CAPITULO TREZE

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Horas depois naquela noite, Sean pediu para passar a noite com a gente, e então Malibu dormiu comigo em minha cama, e seu irmão na dela.

Respirei fundo com pesar.

Malibu adormeceu segurando minha mão, era tão estranho vê-la assim tão vulnerável, porque desde que a conheci ela sempre se mostrou tão durona, tão sagaz.

— Louise? — Sean chama num cochicho. — Está acordada também?

Balanço a cabeça.

— Não consigo dormir. — Viro para vê-lo. — Não sei lidar com notícias ruins. — Dou de ombros, mesmo sabendo que ele não pode ver por causa do escuro do quarto.

Ouço ele respirar fundo.

— Desculpa por isso. — Diz com pesar. — Eu não tinha intenção de fazer você perder o sono.

— Não é sua culpa, Sean. — Tento conforta-lo. — Não é sua culpa, nada disso é.

Ouço sua cama se mexer, e sei que ele está de pé.

— Preciso tomar um ar. — Sua voz parece fraca.

Ouço a porta abri e fechar, e sei que ele saiu.

Malibu se mexe na cama.

— Sean? — Ela chama.

— Volte a dormir, amiga. — Conforto-a. — Eu cuido dele.

Ela murmura alguma coisa incompreensível e volta a dormir.

Levanto da cama e saio atrás de Sean. Desço as escadas e o encontro sentado no último degrau com a cabeça entre as pernas, parece estar chorando. Desço devagar e me sento ao lado dele, esfregando a mão em seu ombro.

Ele se recompõe de imediato.

— O que faz aqui? — Diz tentando esconder sua tristeza. — Está frio, meu anjo. Você deveria estar tentando dormir.

Sorrio para ele.

— Vim te oferecer um ombro. — Ele sorri e me abraça de lado.

— Você não precisa fazer isso, Louise. — Ele esfrega meu braço. — Está tudo bem. Eu estou bem.

Viro para poder olha-lo, e pego sua mão livre.

— Sean, não precisa fazer isso. — Digo apertando sua mão com carinho. — Você pode chorar se quiser, eu não conto para ninguém, prometo.

Ele balança a cabeça.

— Então você é boa com segredos? — Diz brincalhão.

— Só quando me convém. — Uso a mesma frase que ele usou um tempo atrás quando tivemos uma conversa parecida.

Ele ri.

— Ah Louise, o que é que eu vou fazer com você? — Dou de ombros e ele balança a cabeça. — Obrigado.

— Não fiz nada demais.

— Mesmo assim, obrigado por ser simplesmente você. — Ele toca o meu nariz com o dedo indicador.

— Obrigada.... Eu acho. — Digo sem graça.

Ele me abraça mais forte e beija minha testa.

— De nada.

***

Na manhã do dia seguinte, bem cedo, iria acontecer o velório da mãe de Sean e Malibu, e minha amiga pediu para que eu fosse, e eu não pude negar.

A garota deixada para trásOnde histórias criam vida. Descubra agora