PRÓLOGO

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Quem pode enxergar esmeraldas no escuro e decifrá-las como verdadeiras ou falsas?

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Quem pode enxergar esmeraldas no escuro e decifrá-las como verdadeiras ou falsas?

Nem em todas sete vidas as quais poderia ter estaria preparada para ele, nossas fotos rasgadas no chão, cacos de vidros perfurando alguma parte do meu corpo, anestesiada demais pra sentir qual ao certo! Desconheço o que cai dos meus olhos, dor? Ou ódio? Na verdade não faço ideia de como deixar ir. Me encontrei e te perdi. Escolhas...

As vezes o amor cura, outras ele mata. Assim vou começar com a consciência pesada e um coração quebrado, contando a vocês uma história, que acabou. Os fins nunca são bons, sempre acompanhados pela dor, é preciso aguentar apanhar.

Dona Luiza sonhou minha vida, uma vida que ela nunca teve, sempre almejou, faria o impossível pra que tivesse, não por maldade, por ser arrogante e gananciosa, esses são adjetivos pequenos pra descrevê-la, era certo, ao menos pra ela.

O grande "X" da questão, é que, viver uma vida sonhada pra você, mas não por você, faz surgirem dúvidas sobre sua personalidade. Tipo nunca se encontrar, andar perdida, atirar no escuro. Transtorno dissociativo de personalidade, não está ligado à esquizofrenia, psicopatia ou algo do tipo, quem sofre desse transtorno acredita em suas próprias mentiras como se fossem realidade, criam convicções e por conta desses fatos tem reações diferentes diante da mesma situação.

O meu transtorno era ser a pessoa que sou, e a outra pessoa é a personagem que ela criou pra mim.

Mamãe tinha um plano perfeito, conseguiria um casamento milionário através da filha, iniciou a preparação dele logo após dar à luz, para que se realizasse com total sucesso. Ganharia uma vida boa através disso, achava mais que justo, já que dedicou tantos anos da sua por mim. Cuidou a cada segundo, desdê alimentação a creme para cabelo, detalhadamente escolheu todas as escolas em que estudaria, a cidade que moraria, o par de sapatos, os brincos delicados demais para uma flor, perfumada demais para seus espinhos... E claro, não menos importante o grande desafortunado da história, meu alvo.

Quase como um robô talvez, fui programada para casar com um cara rico e poderoso, ser popular em todas as áreas e fases da minha vida, quem sabe de brinde ser feliz? Mas felicidade Layla e Rafael nunca caberiam na mesma frase. Pena que eu não sabia disso aos quinze.

Um dos meus hobbies era a busca constante por conhecimento, fazer muitas coisas ao mesmo tempo, acumular sabedoria.

Em pouco tempo me tornei a nora perfeita, mantinha o herdeiro Austin na linha, visto que todas as suas tentativas dos pais vinham sendo falhas. Nas festas de família que estávamos juntos, o garoto não fazia vexame, não bebia, não batia o carro importado, não ia pra cama com qualquer mulher que via pela frente, não acabava com negócios milionários deles.

Rafael parecia um "bom garoto" quando estava comigo, já que tinha uma vida resumida à tomar decisões fáceis, acreditava ser o caminho do sucesso, aliás o que eu podia esperar de um menino mimado pela mãe e oprimido pelo pai? Com o passado tão obscuro quanto o meu, onde guardava algum segredo escondido a sete palmas, segredo esse que fuzilava o pobre coração rico em apenas dinheiro.

A primeira vez que encarei, tudo que pude notar foi um jogador, muito bonito. Não faria diferença, jamais me apaixonaria por alguém, que tem como qualidade de maior valor o dinheiro. Isso é coisa dela, apenas sigo as regras. Entretanto quando ele abriu seu melhor sorriso algo me despedaçou, não era um sorriso comum. Podia ser comparado ao meu. Ele nunca conheceu o gosto da felicidade. Senti a vontade de presentear com tal coisa. Mesmo que isso custasse caro demais. Porque estava disposta a dar algo que nunca tive.

Rafael Austin se tornou meu abismo, e teve certeza que também seria o dele.

Voltando ao jogo, em que ele estava prestes a dominar sua presa fácil, com um sorriso largo no rosto composta por uma covinha na bochecha direita, os olhos crepitavam como uma floresta verde, em chamas. Muito fácil ele ganharia qualquer coisa, pessoa, ser existente. Sua única objeção, é que no "game" onde se achava o melhor jogador eu tinha a melhor professora.

