Capítulo 28 - Cristal quebrado

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Queridos leitores, esse capítulo é umd os que mais mexeu comigo a cada palvra, preciso saber o que acharam! não se esqueçam de votar, muito obrigada!! 

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Naquela madrugada gelada e cinzenta, pisei os pés dentro de casa procurando por uma Luiza curiosa, como nas outras vezes em que cumpri seu roteiro, imaginei abrir porta e encontrá-la na sala ansiosa.

Como não a encontrei, digitei os números do celular, foi direto para caixa postal. Onde será que mamãe se meteu?

Ela tinha tanto a me explicar, porque estragar o meu momento? Em tantas oportunidades de expor Mariah; preferiu matar dois coelhos com uma cajadada só.

Um copo de leite quente, um olhar cansado se fechando anestesiado, reconforto a cabeça no encosto da cadeira de nossa cozinha, abraço minhas pernas junto ao meu corpo e fico a observar a garoa fina escorrendo pela janela, regando as plantas, o gramado a terra, sem cobrar nada, um sentimento gratuito e vital, quase como o dele por mim!

Não consegui pregar os olhos a noite inteira, sorri ao primeiro filete de luz adentrando por entre as cortinas do quarto escuro, nessa caminhada maçante, muita gente se feriu. A ruína rodeando as pessoas das quais me importava, precisava dar o fim, ou um início verdadeiro, tinha que pontuar essa situação, ponderar os lados, e seguir em frente de algum modo.

A caminhada até o ponto de táxi nunca foi tão longe, crianças passeavam com roupas coloridas, idosos sorriam, namorados caminhavam de mão dadas, cachorros corriam soltos numa alta perseguição divertidíssima. O céu pintado de azul e branco, tão claro como somente às oito horas da manhã podia ofertar.

Longuine passava como um rabisco através da velocidade nas quatro rodas. Decorada e inédita a cidade que tanto me deu e tanto me tirou.

– Sou amiga de Thor Telles. – Explicava para o porteiro que analisava de cima a baixo minha calça jeans rasgada e desfiada, sapatilhas rosa e blusa de alça preta. Nada sofisticado, nem premeditado conforme o edifício Luxu's exigia. Foi a primeira peça de roupa que encontrei no closet totalmente revirado e desorganizado, o que supostamente traz a insegurança de que mamãe procurava por algo, como não havia escondido nada lá, talvez ela tivesse feito.

– Vou interfonar avisando que a senhora está aqui.

– Bom, gostaria de fazer uma surpresa, creio que deve estar dormindo. – olha desconfiadíssimo – Por favor, é sério, tem uma explicação pra tudo nessa vida, brigamos na festa que estávamos e eu quero muito pedir perdão, por favorzinho.

– Tudo bem garota, não me faça perder o emprego!

– Não farei, obrigada.

Inquieta, vejo o elevador subir rápido e lento demais se comparado a minha impaciência.

Toco a campainha e espero dois longos minutos contados no relógio, ninguém atende. Aperto novamente, três vezes em sequência.

Julia abre a porta desacreditada.

Meu Limite - QUEBRADOS 1Onde histórias criam vida. Descubra agora