a cama que eu estava deitada, não era a minha, e que eu de maneira nenhuma estava em casa.

— Olá você. — Ouvi o sotaque pertinente de Sean. — Você acordou cedo.

Balancei minha cabeça assustada. Não, meu Deus!

— Onde diabos eu estou? — Me sento na cama e então percebo que estou nua e puxo os lençóis para me cobrir. — Não, não, não! O que aconteceu aqui?

Me levanto e me enrolo no lençol.

Sean ri.

— Louise, se acalme. — Ele diz fazendo gestos com as mãos. — Eu achei você.

Olho para ele confusa.

— Você me achou? Como assim?

Ele respira fundo impaciente e revira os olhos.

— Eu achei você deitada na neve ao lado do seu Mustang. — E então me lembro da noite passada, eu comi o resto dos brownies batizados e devo ter apagado. — Acho que você desmaiou porque quando peguei você no colo, você estava gelada, — ele se senta na cama. — Então coloquei você no meu carro e te trouxe para minha casa, e liguei para um amigo meu que é médico, e disse que você talvez podia estar com hipotermia, e então ele me disse que era para eu tirar suas roupas e colocar cobertores quentes em você. E foi o que eu fiz. — Ele dá de ombros.

Fico sem graça com a atitude dele.

— Obrigada, Sean. — Me sento ao lado dele. — Sem querer ser má educada, onde estão minhas roupas?

Ele se levanta.

— Estão na secadora. Vou busca-las. — Ele diz me deixando sozinha no quarto.

Me levanto ainda enrolada no lençol e vou até a janela ampla de vidro, estava um dia lindo, e o sol estava começando a derreter a neve que cobria a minha cidade, acho que teríamos dias quentes nas próximas semanas.

O pensamento me fez sorrir.

Ouço barulho de pegadas no chão e seguro o lençol mais firme contra o corpo.

— Sean, eu queria saber o que você quer para o café da...— Uma mulher, muito bonita por sinal, tinha os cabelos brancos presos num coque bem feito, tinha os olhos verde oliva, e o sotaque era o mesmo de Sean. Nesse momento percebi que essa mulher, era a mãe dele, e que eu estava na casa de sua família, e a vista que eu tive lá de fora, é de uma casa no subúrbio de San Diego. — Desculpa, eu não sabia que você estava...— Ela aponta para o lençol.

Sinto minhas bochechas queimarem e sei que estou vermelha como um tomate.

— Eu posso explicar... — Começo a dizer e então Sean entra pela porta.

— Mãe... — Ele diz irônico. — Vejo que você conheceu minha amiga Louise.

Reviro os olhos.

— Amiga? — Ela olha para o filho com desconfiança e depois para mim. — Tem certeza?

Ele ri, e eu quero que abra um buraco no chão para eu me enfiar na terra.

— Apesar do que parece, não foi isso o que aconteceu, Mãe. — Ele me entrega minha roupa. — Louise, tem um banheiro no corredor a sua esquerda, porque não vai lá vestir suas roupas, huh?!

A garota deixada para trásOnde histórias criam vida. Descubra agora