Capítulo 2

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-Ai! - reclamei - Cuidado por onde anda!

-Me desculpa, me desculpa - o garoto dizia, me ajudando a me levantar - estava atrás da minha irmã, ela...

-Não tem problema. - interrompo - Eu ia levar esse álbum de qualquer jeito.

-Eu pago - ele sugeriu.

-Não vou deixar você pagar pra mim - rebato.

Antes mesmo de eu me virar para pegar o CD no chão, ele pegou e foi correndo para o caixa. Ele me parecia muito familiar, mas não sei de onde. A irmãzinha dele, que antes corria, parou perto de mim.

-Desculpa - ela disse.

-Não tem problema - digo - qual seu nome?

-Nina - ela conta - e o seu?

-Veronica.

-Meu mano achô você bonita - ela disse.

-Ah é? - solto um sorrisinho.

-Aham. Por isso eu corri pa cá.

-Ah foi?

-Ele disse que te viu na lanchonete.

Na lanchonete? Agora eu tinha me lembrado, ele era o garçom! Aquele garçom que trouxe os nossos milkshakes.

-Aqui está - ele volta - está pago. Desculpa, de novo. O shopping está movimentado, só não queria perder essa pequena de vista.

-Não tem problema, obrigada pelo CD.

-Ah... eu...

-Mamãe!

Antes de ele dizer qualquer coisa, Nina saiu correndo para fora da loja e ele saiu atrás dela, preocupado. Ele...? Eu esqueci de perguntar o nome dele! Eu sou muito burra!

De qualquer forma, eu sai da loja toda boba, feliz pelo presente. Meu irmão estava chegando na porta quando saí.

-O que comprou? - ele perguntou.

-Um álbum - mostrei à ele.

-Mas está quebrado - ele reclamou - vem, vamos devolver...

-Não! - protestei, um pouco alto de mais - Ah... quer dizer... fui eu quem quebrou a capa, e isso não é problema.

Convenci ele à passearmos mais no shopping antes de ir embora e esquecer a história do CD. Adrian deu um de ciumento hoje na lanchonete, então não iria contar à ele sobre quem tinha me dado o presente, capaz de achar que eu estava provocando, ainda mais parecendo conhecer aquele menino. Assim que achamos o papai, fomos para casa.

Aquela cama era tão confortável que por mim eu não precisava mais levantar. Iria ser uma boa noite de sono, porque o dia que eu imaginei que iria ser péssimo, foi incrível, terminado com a melhor faixa do álbum que eu ganhei: Saturn.

Duas semanas depois...

-Viu ele de novo? - Taylor perguntou. Ela era minha melhor amiga em Daytona.

-Não, não vi - conto - meu irmão me levou à todos os lugares possíveis de Los Angeles nas últimas duas semanas, mas em hipótese alguma quis me levar na lanchonete de novo!

-Então não era pra ser, Roni.

-Ah, mas Taylor... ele é...

-Não se ilude com alguém que não sabe o nome, meu bem, hoje é o seu primeiro dia de aula, você vai conhecer mais gente.

-Aula... não vai ser a mesma coisa sem você aqui, Taylor

-Você também. Daytona não é a mesma sem você. E esse fuso-horário é complicadíssimo para conversamos.

O Melhor Amigo do Meu IrmãoOnde histórias criam vida. Descubra agora