A garota deixada para trás

CAPITULO VINTE E QUATRO

— Louise

Depois que todos dormiram, inclusive Sean, que pela primeira vez dormia na casa de meus pais desde que começamos a namorar, levantei-me da cama sem fazer barulho, e fiz o que tinha que fazer. Coloquei uma calça jeans preta, uma regata preta e a jaqueta vermelha que havia ganhado de Sean a um tempo atrás, calcei minhas botas, peguei minha carteira, chaves do carro e meu celular. Como sabia que não iria dormir, não havia tirado minhas lentes de contato, mas ninguém pareceu perceber que eu as usava... Sai do meu quarto sem fazer o menor barulho, passando pela sala, e saindo porta a fora. Meu carro estava no quintal, o que era um alivio, porque ter que tirá-lo da garagem daria trabalho, porque acordaria todo mundo.

Sai com o carro em ponto morto, para não fazer barulho, manobrei-o e desci a minha rua sem ligar o motor, só o ligando quando estava distante o suficiente de casa.

Eu sabia onde tinha que ir, olhei aquela foto tempo demais depois que eles colocaram os pedaços dos frames juntos, e tive certeza de onde Mason mantinha minha irmã, mas se eu dissesse, não deixariam que eu viesse sozinha, então contra tudo e todos, fiz o que precisava fazer.

E aqui estava eu, num bairro afastado de Chino, onde antes era uma fábrica de cabos, hoje era apenas um galpão abandonado no meio do nada, o céu começava a tomar um tom laranja, soube então que o dia estava amanhecendo.

Parei o carro, abri meu porta-luvas e peguei a Glock e as munições que Tiffany havia me arranjado. Ela havia entrado em contato com um amigo, e feito a compra fora de registro, (parece que militares tem esse tipo de acesso) e me disse que se algo desse errado, eu não podia vincular o nome dela com nada, porque senão ela além de ser presa, seria expulsa da aeronáutica.

Então eu estava por minha própria conta em risco.

Mas me lembro bem do que ela me disse: "Se em 24 horas eu não tiver notícias suas, vou interferir nisso da maneira que eu puder, fique ciente disso. "

Sai do carro, e coloquei a Glock na parte de traz do cos da calça, Mason não sabe que eu sei manusear muito bem uma arma, pois eu e Darrell costumávamos praticar tiro ao alvo em lugar afastado de San Diego, e bem, eu era muito boa de mira, mas nunca contei isso a ele.

Olhei as horas no celular, eram quase seis da manhã, o desliguei e o joguei dentro do carro. Passei por um buraco que havia na grade e segui a passos largos até o grande galpão a minha frente.

Não tinha porta nenhuma fechando o lugar, então fui entrando com cautela, olhando para todos os lados, com medo de ser surpreendida por meu ex namorado psicopata. Eu conseguia ouvir minhas veias pulsando em meus ouvidos, minhas mãos estavam suando um pouco, eu estava entre a adrenalina e o medo. Atravessei, o galpão, indo para a parte de trás onde haviam contêineres empilhados um em cima dos outros.

Engoli em seco.

Continuei andando e olhando para dentro dos que estavam abertos, na esperança de achar Violet num deles.

Respirei fundo e tomei coragem.

— Mason! Estou aqui! — Gritei alto — Cadê você?!

Não ouve resposta.

Continuei andando, e me assustei quando a porta de um dos contêineres bateu fazendo um imenso barulho.

Coloquei a mão no peito.

O lugar era enorme, não me lembrava de ter entrado tão adentro daqui da última vez que vim por esses lados.

Certa vez a três anos atrás, Mason, eu e alguns amigos usamos esse lugar para uma espécie de Drive-Cine. Antigamente não tinha telas de proteção então os carros puderam entrar, e estacionar pelo local.