Capítulo 16 - De volta a realidade

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"Os melhores momentos na vida são como os arco-íris: aparecem quando você menos espera."

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Desperto naquela madrugada ouvindo o som de tratores trabalhando num campo, alguns parecem estar bem próximos, dificultosamente abro os olhos, deparando com o trator humano preguiçoso denominado Telles, seminu, tento erguer o rosto para contemplar a visão, sou impedida por braços envoltos no abdômen, pernas grandes e pesadas sobre as minhas, pescoço enfiado na curva do meu, roncando pausadamente. Virei uma salsicha para o deleite do seu sono, estou imóvel algum tempo achando graça da situação.

Atitudes infantis definem momentos felizes, como definiram esses, cutuquei o ouvido com a ponta dos dedos recém-molhados de saliva, segurando com força o riso. O grandão se remexe, resmunga, mais não desgruda, volto atormentá-lo beliscando a ponta do nariz repetidas vezes, palavras desconexas voam livres e perdidas, sem grande efeito sobre seu sono, muito menos sobre minha libertação.

A boca vermelha do homem semiaberta desperta o pensamento "babar no travesseiro" espero que não tenha babado em mim, caso contrário arrumará grandes problemas.

– Oi tratorzinho, acabei de escolher esse apelido pra você.

– Você é um pesadelo mulher. – No semblante uma careta de desgosto demonstra sua aversão ao ser acordado. – Ainda por cima não dorme!

– Acordei com barulho de tratores, que culpa tenho se você ronca?

Contemplo o rosto inchado desanimado do homem que pousa-o em minha barriga, os fios castanhos claros, ficam lindos deslizantes entre meus dedos, seu ronronar se compara com um gato de rua, recebendo cafuné atrás da orelha.

– Posso te perguntar uma coisa? – Mudo de assunto, sem deixar de mover seus cabelos lentamente.

– Uhum.

– Alguma coisa te agradou em mim? Digo a primeira vez que me viu, quer dizer, quero saber, se algo chamou sua atenção quando olhou pra mim? Sei lá... – Me atrapalho para formular a frase.

– Sinceramente?

– Sim!

– Sua bunda, Layla você me recebeu com aquela bunda grande em uma saia preta, eu vibrei. – Rimos por longos segundos.

– Se é pra falar sério então tá, vamos lá – quase acreditei que iriam sair palavras bonitas daquela boca desumana – foram os peitos, sempre fui um bom observador de peitos, os seus não eram grandes, mais também não eram pequenos, cabiam na minha mão, na boca.

– Não acredito nisso, Thor, você é um safado.

– Posso te mostrar se quiser – o rubor aparece, a entonação da voz se eleva – jamais falaria que quando te vi me encantei com os olhos que mudam com ação de suas emoções, havia muito mistério em você princesa, tive vontade de desvenda-los com minha boca, também vi a recém-formada que me fez investir em empresas falidas e de quebra colocou meu irmão para trabalhar cheio de entusiasmo, façanha que o fodido do Thor Telles nunca conseguiu. Não vamos falar da menina travessa que quebrou o braço tentando arrancar maçãs com a mente, essa é um caso à parte, você é muito mais do que posso descrever Layla, estou descobrindo uma mulher incrível – Respira fundo antes de concluir, me analisando totalmente apaixonante. A maldita lágrima escorre, ser emotiva nunca foi minha praia, sempre escolhi ser discreta, ultimamente meus hormônios estão descontrolados.

– Você disse que conhecia uma golpista quando olhava, você não me viu então?

– Te vi sim, até mais do que você pode se enxergar, não reconheci uma, porque não é, Layla, tem que tirar isso da sua cabeça, isso não é você!

Meu Limite - QUEBRADOS 1Onde histórias criam vida. Descubra agora