Lembro-me do nosso primeiro encontro...

– Mãe ele chegou, tenho que ir – tentei fugir, mas ela puxou com intensidade os fios negros do meu cabelo, terminando o penteado lentamente.

– Deixe-o esperar Layla, esperar é necessário, que ele sempre espere por você. – Suspirei irritada, nunca adiantou muito ir contra uma decisão dela, não seria agora que teria efeito, mesmo que uma ansiedade sem fim se aflorava em cada gotícula de mim.

– Prontinha garota, não o deixe tocar em você... – Enquanto ela ditava as regras reparei no brilho sádico do olhar, gostava de como o isso funcionava entusiasmava-se como se a vida dependesse daquilo. Dona Luiza sempre fora severa em suas punições, profissional, trabalho limpo, sem deixar marcas, sabia bem o que acontecia quando fugia de suas normas. – Por enquanto, as partes intimas serão proibidas, é tudo que ele quer no momento, que você seja um troféu, se for, vai exibir para todos.

Sempre ouvi mal dos garotos e como eles eram terríveis, nunca tive uma figura paterna, nem ao menos conheço o rosto do meu pai, sei menos ainda se ele sabe do meu. E toda vez que o assunto vem a tona, acaba sempre do mesmo jeito, com meu rosto esbofeteado, lágrimas não derramadas e castigos.

– Conte a ele sobre o dia em que você caiu do pé de maçã, mostre sua cicatriz. Faça-o rir, se sentir importante, bajule-o... – Escuto tudo com calma, retenho o que é bom.

E lá estava uma garota preparada para sair, cabelos negros trançados lateralmente, pink nos lábios contrastando a palidez do rosto, vestido rodado cor preta desenhado na barra os naipes de espada, e sete copas, mamãe diz que essas cartas são as únicas precisas pra ganhar um jogo, nunca confie no mais fraco, jamais aposte no mais forte, essas cartas ficam entre elas no baralho, estava vestida a caráter. No fim ela sabia disso, sinto calafrios, por ser a própria carta na manga, sou a grande rainha de copas.

Ando apressadamente até a porta de madeira, luxo nos cerca, não faço ideia de como mamãe nos mantém. Tínhamos algum dinheiro, não o suficiente para uma vida na alta sociedade que dona Luíza almejava, nunca teve um trabalho, nem ao menos se esforçou pra isso e mesmo assim era mais fácil pra gente do que para muitas pessoas que davam sangue e suor, por um emprego decente.

Eu reconhecia o esforço, me esforçava, esperaria o grande dia, o dia de ser reconhecida pelo meu trabalho, ser uma advogada, a melhor que esse país já viu, entretanto isso significava ser quem sou, jamais quem deveria ser aos seus olhos.

Talvez nunca acontecesse, travar guerras frequente de personalidade só gerava incerteza, com tantos "talvez", faltando os "por quês", ou "para que", aguardar o por vir era a solução momentânea.

Agonia, agonia, agonia, imaginava que ao vê-lo a fobia pra iria para longe daqui, estava certa, Rafael muito rápido passou a ser calmaria. Com sua camiseta gola polo ralph, um meio sorriso no rosto, dentes brancos alinhados, minhas mãos automaticamente sobem pra acariciar seu rosto, droga não me observe da cabeça aos pés, suas bochechas estão sempre coradas elas são detestavelmente assim, como se usasse blush, qualquer pessoa normal aguentaria o sorriso dele se não fosse acompanhado com aquela covinha, queria realmente não ser detalhista demasiada, desconsiderar os olhos cor de esmeralda, todas essas características juntas em um só ser humano, deveriam ser proibidas pela NASA.

Duas semanas foi o tempo que precisei para um pedido oficial de namoro. Rafael Austin estava apaixonado, ao menos na minha cabeça. Todavia mamãe não contava, que talvez eu pudesse ter cometido um erro...

 ♥

Olá, sejam muito bem vindos, se chegou aqui aposto que não vai perder o primeiro capítulo dessa aventura! Vem viver esse romance comigo? 

Sou digna de suas estrelinhas? 

SE SIM POR FAVOR, NÃO ESQUEÇAM, ELAS ME AJUDAM MUITOOOO!

COMENTÁRIOS SÃO MUITO BEM VINDOS!!! EU OS AMO!!!

 Perguntas são bem vindas, críticas construtivas também XOXÔ ♥

Meu Limite - QUEBRADOS 1Onde histórias criam vida. Descubra agora